sábado, 4 de dezembro de 2010
Buerarema assustada com liberação de presos
Agência A TARDE
Buerarema - Desde a última terça-feira, 30, a cadeia pública da cidade de Buerarema, a 450 km de Salvador, está interditada. Com a interdição, 19 presos foram liberados. A situação gerou um clima de insegurança na cidade e divide opiniões entre os moradores.
“O clima aqui é de insegurança total, eu trabalho com comércio há 26 anos, estou tendo que fechar uma hora antes, porque não tem movimento na rua e a gente tem medo de assalto. Foi uma surpresa essa decisão do juiz, agora a gente espera que o poder público resolva essa situação”, disse o comerciante José Crispim.
Já para Alfredo Falcão, presidente do Conselho de Segurança do município, a medida foi necessária. “O juiz entendeu que essa seria a única forma de buscar uma solução, já que o Estado está omisso. Gastamos, no ano passado, R$ 36 mil em aplicação de penas alternativas e reforma da delegacia municipal. Isso com recurso próprio e doações dos moradores. O problema não começou agora, vem de muito tempo”, explicou Alfredo Falcão.
“Até o momento da liberação dos presos, nós não tínhamos ordem para transferi-los, e nós não podemos transferir presos sem ordem judicial. Se for necessário prender, vamos encaminhar para os municípios vizinhos”, revelou Pedro Chauí, delegado de polícia.
De acordo com o juiz da comarca de Buerarema, Antônio Hygino, responsável pela liberação dos presos, a cadeia não oferece condição mínima de custódia. “Acontece que a Polícia Civil, que deveria custodiar esses presos, abandonou o serviço, que estava sendo feito pela guarda municipal, sem competência para isso. Fui pessoalmente a Salvador, conversei com a presidente do Tribunal de Justiça, o corregedor do Tribunal autorizou a transferência, mas a Secretaria da Segurança Pública não cuidou de fazer a transferência e eu não poderia ficar com esses presos, porque qualquer incidente que acontecesse eu seria o responsável”, explicou o juiz.
Luciano Oliveira, 32 anos, preso por assalto e porte ilegal de arma, liberado pela decisão judicial, confirma a precariedade das instalações. “Eu vivia no inferno. A gente tem que pagar pelos nossos erros, mas não dessa forma. Faltava remédio, alimentação, a gente dormia no chão, era desumano lá”, disse.
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