Do G1 SP, com informações da Agência Estado
Com o argumento de que hoje só 8% dos usuários de ônibus de São Paulo pagam as passagens com dinheiro, o Sindicato de Motoristas e Cobradores (Sidmotoristas) fechou acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo para acabar com a função de cobrador. A proposta, que prevê a readequação dos cobradores em outras funções, foi apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) e aprovada pelos trabalhadores em assembleia no dia 18.
Uma das promessas do sindicato que representa as 32 empresas que operam o serviço na capital paulista é de que não haverá demissões. Os cobradores serão realocados em outras funções, como mecânicos, fiscais, manobristas em pátios e até motoristas. Além disso, segundo o acordo, todo motorista que for trabalhar sem o cobrador receberá adicional de R$ 250 no salário."Essa é uma discussão que se arrasta desde a gestão do ex-prefeito Celso Pitta (1996-2000), mas na época não tínhamos nenhuma garantia de que os cobradores não seriam demitidos", afirma o diretor de comunicação do Sindmotoristas, Nailton Francisco.
Por dia, a frota de 8,3 mil ônibus - que não inclui vans e micro-ônibus - transporta 5,5 milhões de pessoas. São 15 mil motoristas e 15 mil cobradores. Em entrevista ao G1, Nailton disse que muitos cobradores ficam ociosos principalmente por causa do uso do bilhete único nos ônibus. "Muitos reclamam também dos passageiros, que passam seus bilhetes e nem olham para os cobradores, não dão nem bom dia", disse. "Por isso, já que a proposta é de requalificação profissional e de reaproveitamento dos cobradores, nós achamos interessantes aceitar este desafio".
Ainda segundo Nailyon Francisco, os sindicatos estão discutindo ainda como o acordo vai funcionar. "O que não aceitamos é que os motoristas exerçam dupla função, dirigindo e cobrando. Isso está fora de cogitação", disse. Não há previsão para a nova forma de funcionamento da cobrança ser implantada.
Lei
Segundo a lei municipal 13.207 de 2001, é obrigatório que todos os coletivos tenham um funcionário além do motorista para orientar e auxiliar os usuários, ajudar o motorista nas atividades, evitar o não pagamento das passagens e fazer a cobrança quando necessário. A assessoria de imprensa da Câmara Municipal informa que não há nenhum projeto de lei que altere a legislação em vigor.
Questionada sobre o possível não cumprimento da legislação, a SPUrbanuss diz que a mudança não vai ferir a lei. "Não existe exigência de que o ônibus tenha um motorista e um cobrador, e sim um segundo tripulante", afirma, em nota. O sindicato patronal diz ainda o que "existe é um movimento que prevê o esvaziamento da função relativa à cobrança embarcada". "As etapas, bem como as iniciativas para que isso aconteça, serão avaliadas com o tempo."
Nota deste Blog:
A ganância dessa gente não tem limites, colocar o motorista para fazer uma dupla função (dirigir e cobrar) é colocar em risco os usuários e eliminar milhares de postos de trabalho, agravando ainda mais o desemprego em nosso país. O transporte coletivo é uma concessão pública e de caráter social. A população tem que se manifestar contra essa arbitrariedade.
Tem que ser feita uma campanha a nível nacional contra a dupla função do motorista. Enquanto alguns legisladores querem proibir até que o motorista fume enquanto dirige pra que possa manter as duas mãos ao volante, admite-se que o motorista de ônibus urbano dirija e cobre ao mesmo tempo, sem falar que em alguns casos ainda tem que embarcar e desembarcar cadeirantes eo que aumenta, e muito, o risco de se envolver em um acidente, colocando assim em risco sua vida e dos passageiros. "DIGA NÃO À DUPLA FUNÇÃO".
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