quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Prisões de policias grevistas continuam na Bahia
Sul da Bahia tem 12 presos pelo motim da Polícia Militar Acusados de vandalismo durante o movimento, que durou 11 dias. Eles foram detidos por determinação do juiz da Justiça Militar Paulo Roberto Santos de Oliveira.
De Itabuna foram presos José Januário Neto, José Roberto dos Santos, Márcia Batista de Oliveira, Renata Tereza Brandão Meireles e Valéria Rodrigues Morais Silva e Wadson Andrade.
Os detidos em Ilhéus foram Fábio Alves de Oliveira, Flávio Rogério de Souza, Fábio Dourado, Jaílson Eça Brito, Robson Francisco Santana e Valquer Cerqueira. Eles eram da elite da polícia no município.
Os seis integram a Rondesp, Companhia de Rondas Especiais de Ilhéus. De acordo com o comando de Policiamento da Região Sul, os policiais cometeram uma série de crimes, inclusive uso indevido de armas.
Eles estão presos no Batalhão de Choque da Corporação, em Lauro de Freitas. A polícia ainda tenta prender o líder do movimento em Ilhéus, o soldado Augusto Júnior, considerado foragido.
Já os policiais de Itabuna estão detidos no 15º Batalhão da Polícia Militar. Para a Associação dos Praças da Polícia Militar, as prisões são "injustas" porque os policiais não participaram de ato de vandalismo.
Para a entidade, o governador Jaques Wagner está descumprindo a promessa de não punir os policiais que participaram do movimento de maneira pacífica. O advogado da Associação pediu o relaxamento das prisões.
Já Corregedoria da Polícia Militar instaurou processos administrativos para investigar os crimes praticados pelos soldados durante o motim. Doisde Feira de Santana e um Jequié também foram detidos.
“Queimar viaturas”
Na noite de quarta-feira, 15, a Polícia Federal prendeu em Vitória da Conquista o ex-policial militar David Salomão, aquele que foi flagrado num telefonema em que anunciava a queima de carretas na BR-242.
Ele se junta ao líder do motim, Marco Prisco, e a outros 17 policiais militares que foram além da paralisação pacífica, todos detidos em quartéis. Mas ainda existem 12 mandados de prisão a ser cumpridos.
Com os amotinados presos antes, já são 24 os detidos por ordem da Justiça Militar. Eles responderão por sequestro e destruição de patrimônio público, formação de quadrilha, vandalismo e porte ilegal de armas.
Um dos presos é o cabo Jeoás Nascimento, vice-presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), que se entregou no Rio Grande do Norte.
Em Feira de Santana, foram detidos Alexandre Gabriel Carvalho e Aretuza Pereira dos Santos. Todos estão na Coordenadoria de Custódia Provisória da PM, em Lauro de Freitas.
O artigo 149 do Código Penal Militar dispõe sobre crimes em tempos de paz e contra autoridades, como reunião para agir “contra a ordem recebida de superior ou negando-se a cumpri-la; recusando à obediência superior”.
Outro ítem é “ocupar quartel, fortaleza ou estabelecimento militar”. As penas vão de reclusão de quatro a oito anos com aumento de um terço para os líderes, até 20 anos de prisão, em caso de ação armada.
O governador Jaques Wagner já tinha avisado que os amotinados pacíficos não receberiam punição alguma, mas os que prenderam viaturas, impediram entrada em quartel, fizeram carreata com viaturas ou vandalismo serão punidos.
“O ato é criminoso”, resumiu Wagner. O capitão Marcelo Pita explicou que “se você apenas faltou ao serviço e se manteve em uma linha de não impedir que o colega trabalhasse, tudo bem”.
Fonte: Jornal A Região
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