Encontros de sindicalistas com Dilma amanhã no Palácio do Planalto ocorre em meio a clima político acirrado entre governo e oposição
Publicado em 05/03/2013, 16:02
Última atualização às 16:02
Na marcha de 2009, redução da jornada era o principal
pedido. De lá para cá, sem que o governo atendesse aos pedidos, a lista
aumentou (Foto: Antonio Cruz. Agência Brasil)
Brasília – Um ano depois do último encontro formal, as centrais
sindicais voltarão a ser recebidas pela presidenta Dilma Rousseff, no
Palácio do Planalto, para retomar o debate sobre uma pauta tornada
pública ainda na campanha de 2010. O clima de reaproximação é temperado
com um cenário pré-eleitoral instalado e declarações mais acirradas
entre representantes do governo e da oposição.
As centrais e os movimentos sociais, que esperam reunir amanhã (6) até 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, esperam que o Executivo olhe suas demandas com mais atenção. Em comum, todos sabem que 2013 é um ano decisivo do ponto de vista econômico e, consequentemente, político.
Um exemplo do tom mais ácido foi o discurso contundente do normalmente contido ministro Gilberto Carvalho, ontem (4), na abertura do congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Falando para os rurais, mas em extensão aos movimentos sociais, dos quais é o principal interlocutor no governo, Carvalho ressaltou a importância de "equilíbrio" nas relações, entre as críticas e a compreensão do projeto político.
Em referência direta à marcha, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que "trabalhador na rua não é problema para o governo". Trata-se, afirmou, de projetos em disputa, e a pressão também é importante para os governantes.
"O único objetivo é a reabertura de negociações", afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas. "Esperamos que essa negociação tenha prazo para começar e para ser desfechada", acrescenta. O sindicalista espera que em 1º de maio, Dia do Trabalho, o governo tenha pelo menos algumas respostas concretas às reivindicações. "Construímos essa pauta em 2010", lembra. "Tivemos uma ou outra vitória importante, como a PLR (isenção do Imposto de Renda em pagamentos de participação nos lucros ou resultados). Mas faltou um olhar mais prioritário para as questões referentes ao mundo do trabalho."
Entre os 11 itens da pauta, destacam-se o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais, mais assentamentos no campo, política de valorização dos aposentados e a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da negociação no setor público. Nesse últimos tema, o governo já discute um projeto, ainda sem prazo para apresentação pública.
Os sindicalistas afirmam que o Brasil cresceu, criou mais empregos, reduziu a pobreza, mas precisa avançar na pauta trabalhista – até para garantir que o crescimento se sustente. O presidente da CUT avalia que 2013 é um "divisor de águas" para o país, que "precisa crescer com mais vigor este ano". Nesse sentido, o trabalho deve ser visto como investimento e não como custo. Ele também espera que, na fase atual do governo Dilma, seja estabelecida uma agenda de reuniões periódicas com as centrais.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a presidenta está com o diálogo "ainda truncado" com os movimentos sociais. "Deixamos a pauta entregue há muito tempo. Essa marcha é para reafirmar reivindicações antigas. A gente espera que ela nos receba e atenda nossos pedidos", diz.
As críticas que podem ser feitas ao governo não podem ser confundidas com mudança de posição, observa o dirigente. "O nosso campo de atuação continua sendo o da presidenta Dilma. Daí a importância de ela nos receber a atender algumas reivindicações. Ela tem de tratar (a pauta) com uma certa prioridade", diz Gomes. Ele acrescenta que são esses movimentos que vão as ruas também para defender o projeto político.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, considera que o diálogo está restabelecido. "O governo não estava falando com o movimento sindical, tomou decisões sem nos ouvir", diz o dirigente, que semana passada foi recebido por Dilma. No início de fevereiro, a presidenta já recebera uma comissão da CUT. "É muito importante que o movimento sindical se articule neste momento", afirma Patah. "A marcha é unitária, a reivindicação é unitária", acrescenta Freitas.
Na abertura do congresso da Contag, em Brasília, alguns dirigentes se mostraram ressabiados com o encontro entre o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos personagens do xadrez da sucessão. A reunião foi realizada em Olinda e teria tratado da medida provisória dos portos.
É a sétima edição da marcha – a última foi realizada quatro anos atrás. Das primeiras edições, surgiu a politica de valorização do salário mínimo.
Os manifestantes vão se encontrar no início da manhã de quarta-feira diante do estádio Mané Garrincha, na região central de Brasília. De lá, seguirão em passeata em direção à Esplanada. Está previsto um ato para o meio-dia diante do Congresso. Uma comissão será recebida por Dilma.
As centrais e os movimentos sociais, que esperam reunir amanhã (6) até 50 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, esperam que o Executivo olhe suas demandas com mais atenção. Em comum, todos sabem que 2013 é um ano decisivo do ponto de vista econômico e, consequentemente, político.
Um exemplo do tom mais ácido foi o discurso contundente do normalmente contido ministro Gilberto Carvalho, ontem (4), na abertura do congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Falando para os rurais, mas em extensão aos movimentos sociais, dos quais é o principal interlocutor no governo, Carvalho ressaltou a importância de "equilíbrio" nas relações, entre as críticas e a compreensão do projeto político.
Em referência direta à marcha, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, disse que "trabalhador na rua não é problema para o governo". Trata-se, afirmou, de projetos em disputa, e a pressão também é importante para os governantes.
"O único objetivo é a reabertura de negociações", afirma o presidente da CUT, Vagner Freitas. "Esperamos que essa negociação tenha prazo para começar e para ser desfechada", acrescenta. O sindicalista espera que em 1º de maio, Dia do Trabalho, o governo tenha pelo menos algumas respostas concretas às reivindicações. "Construímos essa pauta em 2010", lembra. "Tivemos uma ou outra vitória importante, como a PLR (isenção do Imposto de Renda em pagamentos de participação nos lucros ou resultados). Mas faltou um olhar mais prioritário para as questões referentes ao mundo do trabalho."
Entre os 11 itens da pauta, destacam-se o fim do fator previdenciário, a redução da jornada para 40 horas semanais, mais assentamentos no campo, política de valorização dos aposentados e a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da negociação no setor público. Nesse últimos tema, o governo já discute um projeto, ainda sem prazo para apresentação pública.
Os sindicalistas afirmam que o Brasil cresceu, criou mais empregos, reduziu a pobreza, mas precisa avançar na pauta trabalhista – até para garantir que o crescimento se sustente. O presidente da CUT avalia que 2013 é um "divisor de águas" para o país, que "precisa crescer com mais vigor este ano". Nesse sentido, o trabalho deve ser visto como investimento e não como custo. Ele também espera que, na fase atual do governo Dilma, seja estabelecida uma agenda de reuniões periódicas com as centrais.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a presidenta está com o diálogo "ainda truncado" com os movimentos sociais. "Deixamos a pauta entregue há muito tempo. Essa marcha é para reafirmar reivindicações antigas. A gente espera que ela nos receba e atenda nossos pedidos", diz.
As críticas que podem ser feitas ao governo não podem ser confundidas com mudança de posição, observa o dirigente. "O nosso campo de atuação continua sendo o da presidenta Dilma. Daí a importância de ela nos receber a atender algumas reivindicações. Ela tem de tratar (a pauta) com uma certa prioridade", diz Gomes. Ele acrescenta que são esses movimentos que vão as ruas também para defender o projeto político.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, considera que o diálogo está restabelecido. "O governo não estava falando com o movimento sindical, tomou decisões sem nos ouvir", diz o dirigente, que semana passada foi recebido por Dilma. No início de fevereiro, a presidenta já recebera uma comissão da CUT. "É muito importante que o movimento sindical se articule neste momento", afirma Patah. "A marcha é unitária, a reivindicação é unitária", acrescenta Freitas.
Na abertura do congresso da Contag, em Brasília, alguns dirigentes se mostraram ressabiados com o encontro entre o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos personagens do xadrez da sucessão. A reunião foi realizada em Olinda e teria tratado da medida provisória dos portos.
É a sétima edição da marcha – a última foi realizada quatro anos atrás. Das primeiras edições, surgiu a politica de valorização do salário mínimo.
Os manifestantes vão se encontrar no início da manhã de quarta-feira diante do estádio Mané Garrincha, na região central de Brasília. De lá, seguirão em passeata em direção à Esplanada. Está previsto um ato para o meio-dia diante do Congresso. Uma comissão será recebida por Dilma.
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