terça-feira, 9 de novembro de 2010

Operação Teníase desarticula quadrilha que fraudava Previdência no Rio


Ter, 09 Nov, 12h21
RIO - A Polícia Federal realiza nesta terça-feira a Operação Teníase para desarticular quadrilhas que obtinham benefícios irregulares nas agências da previdência social no estado do Rio. Até o momento, foram cumpridos 30 mandados de prisão, 81 de busca e apreensão, além da apreensão de R$ 40 mil na casa de um servidor do INSS.

O grupo atuava em agências do Bairro de Fátima (Niterói), Copacabana, Cosme Velho, Itaboraí e Teresópolis. Segundo a apuração preliminar, o esquema teria gerado prejuízos de pelo menos R$ 7 milhões por mês.

De acordo com denúncias do Ministério Público Federal, servidores da Previdência Social aceitavam o pagamento de propina em troca da concessão de benefícios. As irregularidades envolviam o uso de empresas de fachada por meio das quais os fraudadores simulavam o preenchimento dos requisitos para a concessão da aposentadoria. As fraudes também incluíam os benefícios de auxílio-doença e pensão por morte.

- É impressionante como alguns servidores denunciados agora pelo MPF já tinham sido investigados e detidos em outras ocasiões e voltaram a cometer os mesmos crimes. A articulação das quadrilhas é complexa, então foi preciso oferecer 16 denúncias para detalhar o envolvimento de cada criminoso - afirma o procurador da República Carlos Alberto Aguiar.

Os réus vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos e estelionato e estarão sujeitos a penas que, somadas, podem alcançar mais de 30 anos.
As investigações foram conduzidas pelo delegado de Polícia Federal Fernando Cesar Araujo Ferreira, que elaborou relatório com mais de 500 páginas em que foram apontados 139 fatos criminosos.

- (Os servidores) atuam como se a Previdência Social fosse um grande 'Bancão de Negócios' ou uma 'empresa privada' cujo objeto empresarial seria a negociação de 'produtos' (os benefícios previdenciários), vendidos pelos 'funcionários da empresa' (os servidores do INSS), que se valem da intermediação de 'representantes de vendas' (advogados, intermediários e despachantes), a 'clientes' que seriam os segurados da Previdência Social - afirmou Fernando Cesar.

Para cumprir os mandados de prisão e de busca e apreensão, a PF destacou 281 policiais e 75 viaturas, além de 16 servidores do Ministério da Previdência Social.
A Operação Teníase recebeu esse nome em alusão à doença causada pela parasita Tênia, que absorve os nutrientes absorvidos pelo humano hospedeiro.
Fonte: Yahoo! notícias Brasil

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