sexta-feira, 31 de julho de 2015

Obra de saneamento básico da zona sul deve ter sete mil ligações

por Secom
30/07/2015 15:36
Prefeito Jabes Ribeiro reunido com o presidente da Embasa, Cedraz, e o secretário Cássio Peixoto. Foto Secom Ilheus.
O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, ouviu, durante reunião nesta terça-feira, 28, em Salvador, do presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento, Rogério Cedraz, e do secretário estadual de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Cássio Peixoto, que as últimas pendências com a Caixa Econômica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o início da obra de esgotamento sanitário da zona sul, estão sendo sanadas. Além disso, a assinatura da ordem de serviço para a execução da obra deve ser feita em breve, pelo governador Rui Costa.
O saneamento básico da Bacia do Pontal e Zona Sul de Ilhéus vai custar R$ 51,3 milhões, através de financiamento já assegurado pelo BNDES. A empresa vencedora da licitação foi a construtora Emprenge.
O projeto de esgotamento vai atingir toda a zona sul, especificamente os bairros do Pontal, Jardim Atlântico, Nelson Costa, São Francisco, Hernani Sá, Ilhéus II e Nossa Senhora da Vitória, abrangendo uma população de cerca de 55 mil pessoas. Prevê uma rede coletora de quase 50 quilômetros, com 13 estações elevatórias, uma estação de tratamento e 6.967 ligações domiciliares.
De acordo com o prefeito Jabes Ribeiro, “depois de muita luta, estamos cada vez mais próximos de concretizarmos essa obra que beneficiará o Pontal e toda a zona sul, levando o saneamento básico a cada residência, como deve ser em toda cidade do porte de Ilhéus”. Ao prefeito, o presidente da Embasa, Rogério Cedraz, informou que os estudos de impacto ambiental necessários para iniciar o serviço também se encontram em fase de conclusão.
Ligações clandestinas – A falta de esgotamento sanitário naquela região da cidade interfere no meio ambiente. Recentemente, a Prefeitura de Ilhéus notificou moradores que realizaram ligações clandestinas de esgoto diretamente na rede de águas pluviais, contaminando a água da chuva que era jogada na Baía do Ponta

sábado, 11 de julho de 2015

Cresce no Congresso debate sobre criação do imposto sobre grandes fortunas

Parlamentares da base aliada afirmam, em reservado, que a taxação pode contribuir para tornar mais justas medidas do ajuste fiscal, criticadas por impor perdas aos trabalhadores
por Hylda Cavalcanti, da RBA publicado 11/07/2015 10:40, última modificação 11/07/2015 16:
AGÊNCIA CÂMARA
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“Precisamos taxar o andar de cima”, defende o deputado Paulo Teixeira (PT-SP)
Brasília – Começa a crescer, no Congresso, um movimento de deputados e senadores para ampliar a discussão sobre a criação de um imposto sobre grandes fortunas a partir do segundo semestre. A medida, que já consta de projeto que tramita no Senado, é tida como uma alternativa para reduzir os efeitos da crise econômica. Parlamentares da base aliada afirmam, em reservado, que a taxação pode contribuir, ao mesmo tempo, para tornar mais justas as medidas referentes ao ajuste fiscal, criticadas por representar perdas para os trabalhadores. E também para evitar outras iniciativas a serem feitas pelo Exeucutivo, tirando recursos do bolso dos cidadãos, diante das sucessivas perdas observadas pelo governo na rejeição de matérias que tinham o objetivo de garantir economias para o Tesouro.
Mas o principal mote é conquistar um pouco da simpatia da população e, ao mesmo tempo, auxiliar o governo na luta para equilibrar as contas, com a referida tributação. Além de reduzir o distanciamento observado hoje entre o Legislativo e o Palácio do Planalto. Distanciamento que pôde ser observado na votação desta semana, no Senado, da medida provisória que aprovou a política de reajuste do salário mínimo e equiparou os valores das aposentadorias à mesma proporção do reajuste.
O resultado foi considerado mais uma perda para o governo e, segundo o Executivo, resultará em problemas para as contas da Previdência Social. Motivo pelo qual tem a perspectiva de veto por parte da presidenta Dilma Rousseff.
“Uma das soluções para toda essa confusão é a taxação de quem possui grande patrimônio”, afirmou, durante reunião em Brasília, recentemente, o presidente da CUT, Vagner Freitas. A CUT tem defendido o estudo de uma proposta sobre esse tipo de imposto há anos e a declaração de Freitas tem sido reiterada desde o início de 2015, quando foram anunciadas as primeiras medidas provisórias referentes ao ajuste.
Também o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) é contundente em relação à questão. “Precisamos taxar o andar de cima”, costuma afirmar em reuniões do seu partido, ao enfatizar que de certa forma já esteja havendo, a seu ver, uma parte dessa tributação, com a proposta de aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL) dos bancos, e com a votação do projeto que reduziu a desoneração das empresas.
“Mas temos que ampliar mais”, afirmou Teixeira, ressaltando que isso tem de acontecer em paralelo a estudos como “alteração da meta do superávit, paralisação da elevação da taxa de juros e um amplo programa de proteção do emprego”.

Redistribuição de riquezas

O projeto de lei que aborda o tema e tramita no Senado, apresentado no final de maio pelo senador Paulo Paim (PT-RS), prevê uma contribuição anual dos cidadãos com patrimônio ou herança superior a R$ 50 milhões. E apresenta exceções para a contribuição, como a incidência sobre os bens patrimoniais doados a entidades culturais, educacionais, filantrópicas, religiosas e sindicais, ou reconhecidas como de utilidade pública. De acordo com o parlamentar, o intuito é estimular que bens que o contribuinte detenha apenas como reserva de valor ou mesmo para especulação, sejam destinados a fins filantrópicos.
Outra proposta dentro do projeto de Paim é uma possível redução de todos os tributos patrimoniais pagos pelo declarante, o que retira o argumento de uma possível "dupla tributação". Igualmente, todas as despesas para a manutenção do patrimônio também poderão ser descontadas, de acordo com o teor do texto apresentado pelo senador.
Paulo Paim afirmou que a ideia do seu projeto é redistribuir a riqueza concentrada em uma restrita parcela da população brasileira. "Vários países importantes o utilizam, e não se compreende a resistência encontrada para sua instituição no Brasil. Essa resistência é, regra geral, escudada em supostos entraves de caráter técnico, que mal conseguem disfarçar o viés político", destacou. De acordo com contas feitas pelo seu gabinete, a contribuição poderá render até R$ 50 bilhões em arrecadações ao governo.

Critérios variados

Mas os cálculos sobre possíveis efeitos desse novo imposto são os mais diversos. No início do ano, o mestre em Finanças Públicas e ex-secretário de Finanças na gestão da prefeita Luiza Erundina em São Paulo, Amir Khair, divulgou estudos segundo os quais a taxação dos patrimônios concentrados entre os mais ricos do país poderia vir a render aproximadamente R$ 100 bilhões por ano se aplicada, em uma simulação hipotética, sobre valores superiores R$ 1 milhão. O volume é quase o dobro do estimado por Paulo Paim.
“Quando você tem uma sociedade com má distribuição de riqueza, você tem uma atividade econômica mais frágil. O imposto sobre grandes fortunas teria uma arrecadação semelhante àquela que tinha a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF, que também era chamada de 'imposto do cheque'). Portanto, bem acima até do ajuste fiscal pretendido pelo governo”, disse o especialista.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) também se debruçou sobre o assunto. A pedido de Gleisi, um grupo de analistas legislativos do Congresso fez um levantamento que constatou, em junho passado, que se fosse aplicado um Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) aos 200 mil contribuintes mais ricos do Brasil, o governo poderia arrecadar até R$ 6 bilhões por ano.
Os números tão diferentes têm uma explicação. As prospecções realizadas abrangem tipos de taxações conforme critérios variados. Todos, no entanto, levam à conclusão de que a cobrança deste tributo começa a ser vista como uma necessidade real no país.

Precisão constitucional

Na prática, esse tipo de imposto está previsto na Constituição de 1988, mas não foi instituído até hoje. Há especulações, não confirmadas, de que a equipe econômica estuda a elaboração de projeto sobre o tema como forma de se antecipar a qualquer decisão do Congresso, para que a taxação – se vier a ser decidida - seja feita de uma forma que não espante o mercado financeiro.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem reiterado que a questão precisa ser tratada dentro do caráter “delicado” que exige, porque pode afastar grandes empresários de fazerem negócios e se fixarem no Brasil, levando-os a preferirem se mudar para outros países. Até porque fatores como transferência de recursos para outros países e imóveis declarados abaixo do mercado, segundo Levy, poderiam diminuir drasticamente o volume a ser arrecadado.
Na América do Sul possuem este tipo de imposto Uruguai, Argentina e Colômbia. E na Europa ocidental, apenas Bélgica, Portugal e Reino Unido não o possuem. Exemplos de taxação bem-sucedida sobre grandes fortunas são observadas hoje no Reino Unido e nos EUA, mas ninguém nega: o assunto é complexo e precisa de ampla discussão.

Dilma diz em Milão que objetivo do governo é manter meta fiscal

Presidenta avalia que tem ganhado mais do que perdido em votações no Congresso e descartou haver uma "rebelião": "Há divergências. A gente perde umas e ganha outras"
por Carolina Gonçalves, da Agência Brasil publicado 11/07/2015 11:39
ROBERTO STUCKERT FILHO/PR
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Presidenta concedeu entrevista coletiva durante visita ao Pavilhão Brasil na Expo Milão 2015
A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (11), em Milão, na Itália, que o governo tem ganhado mais do que perdido com os resultados de votações de matérias de interesse do Executivo no Congresso Nacional e descartou que haja uma “rebelião” do Parlamento. “Eu não chamo de rebelião votação no Congresso em que há divergências. A gente perde umas e ganha outras”, afirmou.
Dilma ressaltou que o debate de opiniões é característico da democracia e que não é possível apostar na vitória em todas as matérias de interesse de um governo. “Nos (países) mais democráticos é que se torna mais complexa a aprovação, não é? Nos mais democráticos, onde há liberdade de opinião, onde há uma ampla manifestação de opiniões, como é o caso dos Estados Unidos.”
As declarações foram feitas depois da visita da presidenta ao Pavilhão do Brasil na Expo Milão 2015, que tem como tema “Alimentar o Planeta - Energia para a Vida”. Dilma, que elogiou a feira, caminhou sobre uma rede instalada no pavilhão para representar a integração de produtores, e relatou ter sido uma missão “dificílima”. Perguntada se a experiência pode ser uma metáfora ao seu segundo mandato, a presidenta descartou semelhanças.
“Eu acho que o meu mandato é, eu diria assim, mais firme do que essa rede”, assegurou. Em seguida, a presidenta relatou mais sobre a experiência e completou: “Não cai não. Mas a gente, sempre, para não cair, tem se ser ajudada, não é?”, disse Dilma.
Perguntada sobre a possível revisão da meta de superávit primário – economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida pública –, a presidenta afirmou que o objetivo é manter a meta. “Não houve nenhuma decisão, o Planejamento não está ainda colocando isso, de maneira alguma. Agora, a gente avalia sempre, e vamos fazer todos os esforços para manter a meta.”
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que a equipe econômica esteja analisando uma proposta de revisão, mas, no Congresso Nacional, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) defendeu a redução da meta de 1,1% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB).
Nos próximos dias, Dilma deve decidir como vai se posicionar sobre temas aprovados pelo Congresso, um deles é o projeto de lei da Câmara que estabelece reajuste escalonado, em média de 59,49%, para os servidores do Poder Judiciário. As matérias, que passam pelas duas Casas legislativas, ainda precisam ser analisadas pelo Planalto, que pode vetar total ou parcialmente os textos. O reajuste foi uma das bandeiras do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, quando assumiu a Corte. Ele conseguiu uma reunião reservada durante a viagem da presidenta à Europa, quando trataram de diversos assuntos.
“Todo mundo sabe, ele pleiteia que não haja veto. No entanto, nós estamos avaliando, porque é impossível o Brasil sustentar um reajuste daquelas proporções. Nem em momentos de grande crescimento se consegue garantir reajustes de 70%, muito menos em um momento em que o Brasil precisa de fazer um grande esforço para voltar a crescer”, afirmou.
Na Itália, onde passou pouco mais de um dia, depois de participar, em Ufá, na Rússia, da cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a presidenta visitou Roma, onde se encontrou com o primeiro-ministro do país, Matteo Renzi, e hoje está em Milão. Dilma disse que a visita foi produtiva e que estreitou relações entre os dois países.


Diretores da ucraniana Antonov se reúnem com o Prefeito

por Secom
07/07/2015 21:37
Encontro tratou da instalação da empresa em Ilhéus, que representa um investimento de 130 milhões de dólares
O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, reuniu-se, nesta terça-feira, 7 de julho, no Palácio Paranaguá, sede da administração municipal, com o diretor-geral e o chefe do Departamento de Designer da indústria de aeronaves ucraniana Antonov, Vasil Belinskiy e Sergey Fedorov, que visitaram a cidade para uma visita de reconhecimento ao local onde planejam instalar uma unidade de produção e o centro de pesquisa da empresa.
O encontro contou com a participação do diretor da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Ilhéus, Otávio Pimentel, do superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Paulo Guimarães, o empresário Arimar Leijoto, sócio da Antonov no Brasil, e o vice-prefeito Carlos Machado (Cacá).
Segundo o prefeito Jabes Ribeiro, a visita dos empresários torna clara a intenção da indústria ucraniana em se instalar na Bahia, especificamente em Ilhéus. “Essas conversas foram iniciadas há cerca de quatro meses e hoje tivemos aqui mais uma demonstração da vontade de se investir em nossa cidade”. Ribeiro destacou o pacote de obras estruturantes que o município deve receber nos próximos anos, a exemplo do Porto Sul, Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), novo aeroporto e da existência da Zona de Processamento de Exportações, que é mais um atrativo à empresa.
Visita – Durante a visita à cidade, os empresários conheceram o Distrito Industrial, no Bairro do Iguape, na zona norte; o porto do Malhado, pontos históricos e as áreas onde deverão ser instalados o Porto Sul, no distrito de Aritaguá, o novo aeroporto, na Rodovia Jorge Amado (BR-415), e o terreno da Zona de Processamento de Exportação, na Rodovia Ilhéus-Uruçuca.
O diretor-geral da Antonov, Vasil Belinsky, explicou que o projeto de instalação no Brasil não se trata de simples expansão de mercado, mas da transferência integral da montagem de aeronaves para Ilhéus. De acordo com Belinsky, deverá ser produzido, em solo brasileiro, o AN 38-100, um bimotor com capacidade para 27 passageiros, para o qual não há concorrentes nos mercados da América do Sul, Estados Unidos e África.
O superintendente de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Paulo Guimarães, expôs aos empresários ucranianos os potenciais da indústria existente na Bahia, ao citar projetos da Ford que são executados em todo o mundo e desenvolvidos na unidade de Camaçari. “Da mesma forma que a Bahia conseguiu atrair esse tipo de indústria para a Região Metropolitana de Salvador, o governo do Estado tem a intenção de espalhar esse mercado pelo interior e começaremos aqui por Ilhéus, com os incentivos à vinda da Antonov”, enfatizou.
Produção – O chefe do departamento de designer da Antonov, Sergey Fedorov, estima que, para a transferência da tecnologia e equipamentos, instalação, adequação dos projetos, preparação de mão de obra e funcionamento da indústria, será necessário investimento de 130 milhões de dólares, para os quais já há investidores interessados. Em pleno funcionamento, a unidade de Ilhéus produzirá, no mínimo, 28 aeronaves por ano. Ele calcula que, após a superação dos trâmites burocráticos, a empresa possa concluir sua instalação em três anos e meio.
Em Brasília – Os empresários ucranianos, acompanhados do prefeito Jabes Ribeiro, serão recebidos, na próxima segunda-feira, 13, pelo Ministro da Defesa e ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, um entusiasta da iniciativa de instalação da indústria em Ilhéus.
Criada em 1946, a Antonov está presente em 76 países, emprega uma média de 12 mil trabalhadores, direta e indiretamente. A indústria Antonov já produziu mais de 20 mil aeronoaves, inclusive, o maior avião da história, o lendário Antonov An-225 Mriya.
ZPE - As ZPEs tornaram essenciais para políticas comerciais e de investimento em regiões da Ásia e América Latina, que passaram do modelo de importação para o de crescimento econômico baseado na exportação com uma economia mais aberta. Localizada na Rodovia Ilhéus – Uruçuca, KM 12 (BA 262), com um terreno de 2.250 mil m², tendo seu projeto com 9.500m² de área construída, na qual já foi aprovado o projeto arquitetônico, alvará de construção e licença ambiental. A ZPE Ilhéus também contará com o fácil acesso ao Complexo Industrial de Ilhéus.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

‘Eduardo Cunha é um bandido político’, diz Leonardo Boff

por Marco Weissheimer, do Sul21 publicado 06/07/2015 12:01
GUILHERME SANTOS/SUL21
Leonardo Boff
"Temos, na maioria, deputados com pouca ou nenhuma ligação com projeto de nação, medíocres, ligados a grandes corporações”
Porto Alegre – A ofensiva conservadora atualmente em curso no Brasil faz parte de um processo mundial de rearticulação da direita e representa um perigo real para a democracia e os direitos. No caso brasileiro, essa rearticulação conservadora também é uma reação das classes dominantes que não se conformam com a centralidade que a agenda social adquiriu nos últimos anos e com a ascensão social de cerca de 40 milhões de pessoas. Um dos principais expoentes dessa ofensiva, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é um bandido político que não respeita a Constituição e tem como objetivo, no final de seu mandato, propor a instauração do parlamentarismo e virar primeiro-ministro. A avaliação é do teólogo e escritor Leonardo Boff, que esteve em Porto Alegre no sábado (4), para ministrar uma aula pública sobre direitos humanos.
"Vejo esse quadro com preocupação, é um quadro sistêmico. Ocorre nos EUA, Europa, América Latina. Essa etapa das democracias novas, de cunho popular e republicano, surgidas depois das ditaduras, estão recebendo os impactos da ofensiva da direta, que está se organizando em nível mundial. Isso é perigoso"
Intitulada “Expressões sobre Direitos Humanos: Mais Amor, Mais Democracia”, a aula pública reuniu centenas de pessoas no Parque da Redenção, na tarde fria de sábado. Após a aula, Leonardo Boff conversou com o portal Sul21, no Hotel Everest, sobre a atual conjuntura política do país e defendeu que, diante da ofensiva conservadora no curso, é preciso travar, em primeiro lugar, uma batalha ideológica sobre que tipo de Brasil queremos: “Um Brasil como um agregado subalterno de um projeto imperial, ou um Brasil que tem condições de ter um projeto nacional sustentável próprio. Temos um grande embate a travar em torno dessa ideia. Acho que esse será também o tema central das próximas eleições”, diz Boff. A seguir, um resumo dos principais momentos da conversa de Leonardo Boff com o Sul21:

Ofensiva conservadora em nível mundial

“Vejo esse quadro com preocupação, pois é um quadro sistêmico. Ocorre também nos Estados Unidos, na Europa, em toda a América Latina. Acabo de vir de um congresso que contou com a presença de representantes das esquerdas de toda a América Latina e todos foram unânimes em dizer que essa etapa das democracias novas, de cunho popular e republicano, que surgiram depois das ditaduras, estão recebendo os impactos dessa ofensiva da direta, organizada e financiada também a partir do Pentágono. Essa direita está se organizando em nível mundial. Isso é perigoso. A história já mostrou que, depois que a direita se organiza, surgem fenômenos de caráter fascista e nazista, surgem regimes autoritários que buscam impor ordem e disciplina”.
“Eu não tenho muito medo no caso do Brasil. Acho que aqui nós conseguimos uma ampla base social de movimentos organizados e um núcleo de pensamento analítico político que resiste vigorosamente, mas enfrenta a resistência da grande mídia que, de forma sistemática sustenta teses conservadoras e reacionárias, em consonância com a estratégia traçada pelo Pentágono em nível mundial. O objetivo central dessa estratégia é: um mundo, um império. Todos têm que se alinhar aos ditames desse império, que não tolera a existência de alguma força capaz de enfrentá-lo. O grande medo dos Estados Unidos é com a China, que está cercada por três grandes porta-aviões, cada um deles com um poder de fogo equivalente ao utilizado em toda a Segunda Guerra Mundial, com ogivas nucleares e submarinos atômicos de apoio, entre outras coisas. Isso nos mete medo, pois pode levar a um enfrentamento, senão global, de guerras regionais, com grande potencial de devastação”.
“No que nos diz respeito mais direito mais diretamente o grande problema é que os Estados Unidos não toleram a existência de uma grande nação no Atlântico Sul, com soberania e um projeto autônomo de desenvolvimento, que às vezes pode ser conflitivo com os interesses de Washington. O Brasil está mantendo essa atitude soberana e isso causa preocupação a eles, pois a economia futura será baseada naqueles países que têm abundância de bens e serviços naturais, como água, sementes, produção de alimentos, energias renováveis. Neste contexto, o Brasil aparece como uma potência primordial, pois tem uma grande riqueza desses bens e serviços essenciais para toda a humanidade”.

GUILHERME SANTOS/SUL21Leonardo Boff
Aula pública de Boff reuniu centenas de pessoas no Parque da Redenção, na tarde fria de sábado (4)
Agenda conservadora no Congresso Nacional

“De modo geral, a sociedade brasileira é conservadora, mas nos últimos anos, especialmente com a resistência à ditadura militar e com o retorno à democracia, se criou um sentido de democracia participaria e republicana, onde o social ganha centralidade e não simplesmente o Estado e o desenvolvimento material e econômico. Incluir aqueles que estiveram sempre excluídos passou a ser um tema central. Isso foi um elemento de progresso e avanço que assustou as classes privilegiadas que perceberam que esses 40 milhões de pessoas estão ocupando um espaço que era exclusivo deles e começam a ameaçar seus privilégios. Os representantes dessas classes não querem que o Estado se defina por políticas sociais, mas sim pelas políticas que, historicamente, sempre beneficiaram as classes dominantes.
Eles conseguiram uma articulação com grandes empresas, com grupos do agronegócio e outros setores para construir uma representação parlamentar. O que vemos hoje é que os sindicatos praticamente não estão representados, os indígenas e negros não estão, o pensamento de esquerda não está. O que temos, na maioria dos casos, são deputados medíocres que representam interesses de grandes corporações nacionais e internacionais, que tem pouca ou nenhuma ligação com um projeto de nação”.
“Diante desse quadro, nós precisamos, em primeiro lugar, travar uma batalha ideológica e debater que tipo de Brasil nós queremos, um Brasil como um agregado subalterno de um projeto imperial, ou um Brasil que tem condições de ter um projeto nacional sustentável próprio. Temos um grande embate a travar em torno dessa ideia. Acho que esse será também o tema central das próximas eleições. O povo não quer perder aquilo que conquistou de benefícios sociais nestes últimos doze anos e quer ampliá-los. Essas conquistas são de Estado, não são mais de governos. Esse embate será muito difícil, mas acho que há um equilíbrio de forças que vai permitir, pelo menos, governos de centro-esquerda, não totalmente de esquerda, pois creio que não há condições para isso hoje”.

Sobre Eduardo Cunha, presidente da Câmara

“Em primeiro ligar, acho que é um bandido político. Sempre foi conhecido assim no Rio. Um jornalista do Globo fala dele como “a coisa má”. É um homem extremamente sedutor, não respeita lei nenhuma, tem dezenas de processos de corrupção contra ele, mas consegue manipular de tal maneira os poderes que sempre consegue prolongar sua vida. É alguém que não tem nenhum respeito à Constituição e atropela normas do Congresso como bem entende. Creio que a pretensão dele, no final dessa legislatura, é propor o parlamentarismo para ele ser o primeiro ministro, já que não poderá ser presidente pela via eleitoral. É uma pessoa extremamente ambiciosa, manipuladora, inescrupulosa, sem qualquer sentido ético e um fundamentalista religioso conservador e de direita”.

O crescimento do fundamentalismo religioso

“Acho que essas bancadas evangélicas fundamentalistas que se espalham pelo país são formações em si legítimas, uma vez que são eleitas, mas ilegítimas na medida em que não se inscrevem dentro do quadro democrático. Querem impor a sua visão sobre a família, a ética individual e pública para toda a sociedade brasileira. O correto seria eles terem o direito de apresentar a própria opinião para ser debatida e confrontada com outras opiniões, respeitando as decisões coletivas. Mas eles querem impor a opinião deles como a única verdadeira e difamar e combater pelos púlpitos qualquer outra alternativa. Acho que devemos atacá-los pelo lado da Constituição e da democracia e enquadrá-los dentro da democracia, pois são pessoas autoritárias e destruidoras de qualquer tipo de consenso que nasce do diálogo”.
Leonardo Boff
“O povo, com justiça, fica desolado. A gente sabe que a Dilma é ética e não cometeu malfeitos, mas tomou medidas na direção contrária do que pregava. Então é uma contradição visível que não requer muita análise para mostrar.

Sobre o governo Dilma

“Acho que a campanha da Dilma foi mal conduzida. Tudo aquilo que ela combatia, que seriam medidas neoliberais, a primeira coisa que fez, sem discutir com o povo brasileiro, com os sindicatos e sua base de apoio, foi aplicá-las diretamente. Neste sentido, ela decepcionou a todos nós que apoiamos a sua candidatura e o povo é suficientemente inteligente para perceber que houve um engodo. Por outro lado, cabe reconhecer que há uma crise que não é só brasileira, mas mundial, que afeta gravemente países como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, com níveis de desemprego e de dissolução social muito mais graves do que os nossos”.
“Então, estamos diante de um problema sistêmico, não só brasileiro, mas aqui ele ganhou conotações muito específicas porque o PT tinha um projeto progressista de centro-esquerda, de apoio aos movimentos sociais, comprometido a não tocar em direitos dos trabalhadores e pensionistas. E o governo acabou tomando medidas que considero injustas, pois colocou a carga principal da crise sobre os ombros os trabalhadores e pensionistas, e não em cima dos grandes capitais, das grandes heranças e do sistema financeiro dos bancos. Estes setores foram poupadas e isso eu acho uma injustiça e uma indignidade”.
“Então, o povo, com justiça, fica desolado. A gente sabe que a Dilma é ética e não cometeu malfeitos, mas tomou medidas na direção contrária do que pregava. Então é uma contradição visível que não requer muita análise para mostrar. Ela dizia que nem que a vaca tussa iria mexer em direitos, e a primeira coisa que fez foi mexer no seguro-desemprego e nas pensões. Houve uma quebra da confiança e, em política, o que conta de verdade é a confiança. Agora, se ela tiver algum sucesso e conseguir não penalizar o país demasiadamente em termos de desemprego e retrocesso no processo produtivo, ela poderá voltar a ganhar confiança, mas é uma conquista muito difícil.”

Barreira é campeão da 1ª Copa Zona Sul de Futebol de Areia ao vencer o União por 5 a 1

A campanha vitoriosa da equipe do Barreira culminou na conquista do titulo de campeão da 1ª Copa Zona Sul de Futebol realizada no bairro Hernani Sá.
 Wellington -3, Carlos Henrique -1 e Kaique -1 marcaram os gols do Barreira.

Wellington Xavier foi eleito o melhor jogador da copa.

Benguê e Moisés foram os artilheiros, marcaram 10 gols.

Hilton Alves foi escolhido o melhor goleiro.

A copa zona sul de futebol de areia, teve o apoio do vereador Roque do Sesp e da diretoria de esporte da associação de moradores do Hernani Sá.
Realização: Liga de Futebol de Areia da Zona Sul.







Ilhéus escolhida como cidade-base para percurso da Tocha Olímpica

por Secom
03/07/2015 15:29
Prefeito Jabes RIbeiro ao lado da Tocha Olímpica.
Ilhéus foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff, durante cerimônia nesta sexta-feira, 03, como uma das 83 cidades brasileiras que serão base para o percurso da tocha das Olimpíadas do Rio 2016. O ato, realizado em Brasília, contou com a participação do prefeito Jabes Ribeiro, que foi convidado pelo Comitê Organizador dos Jogos.
De acordo com o informado pelo comitê, a tocha será acesa entre os meses de abril e maio do ano que vem, na tradicional cerimônia realizada em Olímpia, na Grécia. De lá, seguirá para Brasília, de onde partirá o revezamento em solo brasileiro. O percurso deve durar 90 dias, passando por cerca de 300 cidades de todos os estados brasileiros. A tocha será conduzida por cerca de 12 mil pessoas até acender a pira no Maracanã, na cerimônia de abertura do dia 5 de agosto de 2016.
Segundo o prefeito Jabes Ribeiro, a oficialização da cidade como ponto base do percurso é um reconhecimento do comitê organizador à história e cultura de Ilhéus. “Nossa cidade ser escolhida para participar de um evento assistido em todo o mundo é um ganho que não pode ser mensurado, pois teremos uma repercussão internacional do nome de nossa cidade, o que faz essa terra ser ainda mais valorizada”.
Ainda não estão definidos o percurso e a data em que a tocha estará em Ilhéus. Em visitas anteriores à cidade, representantes do Comitê Organizador estiveram em locais em que o símbolo poderá ser levado, como o Mirante da Piedade, em trilhas rurais por fazendas de cacau e na orla da Avenida Soares Lopes. Além de Ilhéus, a tocha olímpica passará por outras cidades baianas, como Salvador, Vitória da Conquista, Valença, Senhor do Bomfim, Paulo Afonso e Porto Seguro.
Tocha - Produzida de alumínio reciclado, a tocha tem como inovação o movimento automático realizado por suas linhas no momento de passagem da chama olímpica. O formato também foi cuidadosamente trabalhado para facilitar a pegada e a condução durante a maratona do revezamento, que contará com a participação de cerca de 12 mil pessoas, entre atletas, autoridades, personalidades e selecionados em concursos de patrocinadores.
O desenho foi o resultado de um processo de seleção nacional com 76 inscritos, que culminou na reunião de uma Comissão Julgadora multidisciplinar, formada por 11 membros reconhecidos por sua experiência na criação de produtos ou por seu destaque no Movimento Olímpico.