19/10/2011 - 18h44
Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Dono da empresa pernambucana envolvida com a importação de lixo hospitalar norte-americano, o empresário Altair Teixeira de Moura prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em Caruaru (PE), na tarde de hoje (19). Os delegados responsáveis pelo inquérito, Humberto Freire e Marcelo Aires, darão uma entrevista coletiva ainda hoje para falar sobre o caso.
Moura é dono da companhia Na Intimidade, que funciona com o nome fantasia Império do Forro de Bolso. Uma loja e dois galpões da empresa em Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru foram interditados esta semana. Nos locais foram encontradas toneladas de tecido com a identificação de hospitais norte-americanos e manchas que podem ser de sangue.
As autoridades investigam se o material é parte da carga dos seis contêineres que, segundo a Receita Federal, a Império do Forro recebeu desde o início do ano e que passaram pela alfândega brasileira sem ser inspecionada.
O tecido encontrado nos galpões e na loja da companhia é semelhante às mais de 46 toneladas de lençóis, fronhas, toalhas de banho, batas, pijamas e roupas de bebês encontradas nos dois contêineres que a Receita Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apreenderam na última sexta-feira (14), no Porto de Suape.
Além de ser proprietário da Império do Forro, Moura aparece, na internet, como responsável e contato de outra empresa importadora de tecidos também instalada em Santa Cruz do Capibaribe, a Forrozão dos Retalhos. De acordo com o cadastro de empresas importadoras disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, a Forrozão importou tecido dos Estados Unidos entre o2001 e 2009. Já a Império do Forro começou a operar em 2009.
A PF entrou no caso ontem (18), após o Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco requisitar a abertura de inquérito para investigar a importação do lixo hospitalar. A procuradora da República Carolina de Gusmão Furtado também abriu uma investigação administrativa para decidir se cabem medidas cíveis ambientais. Já o Ministério Público do Trabalho investiga as denúncias de que, além de não fornecer equipamentos de proteção individual aos seus empregados, a Império do Forro empregava crianças.
Edição: João Carlos Rodrigues
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