A Comissão Especial do Complexo Intermodal e Ferrovia de Integração Oeste Leste/Porto Sul se reuniu ontem, 4, no final da tarde, com Clóvis Torres, vice-presidente da Bahia Mineração – Bamin, mineradora responsável pela construção do Porto Sul. O objetivo foi obter mais detalhes sobre o projeto, que tem causado polêmica em organizações ambientalistas e, ao mesmo tempo, gerado grande expectativa na população de Ilhéus e municípios da região devido ao desenvolvimento sócio econômico que vai gerar.
Essa foi a primeira de uma série de reuniões que a Comissão Porto Sul pretende realizar no intuito de ajudar a resolver entraves que retardam a construção do porto no norte de Ilhéus. Na presença de oito parlamentares, o vice-presidente da Bamin detalhou o projeto que envolve recursos da ordem de R$ 4 bilhões, sendo R$ 1 bilhão apenas para a contrução e implantação do Porto Sul. Segundo Clóvis Torres, a mineradora está realizando estudos complementares de impacto ambiental, a pedido do Ibama. O porto servirá para escoar a produção estimada de 19,5 milhões de toneladas de ferro/ano extraído em Caetité.
Augusto Castro (PSDB) ressaltou sua preocupação com a possibilidade de as obras serem inviabilizadas a partir da intervenção do Ministério Público Federal: “ A região sul tem uma expectativa muito grande e seria um problema se parar”. O vice-presidente da Bamin disse que o porto terá que sair de qualquer forma. Se não em Ponta da Tulha, em outro lugar que seja apontado como viável pelo Ibama. “ Não somos como a Ford, que pode mudar a fábrica para qualquer estado. O minério está em Caetité e temos que garantir seu escoamento”, argumentou.
A presidente da Comissão Porto Sul, deputada Ivana Bastos (PMDB), informou que na próxima quarta-feira o colegiado definirá as datas de audiências públicas em Ilhéus, Caetité e Barreiras. Também será realizada visita à Valec, responsável pela Ferrovia de Integração Oeste Leste. A comissão está tentando agendar a ida de secretários do governo à Assembleia Legislativa, mas nenhuma data ainda foi fechada, segundo o deputado Rosemberg Pinto (PT), que ficou responsável por este agendamento.
Os parlamentares, de diversos partidos, argumentaram que querem o desenvolvimento que será propiciado pelo Complexo Intermodal ( Porto Sul e Ferrovia de Integração Oeste Leste), mas é necessário que este chegue assegurando o menor impacto ambiental possível. A previsão é de que sejam gerados 8 mil empregos no período da obra. Desses, há o compromisso de que 60% sejam baianos e da região Sul. Para garantir a capacitação, explicou Torres, a Bamin capacitará 5.500 pessoas através do programa Mina de Talentos. Quando o porto estiver em operação a estimativa é de que 1.800 empregos sejam gerados.
Participaram da reunião Ivana Bastos, Augusto Castro, Rosemberg Pinto, Coronel Gilberto Santana (PTN), Herbert Barbosa(DEM) e Maria Del Carmen (PT), pela Comissão Porto Sul. Também estiveram presentes a deputada Angela Sousa (PSC ), presidente da Comissão de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, e Adolfo Viana (PSDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos – comissões que pretendem discutir as questões referentes ao porto sul com a comissão especial.
Instalada há um mês por iniciativa do deputado Augusto Castro (PSDB) a comissão, também conhecida como Comissão do Porto Sul, tem os trabalhos conduzidos pela deputada Ivana Bastos (PMDB), como presidente, e o deputado Euclides Fernandes ( PDT), como vice-presidente. Também integram a comissão os deputados Rosemberg Pinto (PT), Cláudia Oliveira (PT do B), Bira Coroa (PT), Coronel Gilberto Santana (PTN) e Ronaldo Carletto (PP), como titulares; e Maria Del Carmen (PT), Kelly Magalhães ( PCdoB), Herbert Barbosa (DEM) e Luiz Augusto (PP), como suplentes.
Vanda Amorim
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