*Elias Reis
Os últimos 200 dias a cidade de Ilhéus vem acumulando
situações inéditas no afloramento de iniciativas privadas, movimentos
independentes e do terceiro setor. Já no inicio do ano o alvo foram os nobres
legisladores que deram vazão as interpretações diversas de descrédito do
parlamento. Muitos ataques pessoais, muitos xingamentos, muitas palavras
desconfortantes à imagem da família e uma pelega judicial sem precedentes nas
comissões temáticas. Teve até sessões especiais em dias de 3ª e 4ª feiras, numa
afronta a lei orgânica. Muitas delas sem necessidades, esvaziadas e sem
resultado algum. Só zuada!
Tudo aconteceu na
Câmara no período que antecedeu o recesso. Baderneiros tentando tumultuar as
sessões ordinárias; doidos e bêbados fazendo algazarra; falta de energia
elétrica; falta de água e até metrossexual apalpando os ‘escrotos’ para a
plateia. Teve de tudo. Menos ações concretas. Neste primeiro período
legislativo podemos ainda ratificar a celebre frase do século XIX, ainda em
uso: “Tudo como dantes no quartel d’Abrantes”. Vamos dá mais um crédito
ao presidente, Dr.Jó. Aguardamos mudanças e pulso firme a partir deste segundo
período.
No executivo podemos lembrar o excesso de
nomeações de apadrinhados; criação de secretarias desnecessárias; reforma
administrativa inadequada; nomeações de secretários de Newton Lima que ajudaram
a desgraçar a cidade; falta de concurso público para procuradores e eleições diretas
nas escolas do munícipio; balancetes que não fecham; Acordo Coletivo de
Trabalho que não finda; juventude revoltada com o custo dos transportes
coletivos; secretário saindo no murro no meio da rua; paralisações, greves, acampamento,
manifestações. Tudo parado sem expectativa nenhuma. É triste a situação do
município. Mas, uma coisa é certa. A Lei de Responsabilidade Fiscal existe e
precisa ser cumprida.
Bem, o título é sobre algumas anomalias. E
diante de tanta calamidade, quase perco o fio da meada do texto. Na realidade esta
matéria visa traduzir entendimentos e interpretações de alguns dos agentes
públicos do município papa-caranguejo. Suas Excelências os Senhores Vereadores:
Um deles chegou a falar que quando tem poucos vereadores na sessão, é falta de
Cloro. Ao mesmo sendo perguntado o que seria a maioria simples no parlamento,
disse ser a camada de vereadores mais pobres; Outra figura acompanhando o
raciocínio do anterior, afirmava contundentemente que maioria qualificada era a
turma que tinha formação superior, como Dr. Roland Lavigne, Dr. Aldemir Almeida,
Dr.Jó, Dr. Cosme Araújo e outros que tem o título de ‘doutor’; Outro disse que
iria apresentar uma Emenda para alterar o Regimento Interno. Iria conversar com Jabes Ribeiro para
sancionar a emenda urgentemente; Outro está pensando em apresentar uma
resolução para a troca da Bíblia que é lida no plenário da Câmara. Alega que a
atual bíblia tem livros apócrifos além da conta; Outro parlamentar vai entrar
com uma proposição pedindo para retirar as fotografias dos ex-presidentes da Câmara
vereadores do plenário; Outro ainda disse a alguns meses que a prefeitura
precisa zelar pelos cemitérios da cidade. “Precisamos respeitar aqueles que
morrem duas vezes”; Um vereador baixinho invocado admite que não tenha projeto
algum. ‘Não sei fazer e pronto. Mas, nos mutirões que faço, sou eu quem compro
e ainda subo nos postes para trocar as lâmpadas’.
Dizem inclusive, que uma semana antes da
ex-vereadora Maria de Lourdes assumir o seu primeiro mandato, procurou saber
quem era o tesoureiro da Câmara. O porteiro perguntou: Era alguma coisa? Ela
respondeu: “É ele que é o costureiro daqui? É que estou precisando que ele faça
o meu blazer de posse”. Foi uma gargalhada só na recepção.
Agora só nos resta
sorrir, pois o poço de lágrimas secou. Nosso sistema límbico acaba de entrar em
estado de greve.
*Elias Reis, Presidente do Sindicato dos Radialistas de Ilhéus.
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