sábado, 7 de junho de 2014

Cleptomaníacos e traidores

O que tem acontecido em algumas prefeituras deste país nos últimos vinte anos pode-se resumir em duas palavras: Enfermidade e traição. Há o gestor corrupto cleptomaníaco, que é aquele enfermo viciado por dinheiro. Desvia o dinheiro do povo para a sua conta ou de laranjas, mesmo que não necessite. Não precisa dele, mas quer sempre mais, e sua mente distorcida acha que o dinheiro roubado lhe pertence. Vai para a cadeira, perde o mandato e a carreira, mas não devolve, nem conta onde colocou. Quem quer o de volta que o descubra! Acha-se dono dos milhões que desviou da saúde, da educação e da licitação forjada para o seu cofre. Esses só os psiquiatras para dar um jeito. Ou, uma verdadeira conversão como a do histórico Zaqueu, narrado por Lucas, que se dispôs a dar metade dos seus bens aos pobres e, se tivesse culpa, devolveria quatro vezes o dinheiro roubado.

Na outra ponta existe o gestor traidor do povo. Esse faz uso de sua carreira, de seu cargo para locupletar seus amiguinhos e companheiros, de sua família e irmãos, e enriquecer-se de maneira desmesurada. Normalmente esse tipo político é lúcido, não tem nenhum desvio mental, não é cleptomaníaco, sabe muito bem o que está fazendo e joga com suas próprias regras, porque para ele o povo e a sociedade que se exploda. O Ministério Público e a Polícia Federal que se vire para pegá-lo! Dificilmente esse elemento é preso, em face da lentidão da justiça brasileira.

Esse tipo de gestor normalmente é boa praça, sorridente, tem até cara de ‘puro’, porém, se puder roubar, rouba. Traficantes, ladrões de carro e megaladrões do erário, só pensam apenas em si!

E o pior de tudo é que até mesmo gestores cleptomaníacos e traidores da sociedade, se intitulam, na maioria das vezes, homens de fé, sujeitos tementes a Deus, ratos de igreja, conhecedores da palavra e seguidores do filho de Maria. Muitos roubam de dia e à noite na missa, se confessam (mentindo) e ainda comungam, desejando a paz de Cristo. Têm gatunos que falam até em línguas!

Para os políticos, especialmente católicos carregadores de ‘andor’, alguns documentos da Igreja são bem claros: “Os bens públicos são bens coletivos e é pecado grave, gravíssimo contra Deus e o povo, alguém se apossar do que não pode ser dele nem do seu grupo político. A ordenação dos bens, isto é, o destino que se dá às riquezas de um país, cidade e do seu povo, não pode nunca ser a conta bancária da camarilha que se apossou do poder”.

O verdadeiro cristão procura conhecer e praticar o ensinamento de Deus e a doutrina da sua Igreja. O verdadeiro gestor sério sabe muito bem que não pode desviar dinheiro público, dinheiro do povo, principalmente verbas carimbadas da saúde (Saúde é um direito constitucional).

Malandros que desviam dinheiro público não passam de traidores do povo e de Cristo.
Que os líderes católicos e evangélicos intensifiquem os ensinamentos sagrados aos seus fiéis, àqueles que têm uma carinha de cordeiro, mas que não passam de lobos famintos.


Elias Reis, editor do Jornal do Radialista.

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