Os dados são do
IBGEPublicada
por Cristina Sena às 01:30, 01/02/2014
De 2003 a 2013, a renda da população preta e parda
cresceu 51,4%, enquanto a da população branca aumentou 27,8%, divulgou nesta
quinta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar disso, a renda dos negros ainda corresponde a apenas 57,4% da dos
brancos, percentual maior que os 48,4% de 2003. Nesse período, a renda média
geral da pesquisa subiu 29,6%.
Enquanto a população de cor branca teve rendimento
médio de R$ 2.396,74 em 2013, a população preta e parda recebeu em média R$ 1.374,79
por mês. O valor médio para toda a população das seis regiões metropolitanas
pesquisadas no ano passado foi de R$ 1.929,03. Para a técnica da Coordenação de
Emprego e Renda do IBGE, Adriana Araújo Beringuy, que apresentou a pesquisa, a
retrospectiva dos 11 anos da Pesquisa Mensal do Emprego mostra que houve ganhos
importantes para grupos historicamente mais vulneráveis:
"De fato melhorias têm ocorrido, mas a
diferença ainda é muito importante. A melhoria pode ser atribuida a questões
como escolaridade da população como um todo que vem aumentando, permitindo que
as pessoas obtenham empregos com maiores rendimentos, assim como também ao
aumento do poder aquisitivo da população, que gera um aumento de vagas no
comércio, por exemplo", explicou.
Em 2013, a taxa de desocupação se mantinha maior
para a população preta e parda do que para a população branca. Enquanto o
primeiro grupo partiu de uma taxa de 14,7% em 2003 para uma de 6,4% em 2013, a
do segundo grupo saiu de 10,6% para 4,5%. De 2012 para 2013, o desemprego se
manteve no mesmo valor para os pretos e pardos, e caiu de 4,7% para 4,5% para
os brancos. Apesar disso, nos dez anos, a queda foi de 8,3 pontos percentuais
para a população preta e parda e de 6,1 pontos percentuais para a população
branca.
A diferença entre a renda de homens e mulheres
também foi reduzida, mas persiste. Trabalhadores do sexo feminino ganharam, em
média, o equivalente a 73,6% do que os do sexo masculino receberam em 2013. Em
2003, o percentual era de 70,8%, mas chegou a ser de 70,5% em 2007. O
rendimento real mensal médio das mulheres em 2013 foi de R$ 1.614,95, enquanto
o dos homens foi de R$ 2.195,30.
A taxa de desocupação também é maior entre as mulheres do que entre os homens, com 6,6% contra 4,4%. Em 2003, a taxa para as mulheres era de 15,2%, e, a para os homens, de 10,1%. A maior taxa de desemprego é verificada entre as mulheres negras, para quem o índice chega a 7,9% em 2013 e foi de 18,2% em 2003. As mulheres brancas têm a segunda maior, de 5,4%, e os homens negros, de 5,1%. A dos homens brancos, que era de 8,6% em 2003, caiu para 3,8% em 2013.
São Paulo continua sendo a região metropolitana com
a maior renda média, de R$ 2.051,07, seguida pela do Rio de Janeiro, de R$
2.049,07,de Porto Alegre, de R$ 1.892,83, e pela de Belo Horizonte, de R$
1.877,99. Salvador, com R$ 1.460,68, e Recife, com R$ 1.414,40, possuem os
menores valores médios.
O uso dos termos preto e pardo, empregados pela
matéria, respeita as categorias originais usadas na pesquisa pelo IBGE.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário