Escrito por Aldircemiro Duarte - MIRINHO
Ter, 15 de Novembro de 2011 21:52
As revelações trazidas ao conhecimento público sobre irregularidades e ilicitudes constatadas na Pasta da Saúde Municipal de Ilhéus são realmente estarrecedoras. Não se justifica dar tempo ao governo municipal para fazer “rebocos” ou remendos, onde em 04(quatro) anos brincou de “politicar” expondo em risco a vida da população.
O momento é de ultimato: Ou, o governo Newton começa a adotar efetivas, emergentes e convincentes medidas de impactos voltadas para sanear a Pasta da Saúde, revitalizando-a, ou, é melhor pedir o seu boné e dizer adeus, porque, tudo de ruim que acontecer com a vida da população ele será responsabilizado, tendo em vista que na hora “H” todos vão pular do barco e o discurso de que “o problema é antigo e não conseguimos solucioná-lo” já vem sendo ensaiado há tempos.
Morre-se nas filas esperando atendimento médico. Morre-se nas filas aguardando-se data para se fazer exames laboratoriais dos mais simples, aos mais complexos. Faltam medicamentos, equipamentos e instrumentos de suportes, indispensáveis ao atendimento minimamente sofrível a população, principalmente a mais carente, que constitui a maioria.
Falta coragem ao Poder Público: É a politicagem sobrepondo ao direito fundamental e inviolável do homem: A VIDA. Assim preconiza o art. 5º da Constituição Federal expresso em cláusula pétrea imodificável.
Abramos um parêntese para registrar que uma avaliação justa sobre o atendimento do Hospital Regional somente seria possível se os hospitais, as clinicas conveniadas e os postos de saúde estivessem funcionando regularmente, porque dessa forma teríamos condições de medir o desempenho individual de cada um desses organismos no cumprimento das suas tarefas. Mas, não estão. Assim, o Hospital Regional vem absorvendo toda a demanda e assumindo o peso e o ônus decorrentes das falhas, dos erros, da inoperância e da irresponsabilidade da Saúde Municipal.
Essa é a nossa visão crítica da situação, uma vez que sempre nos posicionamos de maneira imparcial e temos criticado ferrenhamente aquele nosocômio, o que não nos impede de reconhecer que em razão do caos da saúde municipal, o Hospital Regional tem atendido a população sufocadamente, mas tem atendido e salvado vidas.
O Município de Ilhéus como vem conduzindo a Pasta da Saúde pratica ações análogas ao da MISTANÁSIA também chamada de EUTANÁSIA SOCIAL, ou A MORTE DOS POBRES vítimas da falta de assistência médica. Segundo o seu autor Leonard Martin “é uma categoria que nos permite levar a sério o fenômeno da maldade humana”, ao focalizar três situações: “ primeiro, a grande massa de doentes e deficientes que por motivos políticos, sociais e econômicos, não chegam a ser pacientes, pois não conseguem ingressar efetivamente no sistema de atendimento médico; segundo, os doentes que conseguem ser pacientes para, em seguida, se tornar vítimas de erro médico e terceiro, os pacientes que acabam sendo vítimas de má-prática por motivos econômicos, científicos ou sociopolíticos”.
Enquanto o Município pratica a “eutanásia social”, a Câmara Municipal de Ilhéus funciona como um cemitério, onde são sepultados os descalabros, os escândalos de desvios e de ilegalidades, ante o silêncio tumular da maioria esmagadora dos seus edis, verdadeiros coveiros, que aceitam essa situação como “catendes” do Executivo Municipal, em troca da mantença de cargos de afilhados e de “apaniguados” contribuindo decisivamente para esse quadro desolador.
Defendemos o exercício de cargos públicos por pessoas capacitadas e aptas, desde que dosado adequadamente o seu número em um quadro enxuto e produtivo, posto que, as informações que nos são chegadas é que além do despreparo da maioria que parece trabalhar, atrapalhando a minoria que trabalha corretamente, ainda se conta com fantasmas, tornando, assim, o quadro da Saúde de Ilhéus excessivamente inchado, morbidamente obeso, justificando esse fenômeno como uma das causas da Mistanásia, ou a Morte dos Pobres.
Não somos partidários de caminhadas sem sentido, nem de mobilizações sem foco. Mesmo porque, é extremamente perigoso que aventureiros da politicagem possam se aproveitar de uma manifestação séria para derramar suas verborréias sustentadas em vãs promessas que dantes não foram cumpridas, mas que nesse momento de vulnerabilidade da Administração Pública os sirva de caminho para auto ressuscitação política.
O dossiê do Capitão Barreto. O Relatório do ex-Secretário Uildson. A Auditoria SESAB são documentos que subsidiará o Prefeito na adoção das medidas que deve adotar. Se ele quiser.
Entretanto, se o prefeito Newton Lima não se posicionar convincentemente sobre a Saúde Municipal, apresentando medidas emergentes e eficazes, não restará aos segmentos sociais, outra opção, senão discutirem a possibilidade de se organizarem em uma grande manifestação pública, com nomes e caras, para pedir o seu impeachment. Razão e motivos existem demais: O direito à vida com Saúde é um deles.
Isso ocorrendo, o prefeito não irá sozinho, porque alguns edis poderão acompanhá-lo, por conivência, conveniência e omissão.
Sobreleva-nos registrar que não estamos contestando nomes que figuram no quadro da Saúde. São cargos de confiança do prefeito e a ele caberá decidir sobre quem fica, ou sobre quem sai. A nós, como credores de uma política de Saúde cabe-nos cobrar e exigir do Prefeito a prestação eficiente desse serviço, sob pena de como outorgantes dos poderes dos quais ele está investido, usarmos dos meios legais e democráticos para pedirmos a revogação desses poderes que o conferimos através do voto.
É preciso que cuidemos da nossa Saúde como um problema de responsabilidade de gestão municipal, que depende da ajuda do governo estadual, evitando canonização de “santos vivos”. Portanto, de nada adiantará o discurso de que o governador Jaques Wagner vai ressuscitar a Saúde de Ilhéus, porque além de não ter sustentação na verdade, diante da gravidade, se não houver reversão do seu quadro, comprometerá a imagem do governador. O estrelismo exacerbado é papo que não come mais ninguém, principalmente quando se constata a infinita distância entre o discurso e a realidade do que não se faz, nem do que não foi feito.
Registre-se: não somos oposicionistas, só não somos subservientes. Quando dói a gente grita. Não importa Partido, porque é regra o cumprimento do dever.
A estrela guia da Saúde de Ilhéus ainda não brilhou, tem lume de lamparina, tem cor de luz, mas não alumia.
O governo Newton Lima em razão da sua inoperância e do seu distanciamento dos segmentos sociais, que padecem cá, na ponta, os efeitos do caos instalado na Saúde Municipal tem estimulado a Comoção Social prestes a explodir nas ruas.
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