05/05/2011 - 14h53
Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, advertiu hoje (5) que a morte do líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden, não encerra o impasse envolvendo o terrorismo. Segundo ele, a comunidade mundial deve buscar soluções para o terrorismo aproveitando que há manifestações em vários países do Oriente Médio e do Norte da África.
“Os critérios de cada país são decididos pelo seu governo. Isso [represálias] é o que mais ou menos todo mundo acredita que vai haver. Se acham que o problema do terrorismo está resolvido com a morte do Bin Laden, estão muito enganados”, afirmou o assessor antes do almoço oferecido ao presidente da Alemanha, Christian Wulff, no Itamaraty.
Para Garcia, apenas a “repressão” não soluciona a questão do terrorismo e seus efeitos. “O problema do terrorismo evidentemente não se resolve [apenas] com repressão, mas, sobretudo, atacando as causas fundamentais do terrorismo”, destacou ele.
Em seguida, o assessor especial ressaltou que o momento por que passam vários países do Oriente Médio e do Norte da África (como a Líbia, o Egito, a Tunísia e a Síria, entre outros) – com manifestações populares que criticam os governos apontados como autoritários – colabora para o combate ao terrorismo.
“Por sorte o [ministro das Relações Exteriores] Antonio Patriota levantou uma questão interessante: nós temos uma efervescência democrática na região muito grande, que coloca uma via distinta daquela que habitualmente nós tínhamos”, disse o assessor especial.
“[A via anterior era] de um lado a submissão às grandes potências do Ocidente, que muitos governos tinham e alguns ainda têm, e, do outro lado, essa rejeição ao fundamentalismo que se expressava, entre outras coisas, nas iniciativas terroristas. Acho que nós [temos] um caminho democrático, se nós resolvermos uma série de problemas da região, que é a questão da Palestina [cujos líderes iniciaram uma nova etapa de negociações com o governo de Israel]”.
Edição: Juliana Andrade
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