Sindicato dos Rodoviários do ABC Paulista contraria vontade da maioria para encerrar greve
03/06/2011 - 14h54
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
A decisão do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC para terminar com a greve de ônibus na região do ABC Paulista, em São Paulo, contrariou a vontade da maioria de seus membros. O sindicato estima que 1.800 pessoas compareceram à assembleia realizada na manhã desta sexta-feira (3) na sede da entidade, em Santo André, e a maioria presente no evento não concordava com a volta ao trabalho.
“Não perguntaram aos funcionários para saber o que eles queriam. O sindicato decidiu e pronto. Vamos voltar a trabalhar, mas com ressalvas, e alguns vão se desfiliar do sindicato”, falou o motorista de Mauá Izaquiel Alves.
A paralisação foi suspensa por uma ordem do TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho), que impunha multa de R$ 200 mil por dia ao sindicato se os funcionários não voltassem ao trabalho. As empresas de ônibus também ameaçaram os trabalhadores de demissão em massa por justa causa se as atividades não fossem retomadas.
“A Justiça determinou reajuste de 7,8% só no salário e no tíquete alimentação. Na nossa assembleia, o sindicato patronal, além de 8% de reajuste salarial, determinou 10% de aumento no tíquete. E a Justiça não olhou para isso. Vamos continuar negociando porque ficamos no prejuízo”, disse o secretário-geral adjunto do sindicato, Ademir José de Souza.
Aos poucos, os trabalhadores voltaram a suas funções e retomaram o funcionamento das 130 linhas que foram paralisadas desde quarta-feira (1º), em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Diadema não foi afetada porque o transporte por ônibus no município é operado apenas pela prefeitura, sem a participação de empresas privadas.
Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), no início da tarde desta sexta-feira que 5 das 19 empresas responsáveis pelo transporte entre a cidade de São Paulo e os municípios do ABC ainda operam parcialmente.
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