sábado, 26 de julho de 2014

Ariano Suassuna: Esquerda e Direita

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Ariano Suassuna
Por Ariano Suassuna
Não concordo com a afirmação, hoje muito comum, de que não mais existem esquerda e direita. Acho até que quem diz isso normalmente é de direita.
Talvez eu pense assim porque mantenho, ainda hoje, uma visão religiosa do mundo e do homem, visão que, muito moço, alguns mestres me ajudaram a encontrar. Entre eles, talvez os mais importantes tenham sido Dostoiévski e aquela grande mulher que foi santa Teresa de Ávila.
Como consequência, também minha visão política tem substrato religioso. Olhando para o futuro, acredito que enquanto houver um desvalido, enquanto perdurar a injustiça com os infortunados de qualquer natureza, teremos que pensar e repensar a história em termos de esquerda e direita.
Temos também que olhar para trás e constatar que Herodes e Pilatos eram de direita, enquanto o Cristo e são João Batista eram de esquerda. Judas inicialmente era da esquerda. Traiu e passou para o outro lado: o de Barrabás, aquele criminoso que, com apoio da direita e do povo por ela enganado, na primeira grande “assembléia geral” da história moderna, ganhou contra o Cristo uma eleição decisiva.
De esquerda eram também os apóstolos que estabeleceram a primeira comunidade cristã, em bases muito parecidas com as do pré-socialismo organizado em Canudos por Antônio Conselheiro. Para demonstrar isso, basta comparar o texto de são Lucas, nos “Atos dos Apóstolos”, com o de Euclydes da Cunha em “Os Sertões”. Escreve o primeiro: “Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum. Não havia entre eles necessitado algum. Os que possuíam terras e casas, vendiam-nas, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. Distribuía-se, então, a cada um, segundo a sua necessidade”. Afirma o segundo, sobre o pré-socialismo dos seguidores de Antônio Conselheiro: “A propriedade tornou-se-lhes uma forma exagerada do coletivismo tribal dos beduínos: apropriação pessoal apenas de objetos móveis e das casas, comunidade absoluta da terra, das pastagens, dos rebanhos e dos escassos produtos das culturas, cujos donos recebiam exígua quota parte, revertendo o resto para a companhia” (isto é, para a comunidade).
Concluo recordando que, no Brasil atual, outra maneira fácil de manter clara a distinção é a seguinte: quem é de esquerda, luta para manter a soberania nacional e é socialista; quem é de direita, é entreguista e capitalista. Quem, na sua visão do social, coloca a ênfase na justiça, é de esquerda. Quem a coloca na eficácia e no lucro, é de direita.
Ariano Suassuna (1927 – 2014)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

PT mineiro e aliados propõem CPI para aeroporto da família de Aécio

O bloco parlamentar Minas sem Censura (PT-PMDB-PRB) quer instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa mineira, para apurar a denúncia de que o candidato tucano à presidência, Aécio Neves, teria usado dinheiro público para construir um aeroporto na cidade de Cláudio, onde sua família tem propriedade, conforme matéria veiculada pela Folha de S. Paulono domingo (20).

Em nota, os parlamentares enumeraram as irregularidades: (1) Desapropriar terreno da família do então governador do estado; (2) investir dinheiro público em terreno imerso em disputa judicial; (3) deixar de enviar documentos à Anac, atrasando o processo de homologação para uso público, garantindo, pela  omissão, o uso privado do aeroporto; (4) priorizar a construção de um equipamento numa cidade que não demonstra nenhum requisito técnico ou econômico.

Em nota, o bloco definiu o caso como um “escandaloso” ataque aos princípios da administração pública e informou que atuará até o pleno esclarecimento da denúncia veiculada pela imprensa.

“Os indícios de irregularidades na definição, planejamento e execução de uma obra como a do aeroporto de Cláudio são vários e todos afetam os princípios que regem a administração pública”, diz a nota divulgada pelo bloco. Esses princípios citados pelos parlamentares são: impessoalidade, legalidade, economicidade, publicidade e moralidade

Da Redação da Agência PT de Notícias

Cinco centrais seguem reconhecidas pelo Ministério do Trabalho

CUT mantém o maior índice entre sindicalizados. UGT ganha espaço e se aproxima da Força. CTB também cresce
por Redação RBA publicado 18/07/2014 15:50
LEONARDO SEVERO/CUT
cut
CUT, central com maior índice: 34,39%, percentual próximo ao apurado em 2008, quando a lei entrou em vigor (35,84%)
São Paulo – Cinco centrais sindicais seguem acima do índice de representatividade, segundo lista publicada na edição de hoje (18) do Diário Oficial da União, com despacho do ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Pela Lei 11.648, de 2008, que reconheceu legalmente as centrais, as entidades têm de representar pelo menos 7% dos trabalhadores sindicalizados no país. Isso dá direito a participação em fóruns e conselhos públicos e a 10% da contribuição sindical, repartidos entre as centrais.
Conforme a lista, a CUT segue sendo a central com maior índice: 34,39%, percentual próximo ao apurado em 2008, quando a lei entrou em vigor (35,84%). A Força Sindical continua em segundo, com 12,59%, praticamente o mesmo índice de seis anos atrás (12,33%).
Duas centrais mostraram crescimento nesse período. A UGT, que tinha 6,29% em 2008, apresenta agora índice de 11,42%. E a CTB foi de 5,09% para 9,33%.
A quinta central acima do índice mínimo é a Nova Central, com 8,01%, também acima da apuração de 2008 (6,27%).
Segundo relatório do Ministério do Trabalho, com dados do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais (CNES), a CUT tem 2.282 filiados com atualizações validadas, ante 1.636 da Força, 1.173 da UGT, 1.085 da Nova Central e 699 da CTB.
A CSB, que teve recurso indeferido para figurar na lista das centrais com índice de representatividade acima do exigido (tem 5,42%), aparece com 436 entidades.

Denúncia contra Aécio é 'plano de credibilidade' da Folha, diz Vannuchi

Cientista político diz que reportagem publicada no domingo (20) é só uma ação que o jornal faz quando o leitor 'começa a desconfiar' da credibilidade do veículo
por Redação RBA publicado 21/07/2014 12:37, última modificação 21/07/2014 13:19
AGÊNCIA SENADO
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Em sua defesa, Aécio alega que as terras utilizadas para construção do aeroporto não são privadas
São Paulo – Para o analista político Paulo Vannuchi, a reportagem publicada na Folha de São Paulo, neste domingo (20), denunciando a construção de um aeroporto, em Minas Gerais, no terreno da família de Aécio Neves (PSDB), durante o governo do atual candidato a presidente no estado, é um passo para construir um "plano de credibilidade". "Esporadicamente, a Folha realiza matérias como essa e constrói o seu plano de credibilidade", afirma, em comentário feito hoje (21), para a Rádio Brasil Atual.
"É um respiro que ela (Folha) faz na hora em que o leitor começa a desconfiar, 'olha, esse jornal só fala mal da Dilma', e perde a confiança." O cientista político aponta que os jornais pesquisam a opinião dos assinantes. "A Folha fica bem quando faz uma matéria de domingo contra o Aécio, porque ela pode argumentar que ninguém pode acusá-la de ser tendenciosa", considera.
Ao analisar a mídia tradicional de modo geral, Vannuchi aponta que os veículos tentam criar para as eleições o mesmo clima de pessimismo que foi construído em relação à realização da Copa do Mundo. "Foi um sentimento falso e distorcido. Finalmente, destruído pelo sucesso da Copa em todos os sentidos", garante.
O cientista político indica ainda que o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, no mesmo dia em que a Folha criticou Aécio, fez uma matéria baseada em uma pesquisa nacional para acusar membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) de corrupção. "O que leva O Globo a fazer isso? Porque em São  Paulo há um escândalo do conselheiro Robson Marinho, uma pessoa de alta importância na hierarquia política tucana, que está envolvido até o pescoço em denuncias, inclusive na Suíça, de corrupção", pontua.
Para Vannuchi, a estratégia do jornal carioca foi a da "diluição" no sentido de demonstrar que Marinho não é o único envolvido em processos de corrupção.

A desesperadora crise do liberalismo norte-americano

Os EUA precisariam primeiro colocar sua casa em ordem, antes de promover os seus valores e instituições no exterior
por Emir Sader publicado 21/07/2014 15:56, última modificação 21/07/2014 16:46
DEPARTAMENTO DE ESTADO/EUA
John Kerry
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o presidente do Curdistão Iraquiano, Masud Barzani. A difícil tarefa de semear conflitos e depois cortar gastos militares
Na década de 1930 as pessoas viajavam à Italia e à URSS e voltavam elogiando a eficácia de regimes autoritários, em comparação com as democracias. “Hoje as democracias vivem um período parecido de inveja e desânimo”, afirma o escritor e historiador canadense Michael Ignatieff, em artigo para o The New York Review of Books, reproduzido pelo Estadão. Os que viajam à China e se maravilham com o trem-bala entre Pequim e Xangai se perguntam na volta por que esses regimes conseguem construir ferrovias “enquanto as democracias levam 40 anos para decidir que não podem nem sequer começar”.
Segundo Ignatieff, que foi líder da oposição na Câmara dos Comuns de seu país até o início da década, pela primeira vez desde o fim da Guerra Fria, o avanço do que ele considera como regimes de constitucionalismo democrático parou. Em todos os lados esses regimes se desgastam, enquanto os que ele considera autoritários avançam e servem como referencia para os outros. O modelo desses regimes autoritários seria o capitalismo de Estado, com “crescimento sem democracia”.
E, para piorar a situação para os regimes liberais, “os Estados Unidos oferecem um exemplo desanimador”, lamenta ele. “É difícil defender a democracia liberal com muito entusiasmo, quando ela funciona tão precariamente em casa.” Os EUA precisariam primeiro colocar sua casa em ordem, antes de promover os seus valores e instituições no exterior.
Hoje as grandes decisões que os EUA deveriam tomar estão bloqueadas pelos impasses entre o governo e o Congresso. Segundo um cientista político citado por Ignatieff, “os EUA mergulharam em guerras que não deveriam ser travadas e promoveram objetivos, como direitos humanos, democracia e construção nacional, que não poderiam realizar”.
Hoje, quando os EUA são demandados para atuar em várias frentes externas de maneira mais forte – Afeganistão, Iraque, Ucrânia, entre outros –, uma das poucas coincidências entre republicanos e democratas é a necessidade de cortar os gastos militares. O que significa: “Ficar fora de guerras ou desastres humanitários de outros povos; recusar-se a promover democracia ou direitos humanos em lugares onde eles não criarão raízes; obrigar aliados a arcar mais com o fardo de sua própria defesa; e desistir de moldar os bens públicos globais e a ordem política global”.
A crise de governabilidade indica, assim, para a renúncia da defesa de teses clássicas que o liberalismo norte-americana sempre pregou. Em seu último discurso importante, Obama já indicou seu objetivo de repatriar os militares, provavelmente com a vista posta nas eleições parlamentares de novembro, quando o governo pode perder completamente o controle do Congresso, ficando Obama relegado a ser um “pato manco” pelos dois anos que restariam de governo.
Ignatieff tem de aceitar que a proposta mais viável para desbloquear a situação interna dos EUA é a apresentada pelo Nobel de Economia Joseph Stiglitz, que propõe uma alíquota de imposto de renda de 40% para os que controlam os 25% superiores da renda nacional; uma alíquota de 20% para para os que detêm os 25% seguintes, com deduções fiscais para os 50% restantes. Além disso, impostos de 15% sobre os lucros corporativos e imposto sobre o consumo de 5%.
São propostas que violam o receituário liberal de menos imposto, elevando a captação de recursos pelo Estado para 26%, o que poderia resolver a crise fiscal do país, diminuir a gritante e crescente desigualdade social e estimular a retomada do crescimento econômico.
É um raio X da profunda crise do liberalismo norte-americano.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Nunca tive dúvida de que queria ser governador da Bahia, diz Rui

Nunca tive dúvida de que queria ser governador da Bahia, diz Rui
O petista  reconhece que há muito para fazer em Segurança, mas também disse que não reconhece em seu adversário autoridade para atacar
Apresentando as propostas do seu Plano de Governo Participativo (PGP ) durante entrevista a uma emissora de rádio de Salvador, na manhã dessa quinta-feira (17), o candidato a governador Rui Costa (PT) disse que seu maior sonho é chegar, depois de quatro anos, ao final do governo, e falar para os três filhos que eles podem se orgulhar do pai, que trabalhou para honrar a memória e ensinamentos de honradez e energia aprendidos com a mãe dele, e trabalhou para ajudar aos que mais precisam.
Para Rui, com a base estruturada deixada pelo governador Jaques Wagner, poderá avançar muito mais em áreas fundamentais para o desenvolvimento da Bahia, como infraestrutura, educação, saúde e segurança. “Eu estou com muita vontade de trabalhar. Nunca tive duvida de que queria ser governador e vou colocar em prática todas as propostas do meu programa de governo, construídas em parceria com a população”. Para elaborar o programa de governo, Rui percorreu todas as regiões do estado, durante seis meses e reuniu 50 mil pessoas que expuseram necessidades e propostas. Conversou com especialistas em grupos setoriais.  
Na segurança, por exemplo, lhe foi apontada a necessidade de criar condições para que os não caiam no “canto da sereia” dos traficantes e possam sonhar com coisas melhores, como se tornar médico, cantor, atleta. “Vou ampliar o número de escolas em tempo integral, para que em um turno aprendam as disciplinas regulares e no outro desenvolvam habilidades em diversas áreas: esporte, música, uma profissão”, exemplificou. “Tenho meta de colocar mais 150 mil jovens matriculados em cursos profissionalizantes, retomar as competições olímpicas entre as escolas e promover arte e cultura em toda a rede de ensino”, completou, reforçando que o Estado fará sua parte, mas a família e a escola serão os pilares fundamentais para o sucesso da proposta.
Rui quer coversar com todas as esferas de poder para buscar soluções efetivas para reduzir os índices de violência. “Segurança não é só questão para a Bahia. São Paulo, por exemplo, bate Record em explosões de caixas eletrônicos. O governo federal  tem que entrar de forma decisiva , com o Exército e Polícia Federal, que são os responsáveis pelo controle de compra e venda de explosivos”.
De sua parte, o petista disse que vai fortalecer a inteligência e corregedoria das polícias. “Não é possível que uma operação para desbaratar as grandes corporações criminosas seja prejudicada por vazamento de informação”. Outras medidas do candidato ao governo serão implantar  bases do Grupamento Aéreo da PM em seis regiões do estado, criar mais companhias especializadas, como a Cerrado e Caatinga, um BOPE que enfrentará os grandes grupos do crime, deixando a Choque para cumprir a função de atender os conflitos de Rua.
Rui reconhece que há muito para fazer em Segurança, mas também disse que não reconhece em seu adversário Paulo Souto autoridade para atacar. “Wagner recebeu sucata como herança. Duzentas cidades estavam sem viatura, os policiais usavam o velho 38 e a polícia civil tinha que revezar arma. Confirmem o que eu digo com delegados ou policiais. Muitos não saiam para operações porque não tinham arma, não tinham colete à prova de bala”, desafiou. “O candidato Paulo Souto usa a Segurança como assunto quase exclusivo, mas não responde como conseguiu aumentar em 87% o índice de violência em relação ao que recebeu do governador César Borges”, desafiou.
Rui, se declarando detalhista, disse que chamará para si a responsabilidade de cobrar dos comando das policias, de todas as regiões da Bahia, o cumprimento dos indicadores estabelecidos para redução da violência.
A bancada legislativa em Brasília e Assembleia Legislativa também serão chamadas a contribuir. “Essa é a diferença que quero fazer. Já comentei isso com meus pares, deputados federais. No congresso não vemos os mineiros e gaúchos se digladiando quando o que está em pauta são os interesses da população. Vamos estabelecer um pacto para revisão do Código Penal”, garantiu Rui.
O Código Penal Brasileiro foi escrito na década de 40, do século passado, e Rui Costa pretende discutir com o Legislativo a necessidade de rever situações como a de presos que matam e depois de cumprir apenas 1/3 da pena são soltos. “O Código mais rigoroso pode evitar que pessoas sejam beneficiadas com redução de penas, sejam liberadas e voltem a cometer delitos”.

ASSESSORIA DE IMPRENSA RUI COSTA

Datafolha: Dilma lidera corrida à Presidência com 36% das intenções de voto

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (17) mostra que a presidenta Dilma Rousseff  mantém a preferência do eleitorado no País com 36% dos votos. O candidato do PSDB, senador Aécio Neves (MG),  tem 20%, seguido de Eduardo Campos, do PSB, com 8%.

Num eventual segundo turno com o tucano, Dilma venceria a disputa com 44% das intenções de voto, contra 40% de Neves.

Em outra simulação com o candidato do PSB, Dilma teria 45% da preferência contra 38% de Campos.

O instituto ouviu 5.377 eleitores entre os dias 15 e 16 deste  mês. O intervalo de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro de dois pontos percentuais.

Da Redação da Agência PT de Notícias

Janot defende impugnação da candidatura de Arruda

procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu na sexta-feira (18) a impugnação do registro da candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal (DF). 

Arruda tem a candidatura contestada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) com base na Lei da Ficha Limpa, norma que impede que condenados em segunda instância se candidatem.

Segundo o procurador, mesmo se tiver o registro de candidatura aceito pelo Tribunal de Regional Eleitoral (TRE) e for eleito, Arruda poderá ter o diploma de governador cassado em função da condenação. “O que se discute é que essa ausência de condenação em segundo grau se deu em razão de um obstáculo judicial, criado pelo próprio candidato. Esse realmente é um ponto que vamos ter que discutir juridicamente. Mas, isso não impede o recurso contra expedição de diploma”, disse Janot.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) já impugnou 1.850 registros de candidaturas às eleições em todo o país. De acordo com balanço parcial divulgado na sexta-feira (18), cerca de 20% delas (367) foram com base na Lei da Ficha Limpa. “No que depender do Ministério Público Eleitoral, a lei terá aplicação plena e integral”, afirmou Janot.

Filiado ao PR, Arruda é candidato ao governo do DF pela coligação União e Força e, apesar da condenação, pode concorrer normalmente às eleições até o julgamento definitivo do pedido de candidatura.

No dia 9 de julho, a 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) manteve a condenação do ex-governador por improbidade administrativa. O processo foi iniciado como desdobramento das investigações da Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que desvendou o esquema de corrupção conhecido como mensalão do DEM, em 2009.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil

Índios de Cabrália vão para a Alemanha

Não foram só as belas paisagens baianas que chamaram a atenção da Seleção da Alemanha, que ficou hospedada em Santa Cruz Cabrália durante a Copa do Mundo.
Os alemães também ficaram encantados com a cultura indígena e, por isso, convidaram os índios para ir à Europa. "Fomos avisados que os alemães têm interesse em levar quatro lideranças ao governo da Alemanha".

"É para que eles possam entender e acompanhar melhor a situação do nosso território, da saúde e da educação e, junto com o governo brasileiro, proporcionar benefícios para a nossa comunidade".

"Já pediram nossos documentos. Essa parceria está sendo muito importante", contou o coordenador do Movimento Indígena da Bahia, Zeca Pataxó.

O contato intenso com a comunidade do povoado de Santo André, em Santa Cruz Cabrália, sensibilizou os alemães, que deixaram diversos legados para os moradores.

O cacique Piki Pataxó falou sobre as contribuições. "Ganhamos dois presentes: a divulgação de Santa Cruz Cabrália, que hoje está conhecida no mundo inteiro, e o veículo para prestar apoio à saúde da nossa aldeia".

O cacique ficou conhecido por liderar a "dança dos guerreiros" apresentada à seleção alemã e reproduzida pelos atletas após a conquista do tetracampeonato.

Os atletas visitaram também o Escola Municipal Santo André e doaram uma camisa autografada pelo time e 7 bicicletas. De acordo com a secretária da diretoria, Elisabete da Luz, a camisa já está em São Paulo para ser leiloada.

"O dinheiro será revertido para a compra de material escolar. As bicicletas serão vendidas ou leiloadas para ajudar nos projetos sociais de Santo André". O colégio também receberá recursos da seleção alemã.

Os alemães ainda estão construindo um campo de futebol para atletas amadores. A obra está em fase de conclusão e mais da metade da grama já foi plantada. O Campo Bahia, onde a seleção treinou, será usado pelas equipes.

"A empresa está pensando em fazer deste campo um centro de treinamento para futuros times ou seleções. É isto que está sendo trabalhado neste momento", explicou o engenheiro da obra, Mário Assis.


Já o local onde os alemães ficaram hospedados servirá para incrementar ainda mais o turismo na região, já que será a mais nova opção de hospedagem na Costa do Descobrimento.

Fonte: Jornal A região 

Quarta rodada do Copão Zona Sul neste sábado

O Copão Zona Sul de futebol de praia chega a sua quarta rodada neste sábado (19) com dois jogos às 14 horas.

  • Campo 01 – Edifica Engenharia  X  Levanós
  • Campo 02 – Real City  X  Baba dos Amigos


Os jogos acontecem na praia do sul próximo a Cabana Verão Tropical.


Apoio vereador Roque do Sesp

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Dilma ironiza discurso pró-Bolsa Família de Aécio: “Chamavam de Bolsa Esmola”

Dilma ironiza discurso pró-Bolsa Família de Aécio: “Chamavam de Bolsa Esmola”. Tucano prometeu que, se for eleito para a presidência em 2014, manterá o programa social

Em entrevista para rádios pernambucanas, na manhã desta quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff ironizou a declaração do senador Aécio Neves (PSDB), candidato tucano à Presidência da República. “É sempre bom ver que eles reconhecem alguma coisa, porque durante muito tempo o Bolsa Família foi chamado de Bolsa Esmola.”

Leia também

Aécio Neves prometeu manter, caso eleito, os programas Bolsa Família e Mais Médicos. Porém, na última terça-feira, foi lançada a cartilha que norteará o programa do PSDB para o pleito eleitoral de 2014. O documento explica que “a superação da pobreza não pode se limitar a uma única ação (Bolsa Família).”
Dilma respondeu aos tucanos lembrando o Pronatec, programa federal para cooperar no aperfeiçoamento profissional de pessoas de baixa renda. “Já estamos formando 850 mil pessoas nos cursos do Pronatec. São pessoas que conseguem um emprego e aos poucos saem do Bolsa Família”, afirmou a presidenta.
O programa Mais Médicos também foi alvo de “críticas ácidas e sem fundamento”, lembrou Dilma Rousseff. Em Pernambuco, dos 185 municípios do estado, 134 solicitaram profissionais do Mais Médicos, segundo a presidenta.
Revista Fórum

A retórica sessentista de Aécio Neves sobre o Mais Médicos

A retórica sessentista de Aécio Neves sobre Cuba e o Mais Médicos só prova que a 'novidade' é menos moderna que a velharia

aécio neves mais médicos cubanos
Aécio Neves, em sabatina realizada pela Folha, onde falou sobre o Bolsa Família e o Mais Médicos (Jorge Araujo/Folhapress)
Marcus Lima, GGN
A novidade é menos moderna que a velharia. Isso me assusta no renovador Aécio. Seja por um discurso que em diversas área, é indigente intelectualmente e faz pão e circo para uma classe média reacionária usando um idealismo digno da época da guerra fria, seja porque há um imenso vazio, um vácuo de qualquer ideia que não seja baseada em exemplos. Vamos aos fatos:
1) O revalida é um dos instrumentos do Conselho Federa de Medicina, usado para manter a reserva de mercado, restringindo o acesso de médicos estrangeiros ao país. Assim como a dificuldade de abrir faculdades de medicina, foi uma ferramenta para artificialmente limitar o número de médicos e aumentar o seu ganho. Aí, existem factóides, como se faltassem médicos no interior do Brasil, em locais distantes. Para citar: em Campinas, uma cidade de mais de 1 milhão de habitantes, há 75 km de São Paulo, uma das cidades mais ricas do país, HÁ 68 MÉDICOS DO MAIS MÉDICOS. Enfrentar o revalida foi um acerto, não um erro.
2) Como tudo que envolve Cuba, o candidato despreza números, e apela para ideologia. Primeiro, para a ideia de que relações internacionais devem se conduzir dessa forma: esmagando Cuba, ignorando seu sistema e princípios. A frente, se verá o reverso da coragem. Depois, ” como financiamos o governo Cubano”. Então é assim, importamos médicos somos comunistas por financiarmos o comunismo? Financiamos o Comunismo Chinês então. Financiamos Guantánamo, afinal importamos I Phones. Enfim, é de novo meter ideologia, e ignorar os números: de novo, os números da saúde cubana e seus indicadores são invejáveis, até para nações desenvolvidas.
3) Ao contrário da coragem contra os fracos, Aécio e mais recentemente, o Armínio Fraga, defendem a fraqueza diante dos fortes. Segundo Aécio, “O Brasil se deixou conduzir por nações com pouco apreço pela democracia”. Isso me preocupa, porque grave não é se essas nações são democráticas ou não, ao contrário do que sugere, mas perigoso é o Brasil de deixar conduzir por qualquer nação, ao invés de planejar sua inserção no mundo globalizado de acordo com seus interesses internos. Já Armínio, disse, e, vídeo, que o Brasil tem de deixar de lado a Venezuela, e se atrelar as ” locomotivas do mundo”. É de novo, uma defesa de submissão na política externa, que mistura de forma desonesta indigência intelectual com má fé pura. Primeiro, porque no mundo todo, o que se faz hoje em política externa, é pragmatismo. Ou seja: não é a política externa que deve servir de plataforma para projeção de ideologias e lemas, mas para defesa de seus interesses econômicos. Ou são burros os dois, Aécio e Fraga, ou são mal intencionados: veja os Estados Unidos, bastião da “Democracia” no mundo, e questionem se os EUA deixaram de se relacionar com os membros Árabes da Opep e seus sistemas ditatoriais. Portanto, há uma maldade: querer qualificar como matriz ideológica uma política que é também econômica, de inserção em mercados. Aliás: então isso quer dizer que China e Rússia, uma um país não democrático e outra uma democracia que anda migrando em direção a opressão, devem ser ignoradas? Outro ponto tosco do discursos: quem são essas locomotivas econômicas e democráticas a quem vamos nos atrelar? O principal parceiro comercial brasileiro deste momento do BR é a China, que de democrática não tem nada. As democracias Europeias e os EUA andam em crise faz tempo: como vão nos ” rebocar”? Enfim, mais um susto: não se menciona, nesse tipo de discurso, nenhum dado concreto, por exemplo, pauta de comércio e trocas com os países.
São esses, e mais, os exemplos que me deixam mais assustado. O PSDB tinha Bresser Pereira, Mendonça de Barros, já teve no passado Ciro Gomes. Me assusta o nível de indigência e pobreza intelectual que atingiu o discurso do partido, que agora nada mais é do que um pregação ” Nós x o comunismo batendo na porta”. Será que o PSDB emburreceu tanto assim?

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Pescadores de robalo têm até o final do mês para requerer seguro-desemprego

Os pescadores artesanais de 27 municípios baianos, que vivem da pesca do robalo, têm até o dia 31 de julho – data que termina o período do defeso da espécie na Bahia – para requerer o benefício do seguro-desemprego. Até o momento, 4.189 pescadores fizeram a habilitação. No ano passado, 8.457 pescadores receberam o benefício.

Os municípios onde acontece o defeso do Robalo, na Bahia, são Alcobaça, Aratuípe, Belmonte, Cairu, Camamu, Canavieiras, Caravelas, Igrapiúna, Ilhéus, Itacaré, Itamaraju, Ituberá, Jaguaripe, Maragogipe, Maraú, Nazaré, Nilo Peçanha, Nova Viscosa, Porto Seguro, Prado, Salvador, Santa Cruz Cabrália, Taperoá, Teixeira de Freitas, Ubaitaba, Valença e Vera Cruz

O início de defeso do robalo, fixado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), começou em 15 de maio deste ano e continua até 31 de julho. Nesse período, o pescador artesanal fica proibido de exercer suas atividades para preservar a reprodução da espécie. Em contrapartida, o pescador artesanal tem direito a três parcelas do seguro no valor do salário mínimo vigente.

A época de defeso das espécies é fixada pelo Ibama, por meio de instrumento normativo publicado no Diário Oficial da União. A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), via Rede SineBahia, e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) são responsáveis pela habilitação do Seguro-Pescador Artesanal no Estado. Nos municípios e localidades onde não existem unidades do SineBahia, são deslocados técnicos da secretaria para fazer a habilitação.

Habilitação 

Para solicitar o seguro-desemprego, o pescador artesanal deve preencher o formulário na rede SineBahia ou nas entidades credenciadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Após 30 dias, a primeira das três parcelas é disponibilizada nas agências da Caixa Econômica Federal, casas lotéricas ou unidades da Caixa Aqui.
Para receber o pagamento, o pescador artesanal precisa apresentar a carteira de identidade (RG) e o número de inscrição como segurado especial. O seguro-desemprego é pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Os critérios para pagamento são estar com a licença atualizada, emitida pela Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República, com antecedência mínima de um ano da data do início do defeso; possuir inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como segurado especial; ter comprovação de venda do pescado ou comprovante de recolhimento de pelo menos duas contribuições ao INSS; não estar recebendo qualquer benefício de prestação continuada da Previdência Social (exceto auxílio-acidente e pensão por morte).

Na Bahia, existem seis períodos de defeso - robalo, lagosta, piracema de rio, piracema de açude e camarão, este último, dividido em dois períodos. Ao todo, a pesca fica proibida em 77 municípios baianos. 

SECOM/BA

O prefeito de Ilhéus pode demitir os contratados do período de 1983 a 1988? Chegou a hora da Verdade. Participe da Mesa Redonda e tire todas as suas dúvidas.



Marcha denuncia situação de abandono da educação em Ilhéus



Trabalhadores em educação, estudantes, pais de alunos e profissionais liberais foram às ruas de Ilhéus na manhã desta terça-feira (15) denunciar a situação de abandono das escolas da rede municipal e cobrar do prefeito Jabes Ribeiro o cumprimento da lei que garante o pagamento do piso nacional e o reajuste anual dos servidores. O movimento começou com uma concentração na praça do Tamarineiro, no bairro do Malhado, seguindo até a Central de Abastecimento onde foi realizada uma panfletagem mostrando aos comerciantes, comerciários e consumidores o verdadeiro quadro da educação no município, com escolas em péssimas condições de funcionamento, unidades em que ainda não foram iniciado o ano letivo, além da falta de transporte e da alimentação escolar.

Por onde passavam os manifestantes recebiam o apoio da comunidade, que denunciou não somente problemas na educação, mas também nas áreas de saúde, assistência social e infraestrutura. De acordo com presidente da APPI/APLB-Sindicato, Enilda Mendonça, a situação da educação em Ilhéus é crítica, com escolas sem a menor condição de funcionar, além da postura do prefeito de descumprir a decisão judicial que determinou o pagamento do piso nacional e o reajuste anual dos demais trabalhadores.

 
Com salários congelados desde 2012, sem receber nesse período qualquer reajuste ou reposição, os trabalhadores ainda foram surpreendidos com a decisão arbitrária do prefeito Jabes Ribeiro de descontar dos vencimentos dos servidores os dias em que foram realizadas paralisações e assembléias, como forma de amedrontar a categoria para que desista da luta pelos seus direitos. A APPI já denunciou o prefeito pelo crime de assédio moral e entrou com um mandado de segurança na justiça solicitando a devolução desse dinheiro descontado de forma ilegal.


Durante a marcha, a representante da APLB estadual, Olívia Mendes, reafirmou que Ilhéus é conhecida internacionalmente pela suas belezas naturais, mas o prefeito Jabes Ribeiro mancha a história da cidade com sua truculência e com o desrespeito às leis. De acordo com a dirigente sindical, o prefeito é desinformado, ditador e covarde, descumprindo a legislação e se escondendo nos gabinetes, ao invés de encarar os problemas da cidade. Segundo Olívia Mendes, Jabes Ribeiro é um nome que precisa ser riscado da mente, da história e da vida dos ilheenses pelos crimes que comete e pelos prejuízos que tem causado ao município.


Enilda Mendonça falou ainda sobre as ameaças do prefeito de demitir os trabalhadores que ingressaram no serviço público municipal no período de 1983 a 1988. Para esclarecer todas as dúvidas dos trabalhadores e estabelecer a verdade, os sindicatos de todas as categorias de servidores municipais estarão realizando uma mesa redonda nesta sexta-feira, dia 18 de agosto, às 14 horas, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães. O evento vai contar com a participação de representantes do Ministério Público Federal do Trabalho, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas dos Municípios, Ordem dos Advogados do Brasil, Universidade Estadual de Santa Cruz e de vários outros e entidades da região.

Bahia x São Paulo: Hoje, às 22h na Arena Fonte Nova






















Depois de uma longa pausa para a Copa do Mundo, os jogos do Campeonato Brasileiro voltam nesta quarta-feira, com a realização de seis jogos que são válidos pela 10º rodada, tendo Bahia e São Paulo, jogando na Arena Fonte Nova, às 21h50, como destaque da abertura da rodada para nós, os baianos.

A pausa da Copa do Mundo foi fundamental para o Esporte Clube Bahia, que aproveitou o recesso para reforçar o grupo com a contratação de 4 novos jogadores e recuperação de atletas lesionados, e, sobretudo, para evitar a continuidade do declínio técnico, já que o clube perdeu às três últimas partidas antes da Copa do Mundo. O triunfo do tricolor de Salvador é preciso e necessário. 

O time com apenas oito pontos separado apenas por um ponto do Coritiba, que é o primeiro da lista dos rebaixados e joga nesta quarta às 19h30, no Couto Pereira, em Curitiba contra o Figueirense, e como o triunfo é bem provável, faz do jogo Bahia e São Paulo, uma necessidade de subir na tabela, como também fugir da zona de rebaixamento. 


FICHA TÉCNICA - BAHIA X SÃO PAULO

Local: Arena Fonte Nova, em Salvador (BA)
Data: 16 de julho de 2014, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva
Assistentes: Luis Diego Nascimento Lopes e Heronildo Sebastião Freitas da Silva

BAHIA: Douglas Pires; Diego Macedo, Demerson, Titi e Guilherme Santos; Fahel, Uelliton e Léo Gago; Rhayner, Branquinho e Maxi Biancucchi - Técnico: Marquinhos Santos

SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Álvaro Pereira; Souza, Maicon e Paulo Henrique Ganso; Ademílson, Osvaldo e Alan Kardec - Técnico: Muricy Ramalho

futebolbahiano.org/

segunda-feira, 14 de julho de 2014

A Copa dos Brics. Mudanças na geopolítica global

Não podemos abrir mão das relações com o resto do mundo, mas os laços que nos ligam a Moscou, Pequim, Nova Délhi e Pretória são pilar essencial de nossas relações externas
por Mauro Santayana publicado 14/07/2014 12:36, última modificação 14/07/2014 16:05
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/RÚSSIA
Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin, desembarca para ver final da Copa e depois para a reunião dos Brics
Saímos de uma Copa do Mundo para uma “copa” política – a Sexta Cúpula Presidencial dos Brics –, à qual se seguirá uma reunião entre os lideres do Brics e da Unasul. Se tudo der certo, do encontro entre líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sediado em Fortaleza no dia seguinte ao da final do Mundial, será anunciada a criação do Banco do Brics e de um fundo de reservas, no valor de US$ 150 bilhões. Será um banco de fomento, nos moldes do  Banco Mundial. O fundo de reservas servirá como embrião de uma espécie de FMI próprio, com a missão de socorrer qualquer membro que tenha dificuldade de obter financiamento em outras instituições multilaterais.
A reunião dos Brics ocorre em um momento extremamente importante. A crise da Ucrânia contribuiu para afastar do Ocidente o presidente russo, Vladimir Putin, e levou-o a estreitar, ainda mais, seus laços com Pequim e os outros membros do grupo. Essa nova fase de aproximação com os chineses foi sacramentada com a assinatura do “tratado do século”, para a venda, ao longo dos próximos 30 anos, de gás russo à China, pela respeitável quantia de US$ 400 bilhões.
Por maior que pareça, não se trata, no entanto, de um mero negócio.   O estabelecimento de um corredor entre o urso russo e o dragão chinês, que se assentará em extensa rede de gasodutos e obras de infra-estrutura, abrirá caminho para a construção de gigantesco polo econômico e demográfico, a Eurásia. Um continente virtualmente novo, no qual se dará a ocupação planejada de milhões de hectares de planícies e montanhas, hoje desocupadas, com um projeto que envolverá também outras nações, como o Cazaquistão e a Mongólia, e, a longo prazo, também a Índia.
A radicalização das relações entre a Rússia e o Ocidente, com a imposição de sanções pelos Estados Unidos, tende a levar Moscou a buscar outros fornecedores para os alimentos que importa, privilegiando o Brasil e a Argentina. Mas as oportunidades para o nosso país vão além disso. Nos últimos anos, temos estreitado a cooperação tecnológica e militar com os Brics.
Já fazemos, há alguns anos, satélites de monitora­mento de recursos terrestres com a China – o último teve 50% de conteúdo nacional. A Embraer fornece aviões radares para a Índia. A Avibras e a Mectron estão desenvolvendo, para as Forças Aéreas brasileira e sul-africana, moderníssimo míssil ar-ar A-Darter em associação com a Denel. Compramos helicópteros MI-35, e baterias anti-aéreas Pantzir dos russos, que nos convidaram a dividir com eles, e os indianos, o projeto e a fabricação do caça bombardeiro de quinta geração T-50.
Como qualquer proposta dirigida para mudar o status quo vigente, o Brics tem sofrido intensa campanha nos meios de comunicação ocidentais, voltada para desacreditar o grupo, reduzindo-o à condição que tinha, no inicio, de mera sigla econômica. A China já é o maior sócio comercial do Brasil. Temos tido, como membro do Brics, e também do Mercosul, superávits em nosso comércio com os chineses e a América do Sul, enquanto com a Europa e os Estados Unidos têm aumentado nossos déficits e piorado nossas relações de troca.
É claro que não podemos abrir mão de nossas relações com o resto do mundo, mas, qualquer que seja o próximo governo, os laços que nos ligam a Moscou, Pequim, Nova Délhi e Pretória deverão permanecer como pilar essencial de nossas relações externas.
Isso vale para a economia, com o atendimento, pelo Brasil, do imenso mercado que surgirá, nos próximos anos, com a incorporação de dezenas de milhões de indivíduos ao consumo, na China e na Índia, condição que dificilmente encontraríamos em outras regiões do mundo. Mas também vale para a política, com o estabelecimento de uma aliança estratégica mundial com países que podem nos ajudar a queimar etapas nas áreas de tecnologia, diplomacia e defesa nos próximos anos.
Fonte: Rede Brasil Atual