17/11/2011 - 18h27
Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – O julgamento do jornalista norte-americano Joe Sharkey, que estava no Legacy, que se chocou com o Boeing da Gol em 2006, matando 155 pessoas, foi interrompido hoje (17), após pedido de vista do desembargador José Augusto Gomes, da 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. O pedido de vista foi feito quando dois dos três desembargadores manifestaram votos favoráveis à condenação do jornalista.
Sharkey fez duras críticas ao povo brasileiro, levando Rosane Gutjahr, que perdeu o marido na tragédia, movesse uma ação cível contra o jornalista. Se for condenado, ele terá que doar R$ 50 mil a uma instituição de caridade do Paraná e se retratar nos mesmos meios de comunicação nos quais foram publicadas as críticas contra o Brasil. Segundo ela, que representa a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907, o jornalista praticou um ato de racismo, ferindo a dignidade dos brasileiros.
“O Brasil é um lugar onde as autoridades instáveis lutam para se eximir da culpa, escreveu Sharkey, utilizando a grosseira expressão 'cover their butts', além de chamar o nosso país de 'crazy land' [terra maluca]. O blogueiro também permitiu a postagem em seu blog de críticas severas ao povo brasileiro, feitas por leitores, com declarações como 'os brasileiros são mais idiotas que os idiotas'”, relata Rosane Gutjahr na ação.
Uma nova audiência está marcada para o dia 1º de dezembro, mas, segundo o advogado Dante D’Aquino, da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907, a sentença não pode ser revertida. “Serão 2 votos contra 1, caso o desembargador que pediu vista vote pela absolvição”, disse.
O processo está em trâmite contra o blogueiro desde 2008. D’Aquino, explicou que o tribunal, acolhendo os argumentos do recurso apresentado, reverteu a decisão de primeira instância para condenar Joe Sharkey.
Edição: Aécio Amado
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