O Instituto Pensar Cacau (IPC) realiza nesta terça-feira (5/3) em
Ilhéus (BA) um movimento que contará com a participação de mais de 30
entidades, entre elas, associações do cacau, membros da sociedade civil,
prefeituras e produtores – e que pretende chamar atenção de autoridades
e do governo para a alta importação de cacau de outros países por parte
da indústria em detrimento do produto nacional.
“Tal conjuntura afeta fortemente a região, não apenas do ponto de
vista socieconômico como também ambiental”, enfatiza Águido Muniz,
presidente do IPC, organização participante do movimento. “Queremos que o
governo crie condições que equilibrem a relação entre a produção e a
indústria”, diz.
O Brasil tem hoje uma capacidade instalada de moagem do cacau em
torno de 220 mil toneladas por ano, e está a 10 mil toneladas de chegar a
esse volume, o que deve ocorrer ainda este ano. “Não entendemos a
posição da indústria brasileira, uma vez que o cacau produzido aqui não
apenas é de melhor qualidade como também mais barato”, avalia o
presidente do IPC. Só no ano passado, segundo Muniz, foram importadas 68
mil toneladas, quando a necessidade era de apenas 38 mil para
complementar a oferta interna.
Outro representante do movimento, Durval Libânio, presidente do
Instituto Cabruca, avalia que alguns fatores, a exemplo da previsão da
safra, a ser realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab),
do seguro agrícola e do crédito
para os produtores são de extrema importância para equilibrar a oferta e
a procura no Brasil. “A cadeia já solicitou ao Ministério da
Agricultura tais providências, especialmente a previsão de safra,
fundamental para que a indústria possa ter dados estatísticos concretos e
oficiais, mas as ações ainda não foram tomadas”.
A cadeia produtiva do cacau tem relevante importância econômica
para a região do sul da Bahia e reúne três milhões de pessoas em 93
municípios. Fonte: Globo Rural On-line
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