Durante reunião com governadores e prefeitos das capitais em Brasília, Dilma adotou uma agenda com cinco pactos de mudanças sociais e a realização de um plebiscito sobre a proposta de estabelecer um processo constituinte com vistas a tirar do papel uma reforma política. Segundo a presidenta, é preciso aproveitar o momento de ampla participação popular nas manifestações e garantir que este processo que já entrou e saiu da pauta política seja levado adiante. “Estamos ouvindo a voz das ruas, pois só elas nos levam a mudanças em menos tempo. Se aproveitar o impulso, podemos fazer muita coisa mais rápido, pelo povo e pelo Brasil”, concluiu.
Os elogios encontram ressonância nas declarações de outra professora de História da USP: Maria Victória Benevides observa a proposta da presidenta como um “elemento novo e extremamente importante na conjuntura” política brasileira. “Ela foi inteligente e retribuiu os gritos da cidadania. É como se estivesse dizendo: 'então decidam o que vocês querem'”, afirma. “E botou o Congresso numa saia justa. Como o Congresso vai ser contra? Dilma tomou a iniciativa de liderar uma saída à crise das instituições para avançar na reforma. Deu um eco mais orgânico ao protesto que vem da rua.”
A ideia havia sido lançada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento do jornal Valor Econômico, em São Paulo, em março. Lula dizia que, diante da impossibilidade de aprovar mudanças no sistema político dentro do Congresso, cujos membros não teriam interesse em perder privilégios, o PT deveria abraçar a ideia de uma Constituinte exclusivamente para tratar do tema. “Me pareceu interessante que a presidenta tivesse ido na direção do que a população está dizendo”, conclui Aquino.
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