quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano de 2010 registrou recorde no preço de alimentos, diz FAO


Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ano de 2010 registrou recorde na elevação de preços dos alimentos em comparação com o período de 2007 a 2009. A conclusão foi divulgada hoje (5) pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (cuja sigla em inglês é FAO). Para os especialistas da entidade, os dados geram preocupação, mas não há indícios de crise à vista. As informações foram confirmadas pela agência de notícias da Organização das Nações Unidas (ONU).

A responsável pelo Escritório Regional para América Latina e Caribe na área de Comércio e Marketing, Ekaterina Krivonos, disse que a conclusão deve servir de alerta às autoridades para que adotem medidas que evitem o agravamento da situação como um todo. De acordo com ela, se não forem adotadas medidas urgentes, o risco é de surgimento de um clima de nervosismo e tensão na população dos países mais pobres.

"Os governos da América Latina e do Caribe têm de se preparar e adotar ações relacionadas ao aumento do nível das reservas de emergência, no caso dos grãos, por exemplo. [Isso] fortalece as redes de segurança social e incentiva o aumento da produtividade e dos investimentos na agricultura”, sugeriu Ekaterina.

Em 2008, o escritório da FAO para a América Latina e o Caribe orientou os líderes políticos a estimular os investimentos em agricultura na região ante a possibilidade de ocorrência de alta de preços dos alimentos na década seguinte. Pelos dados do estudo divulgado hoje, o açúcar e o milho puxaram os preços para cima.

Segundo a pesquisa, que não divulgou percentuais, os preços dos alimentos poderão ficar ainda mais elevados, caso a produção de cereais não aumente em 2011. Em dezembro de 2010, a FAO informou que os preços dos alimentos atingiram o nível mais elevado em 28 meses.

As causas para a alta dos preços são atribuídas a vários fatores, inclusive as condições climáticas adversas – estiagem ou chuva intensa. Áreas de produção traducionais foram atingidas, como a Rússia, a Ucrânia, o Canadá, os Estados Unidos, a Alemanha, a Austrália, o Paquistão e a Argentina, além de países do Sudeste Asiático.

Edição: Nádia Franco

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