quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Campeão em 2006, Colo Colo quer surpreender novamente

Por Comunicação FBF, 14 de Jan 2016 - 13h38
Após disputar 24 partidas oficiais na última temporada, incluindo a Série D do Brasileirão e Copa Governador do Estado, um recorde na história recente do clube, o Colo Colo já tem definido seu próximo desafio para 2016: O Bicampeonato do maior estadual do Norte- Nordeste.

E para isso, a equipe comandada pelo técnico Fernando Dourado segue se preparando para a estreia contra o Fluminense de Feira desde o último dia 04 de janeiro, em Ilhéus.

Com 23 atletas no elenco e objetivo de chegar a mais uma decisão após dez anos, o Tigrão contará com a juventude do zagueiro Eliésio, com passagem pela seleção brasileira sub-20, a experiência do xerife Walter, que atuou no futebol da Arábia, e do atacante Tiago Almeida, homem-gol que já passou por Fortaleza, Ceará e Atlético-PR. 

Ainda farão parte do grupo, jogadores que vieram do futebol de São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, além dos destaques ilheenses Léo Soares e Léo Araújo. O Colo Colo acredita que o elenco mesclado fará a equipe forte na busca de uma vaga na Copa do Nordeste, Copa do Brasil ou Série D. 

Foi o que afirmou o presidente do clube, Raimundo Borges, em entrevista ao portal da FBF. “Com toda humildade, nós trabalhamos para chegarmos em primeiro sempre. Estamos nos organizando extracampo, porém formamos uma equipe fechada, muito comprometida com o campeonato e que mescla jovens e experientes”  finalizou.


Foto: Divulgação

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Dez projetos no Congresso que atacam direitos e a democracia

Câmara e Senado iniciam atividades com um pacote de maldades que podem transformar 2016 em um ano de avanço do conservadorismo
por Luiz Carvalho, da CUT publicado 13/01/2016 13:00
CUT/DF
CUT
Contra avanço das pautas conservadoras, ano também deverá ser de intensa mobilização dos trabalhadores
São Paulo – Deputados federais e senadores retomam os trabalhos em fevereiro, logo após o Carnaval, e terão na agenda um pacote com ao menos dez projetos muito polêmicos. A lista faz de 2016 um ano essencial na atuação dos movimentos sindical e sociais em defesa da democracia, da manutenção de direitos e contra o conservadorismo.
O primeiro passo anunciado pela CUT será uma manifestação marcada para março, em que os movimentos marcharão em Brasília para pressionar os parlamentares contra qualquer tido de retrocesso.
Em entrevista, o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto Queiroz, o Toninho, avaliou que a temática trabalhista deve tomar o lugar dos temas ditos sociais na agenda do parlamento. Especialmente, se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixar a Casa.
Isso, porém, não significa que assuntos como a lei antiterrorismo, o Estatuto do Desarmamento e a privatização das estatais saiam de cena. A depender da pressão que sofrerá, Cunha pode jogar no quanto pior melhor, ao lado da oposição, que busca desgastar o governo federal com uma agenda negativa.
A pedido da CUT, Toninho avalia quais as perspectivas para cada um desses textos e reforça que o sucesso ou fracasso de cada um dos pontos passa diretamente pela capacidade de mobilização da classe trabalhadora.

Estatuto da Família (PL 6583/2013)Autor: deputado Anderson Ferreira (PR-PE)Resumo: determina que a família é formada exclusivamente por homens e mulheres e exclui, portanto, casais LGBTs desse conceito Situação: aprovado por comissões, aguarda a resposta ao recurso do PT, que é contra o texto ser incluído na pauta da Câmara.Perspectiva: desde que se readotou o poder terminativo para aprovação projetos, foram apresentados centenas de recursos e poucos foram apreciados. Não faria sentido votar esse texto furando a fila em detrimento dos demais. Mas, se for votado, tem a tendência de ser aprovado.
Maioridade Penal (PEC 171/1993)Autor: deputado Benedito Domingos (PP-DF)Resumo: reduz a maioridade penal para 16 anosSituação: aprovado na Câmara, está agora no Senado.Perspectiva: o Senado não aprova e vai optar por modificar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), aumentando o tempo de reclusão e, eventualmente, retirando a condição de primário do até então menor de idade.

Lei Antiterrorismo (PL 2016/2015)Autor: Poder ExecutivoResumo: altera a lei para reformular o conceito de organização terroristaSituação: aprovado na Câmara, já foi modificado pelo Senado e volta à Câmara.Perspectiva: da forma como está redigido, pode permitir que manifestações de trabalhadores possam ser entendidas como um atentado à estabilidade democrática. O movimento sindical precisa pressionar o governo para que imponha vetos a artigos com o objetivo de impedir que a definição de terrorismo alcance manifestações populares. A tendência é que seja aprovado como está.
Criminalização da vítima de violência sexual (PL 5069/2013)Autores: deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e outrosResumo: abre brechas para punir qualquer pessoa que oriente o uso de método contraceptivo e preste orientações sobre o aborto legal definido pela ConstituiçãoSituação: Aguarda inclusão na pauta da Câmara. Esse projeto deve perder densidade, caso Cunha seja afastado. Não tem apoio político suficiente para, sem ele, ser pautado. Depende de alguém muito conservador, mas a tendência é que não passe pelo colégio de líderes da Câmara.
Terceirização (PLC 30/2015)Autor: ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO)Resumo: permite a terceirização sem limitesSituação: o projeto é a continuidade do PL 4330, aprovado na Câmara, e aguarda votação no SenadoPerspectiva: tinha a tendência de ser rejeitado pelo relator, senador Paulo Paim (PT-RS). Mas começa a haver sinalização de que o Renan Calheiros (presidente do Senado) não vai mais dar o tempo que se imaginava para discuti-lo. Senado deve retirar a atividade-fim e aprová-lo, independente do parecer do Paim. O risco é o texto voltar à Câmara, onde há muitos parlamentares eleitos com recursos de empresários que pressionam pela aprovação da matéria.
Altera participação da Petrobrás na exploração do pré-sal (PLS 131/2015)Autor: senador José Serra (PSDB-SP)Resumo: retira a obrigatoriedade da Petrobrás como exploradora exclusiva do pré-salSituação: aguarda votação no SenadoPerspectiva: a tendência é que seja aprovado, ainda que possa haver mudança no seu conteúdo para que a condição da Petrobrás, como operadora única, seja facultativa e não mais obrigatória.
Estatuto do desarmamento (PL 3722/2012)Autor: deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC)Resumo: facilita a aquisição e o porte de armas de fogoSituação: aguarda inclusão na pauta da CâmaraPerspectiva: tema deve ser de votação muito apertada na Câmara. Mas, no Senado, a tendência é que esse projeto mude radicalmente para que o desarmamento geral seja impedido. O estatuto foi ideia do Renan Calheiros, ele liderou o processo. O problema é que a matéria volta à Câmara, se houver alteração, onde a bancada da bala é muito forte. Após isso, só restará o veto da presidenta.
Privatização das Estatais (PLS 555/2015)Autor: substitutivo aos projetos de lei do Senado 167/2015, dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE), e 343/2015, de Aécio Neves (PSDB-MG); e do anteprojeto apresentado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ)Resumo: permite a venda e participação do capital privado em empresas estatais como Correios e Caixa EconômicaSituação: aguarda apreciação do SenadoPerspectiva: como parte da Agenda Brasil, proposta pelo Senado, tem altíssima chance de aprovação já que, segundo o Jereissati, conta com apoio do atual ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Com neutralidade do governo, apoio do poder econômico para terceirizar e o líder do PSDB comandando, é o que conta com maior chance de aprovação dessa lista.
Flexibilização do Conceito do Trabalho Escravo (PLS 432/13)Autor: Romero Jucá (PMDB-RR)Resumo: desconfigura e ameniza o conceito de trabalho escravoSituação: retirado da pauta do Senado após pressão dos movimentos sociais, passará por todas as comissões do SenadoPerspectiva: há várias iniciativas na Câmara e no Senado para modificar o Código Civil e dar conteúdo semelhante ao que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) prevê e que é mais brando do que a legislação brasileira. Tema tem apelo popular contrário e pode cair, mas dependente também da sinalização do governo, que ainda não se manifestou.
Redução da idade de trabalho (PEC 18/2011)Autor: Dilceu Sperafico (PP-PR)Resumo: autoriza o trabalho de regime parcial a partir dos 14 anosSituação: está na CCJ (Comissão de Constituição Justiça e Cidadania da Câmara) e aguarda aprovaçãoPerspectiva: A PEC exige 308 votos, fórum qualificado. Não é um assunto que mobilize todas as bancadas conservadoras e não deve ir a plenário, porque depende da constituição de uma comissão especial, que consumiria 40 sessões. Não é uma das maiores ameaças.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Polícia reprime manifestação contra aumento da passagem de ônibus em SP

A Polícia Militar está reprimindo a neste momento a manifestação de estudantes contra o aumento de tarifa de ônibus em São Paulo, que amanhã (9) aumenta para R$ 3,80
por Redação RBA publicado 08/01/2016 19:58, última modificação 08/01/2016 20:04
PAULO PINTO/FOTOS PÚBLICAS
ato passe livre
Manifestantes se concentraram pacificamente na Praça Ramos antes de tentar caminhar até Av. 23 de Maio
São Paulo – A Polícia Militar está reprimindo a neste momento a manifestação de estudantes contra o aumento de tarifa de ônibus em São Paulo, que amanhã (9) aumenta para R$ 3,80. O confronto começou quando a passeata alcançou o começo da avenida 23 de Maio, depois de se concentrar no Teatro Municipal às 18h30 e se dirigir ao largo do Paisandu. Cerca de 3 mil pessoas participam da manifestação. O aumento na tarifa é de 8,57%.
“O ato é contra o aumento abusivo que atinge diretamente as famílias de trabalhadores. Apesar de algumas conquistas efetivas nossas, como o passe livre para parte da população, queremos que esse direito seja de todos”, disse Larissa Sampaio, do Levante Popular da Juventude, um dos movimentos que participa do evento.
Na manhã de hoje, o MPL já havia feito uma manifestação na zona oeste da capital paulista contra o aumento nas tarifas. De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um pequeno grupo começou o protesto na rua Guaicurus, próximo ao Terminal Lapa, zona oeste, às 5h35.
Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, responsável pelos ônibus municipais, e pela Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, responsável pelo transporte dos metrôs e trens estaduais, o reajuste ficou abaixo da inflação acumulada desde o último reajuste, ocorrido em 6 de janeiro de 2015. A inflação acumulada neste período foi de 10,49%, enquanto o aumento das tarifas foi estipulado em 8,57% para o bilhete unitário.
A tarifa de integração entre ônibus e trilhos (metrô e trens) passarão de R$ 5,45 para R$ 5,92. Já os bilhetes temporais 24 horas, madrugador, da hora, semanal e mensal terão seus preços mantidos.
De acordo com as secretarias, mais da metade dos usuários do sistema de transportes (53%) não será impactada pela mudança na tarifa unitária, porque são beneficiários de gratuidades, usam bilhetes temporais que não terão aumento ou são trabalhadores que já pagam o limite legal de 6% do salário para o vale-transporte.
Com Agência Brasil

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Bahia deve anunciar mais dois jogadores



Além do meia-campista Danilo Pires, que pertence ao Santa Rita de Alagoas e já está na Capital Baiana aguardando apenas os exames médicos para assinar contrato, o Bahia deve anunciar mais duas contratações para temporada. O atacante Edgar Júnio, de 24 anos, vem por empréstimo de um ano do Atlético-PR e está praticamente acertado faltando apenas oficializar. 

Outro que depende de pequenos detalhes para vestir a camisa tricolor é o meia-atacante Roni, que pertence ao São Paulo mas não será aproveitado pelo técnico Bauza. Em 2015 o jogador atuou por Ponte Preta e Paysandu. Até o momento o Bahia oficializou três contratações. Os atacantes Hernane 'Brocador', ex-Flamengo e Sport, e Luisinho, ex-Santa Cruz, além do meia Juninho, rebaixado com o Macaé.

Fonte: futebolbahiano.org

Não haverá 'divórcio' entre PMDB e governo

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O sonho do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-RJ), de ver um “divórcio” entre seu partido e o governo Dilma Rousseff não deve se concretizar, pelo menos segundo avaliação de deputados da base governista e da cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos.

A história do cada vez mais segmentado PMDB não autoriza prever, a não ser como hipótese, que a maior legenda do Congresso Nacional decida abandonar em bloco o barco do governo no período até 2018. O partido, considerado fundamental para a chamada governabilidade, é hoje o maior do Congresso Nacional, com 68 deputados e 18 senadores. O PT vem em segundo lugar, com 59 deputados e 13 senadores, seguido do PSDB (53 e 11, respectivamente).

“Isso não vai acontecer. O PMDB não é uma entidade unitária. Há vários PMDBs, como sempre aconteceu. O PMDB nunca esteve unido em nossos governos, Lula e Dilma. Uma parte do PMDB está conosco, e uma parte contra nós, e vai continuar assim”, diz o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

“O PMDB está hoje como sempre esteve: a divisão do partido em 2015 não é exatamente uma novidade, é um dado da vida brasileira desde 1985”, afirma o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). “Quando o presidente da República era peemedebista (Tancredo Neves e José Sarney, em 1985), o PMDB já era dividido. Basta ver o resultado eleitoral do dr. Ulysses (Guimarães) em 1989, que foi a maior liderança do PMDB em todos os tempos”, lembra o deputado (na eleição de 1989, Ulysses obteve irrisórios 4,73% e ficou num melancólico sétimo lugar).

“Não vejo que vá acontecer o ‘divórcio’. Pode acontecer com partes do PMDB. O próprio Cunha já se ‘divorciou’. Mas até Michel Temer, acredito, na hora H vai ser difícil sair”, diz Maria do Socorro. “Se não tivesse eleição este ano, o PMDB talvez tivesse outras alternativas, mas a eleição fragiliza esse grupo hoje mais pró-Temer e pró-Cunha. Eles posam de fortes porque estavam num cenário muito favorável a essa composição de forças contra Dilma, e não faz muito tempo. Mas o cenário mudou.”

O PMDB realiza nos próximos meses dois eventos considerados fundamentais para o futuro próximo do partido. Em fevereiro, a eleição do novo líder na Câmara, cargo hoje ocupado pelo deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), aliado de Dilma. Em março, a agremiação deve realizar sua convenção nacional, quando será oficialmente debatida e possivelmente definida posição do partido em relação ao governo, além de eleger o presidente da sigla, hoje comandada por Temer.

“Se hoje o PMDB decidisse num fórum sair do governo, tenho certeza de que uma parte expressiva do partido seguiria participando, assim como se decidisse ficar no governo, teria uma parte expressiva que se manteria crítica e oposicionista ao governo”, acredita Orlando Silva.

Paulo Teixeira identifica identifica como exemplos, na parcela peemedebista que vai permanecer na base, o PMDB do Rio, “provavelmente” o de Minas Gerais e Goiás. Já com o PMDB da Bahia, de Pernambuco e de São Paulo, por exemplo, admite que dificilmente haverá parcerias.

Volta por cima

O retorno de Leonardo Picciani ao posto de líder do PMDB na Câmara dos Deputados em 17 de dezembro, operando uma "virada" sobre manobra de Eduardo Cunha que o havia derrubado do cargo uma semana antes em favor do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), é considerado emblemático não apenas da dificuldade crescente de setores peemedebistas de oposição como também do enfraquecimento de Eduardo Cunha e sua tropa de choque.

“Na Câmara, aos trancos e barrancos, houve a migração de uma maioria que era controlada por Eduardo Cunha para uma maioria com posição de apoiar o governo Dilma. É um dado que pode ser medido pela liderança de Leonardo Picciani”, diz Orlando Silva. Para ele, após a tentativa de golpe de Cunha dentro do próprio partido, “o sinal político” era o de predominância da oposição a Dilma na bancada peemedebista.

Mas a recondução de Picciani, que tem veemente posição contra o impeachment, mostra que a força de Cunha está longe do que já foi. “Enfrentar essa situação, tendo Eduardo Cunha na presidência da Câmara, sendo ele o principal líder da oposição ao governo na Câmara, e ainda assim Piciani se colocar contra o impeachment e formar maioria na bancada é uma vitória extraordinária.”

O episódio mostra que a batalha pela liderança do partido será enorme entre os pró e contra Dilma em fevereiro. Mas Eduardo Cunha "perde força política a cada dia", acredita o parlamentar do PCdoB. "Com a decisão dele de acatar o impeachment, ele tocou fogo em todas as pontes políticas."

Outro dado simbólico da queda da influência de Cunha é o forte posicionamento do PMDB contra ele, em seu próprio estado, do governador Luiz Fernando Pezão e de Picciani. Já em 15 de setembro, Picciani havia deixado clara sua posição ao assinar, junto a líderes da base de Dilma, documento manifestando “firme e decidido apoio ao mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff, que se extinguirá somente em 31 dezembro de 2018”.

A reportagem procurou Leonardo Picciani, mas não obteve retorno.

Para a professora da Ufscar, as eleições municipais de 2016 terão influência importante no comportamento até mesmo dos grupos aliados de Cunha. Com as denúncias contra o presidente da Câmara, ficar ao seu lado já não é vantajoso. “Quanto mais esses grupos ficarem próximos de Eduardo Cunha, tão envolvido em denúncias, e apoiarem sua manutenção no poder, maior será a rejeição aos candidatos do PMDB nos municípios e em suas regiões”, acredita Maria do Socorro, para quem, como é previsível que o presidente caia antes, muita coisa vai depender de quem o sucederá na presidência da Câmara.

A cientista social observa três movimentos importantes no tabuleiro político nos últimos meses, todos relacionados ao presidente da Câmara. O primeiro, ao longo do segundo semestre de 2015, quando ficou clara a até então não declarada convergência dos interesses de Temer e de Cunha. O segundo, o posicionamento do PT, que saiu do muro e votou contra Cunha no Conselho de Ética, o que isolou o PSDB deixando-o em situação desconfortável ao lado do acusado de ter contas não declaradas no exterior movidas a dinheiro de corrupção. E o terceiro, a virada da situação a favor do governo, até o início de dezembro aparentemente muito mais favorável à oposição.
O fator Renan

Com o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que desmontou a farsa da montagem da comissão processante do impeachment, o jogo virou para o governo. Para Orlando Silva, um peemedebista teve papel fundamental para 2015 ter se encerrado com cenário positivo: o presidente do Senado, Renan Calheiros. “A decisão do Supremo, a partir de ação do PCdoB, deu fôlego ao governo, de um lado, e de outro Renan Calheiros teve um papel chave nas decisões sobretudo relativas ao orçamento”, avalia. A atuação de Renan é um dos fatores que faz a situação do governo no Senado ser mais confortável.

“Poderíamos ter hoje uma outra realidade política se o presidente do Senado fosse um homem que não tivesse o compromisso com a governabilidade que Renan demonstrou ter", diz o parlamentar do PCdoB. Mas Renan é confiável? "Mais importante do que a opinião que cada um tenha sobre Renan é a análise do papel concreto que ele jogou nesse último período”, avalia.

Finalmente, Maria do Socorro diz que, apenas para considerar a hipótese improvável de o PMDB sair completamente do governo, a situação ficaria muito difícil para Dilma. “O PT tem uma base pequena e a governabilidade seria muito difícil. O PMDB acaba dando força e trazendo problemas também, aliás, em 2015, só criou problemas. Até parece que sem ele seria melhor, mas o governo já tem dificuldade de manter maioria simples, imagine então a qualificada, sem o PMDB”, diz a professora.

Os governistas, porém, estão longe de uma posição confortável e de poder comemorar qualquer vitória, alerta Orlando Silva. “O governo precisa continuar com humildade. Não é hora de fazer bravata dizendo que tem 250 votos”, diz, alfinetando o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que no início da semana previu que esse seria o número de votos contra o impeachment na Câmara. “É hora de consolidar sua base, porque é uma base muito frágil, fragmentada, pouco unificada. Nada me leva a crer que de repente isso mudou, da noite para o dia”, diz.


Bolsa Família e a hipocrisia da oposição


Por Kátia Gerab Baggio, no blog Viomundo:

Manchetes na “grande” mídia, dos dias 01 e 02 de janeiro, anunciam que a presidente Dilma vetou, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, o artigo que previa um reajuste de todos os benefícios do Bolsa Família pela inflação acumulada desde maio de 2014, data do último reajuste. A medida representaria uma elevação nos benefícios de cerca de 16%.

Esta é a mesma mídia que, de um modo geral, criticou a decisão do governo federal de reajustar o salário mínimo pouco acima da inflação, mantendo a política de valorização implementada nos governos Lula e Dilma.

Líderes dos partidos de oposição à direita, como o senador Aécio Neves (PSDB) e o deputado Mendonça Filho (DEM), criticaram o veto ao reajuste do Bolsa Família, em nome dos mais necessitados.

Sabemos muitíssimo bem o quanto esses partidos, PSDB e DEM, e seus líderes “priorizaram” os mais necessitados ao longo de suas trajetórias políticas e nos governos liderados por eles…

Como todos também sabemos, a presidente Dilma e a ministra Tereza Campello (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS) tiveram que se empenhar para que não houvesse cortes, no orçamento de 2016, no programa Bolsa Família, conforme havia sido proposto pelo relator do orçamento no Congresso, deputado Ricardo Barros (PP-PR).

O deputado paranaense havia proposto um corte de nada menos do que R$ 10 bilhões, equivalente a cerca de 35% do orçamento total do programa para este ano que se inicia.

O argumento da presidente para o veto é que o orçamento de 2016, já aprovado pelo Congresso, não prevê os recursos para esse reajuste e que o Bolsa Família vem passando, desde 2011, por um “contínuo aperfeiçoamento e mudança estrutural”, com o objetivo de favorecer famílias em situação de extrema pobreza, que ficariam prejudicadas com um reajuste linear.

É claro que, aos beneficiários do programa, a reposição da inflação acumulada nos últimos 20 meses seria o desejável. E mesmo o defensável.

Mas, como a dotação orçamentária para o Bolsa Família é fixa, reajustar o valor dos benefícios de maneira linear significaria, na prática, ter que desligar inúmeras famílias do programa.

Como afirma o jornalista Fernando Brito (blog Tijolaço), “a tática da maldade é disfarçar-se de bondade.”

O que me enche de indignação, mais do que tudo, é a hipocrisia.

2015 foi o ano em que a hipocrisia, o cinismo e a manipulação das informações — com o objetivo de conquistar os corações e mentes dos incautos — predominaram
.

As oposições e os órgãos de mídia direitistas começaram 2016 na mesma toada. Com a mesma hipocrisia e cinismo que foram disseminados em 2015.

O problema, entre outros, é que a comunicação do governo federal continua extremamente deficiente, para dizer o mínimo.

O governo federal, e o MDS em particular, têm que deixar tudo isso bem claro. Deveriam ter dado uma resposta mais rápida e contundente a essa desinformação que campeia na mídia e nas redes.

Mas a presidenta Dilma optou por publicar sua primeira mensagem aos brasileiros(as) do ano de 2016 na Folha de S. Paulo, o mesmo jornal que, no dia 13 de setembro de 2015, publicou um editorial de caráter golpista intitulado Última chance.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, deu sua primeira entrevista do ano a O Globo, o mesmo jornal que publicou, ao longo de 2015, inúmeras manchetes, fotografias e caricaturas não só extremamente negativas como agressivas, contra a presidente Dilma, o PT e líderes petistas.

Pode-se argumentar que o governo federal não pode simplesmente ignorar a “grande” mídia. Mas essa é uma mídia que se revelou completamente sem escrúpulos, sem qualquer cuidado com o rigor e o equilíbrio jornalísticos.

Uma mídia que, na minha avaliação, não merece consideração por parte da presidente, dos ministros de seu governo e dos líderes petistas.

Há, hoje, outros meios de comunicação que podem ser utilizados, sem dar a essa mídia que se comporta, com frequência, de maneira vil e inescrupulosa uma consideração que ela, absolutamente, não faz por merecer.

* Kátia Gerab Baggio é professora de História das Américas na UFMG.

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

TSE rejeita contas de Aécio que omitiu doação da Odebrecht

As contas da campanha do candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, foram rejeitadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que detectou pelo menos 15 irregularidades. Os erros vão desde a omissão de doações feitas por empreiteiras, como a Construtora Odebrecht, como irregularidades nos cálculos. A ministra Maria Thereza Assis Moura pediu explicações ao candidato que há meses vem criticando as pedaladas fiscais supostamente praticadas pelo governo de Dilma Rousseff. 

Do 247 - A relatora da prestação de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Maria Thereza de Assis Moura, solicitou do tucano explicações sobre 15 supostas irregularidades detectadas nos documentos entregues à corte.

Entre elas está o fato de Aécio ter repassado para o PSDB uma doação de R$ 2 milhões da Odebrecht, mas não ter registrado a transferência na prestação de contas.

"O comitê financeiro nacional para presidente da República do PSDB registrou em sua prestação de contas o recebimento de doação de R$ 2 milhões, efetuada pelo candidato, no entanto, não há o registro da transferência na prestação de contas", afirma o relatório técnico da Justiça Eleitoral. A Odebrecht é uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e seu presidente, Marcelo Odebrecht, está preso desde 17 julho.

Segundo dados divulgados pelo Estado de S. Paulo, além da Odebrecht, o TSE aponta também uma diferença entre o valor declarado pela campanha e o montante efetivamente doado pela construtora Construbase. O candidato tucano recebeu R$ 1,75 milhão, mas declarou R$ 500 mil.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura quer saber também por que a campanha tucana declarou R$ 3,9 milhões em doações estimáveis apenas na prestação de contas retificadora.

Das 15 irregularidades detectadas pelo tribunal, pelo menos três foram consideradas infrações graves. Elas dizem respeito a doações recebidas antes das prestações de contas parciais e que só foram registradas nas prestações finais, somando mais de R$ 6 milhões.

O PSDB informou por meio de nota que já esclareceu ao TSE todas as dúvidas e ratificou os erros apontados pelo tribunal. Segundo o partido, todos as doações foram registradas com os devidos recibos eleitorais, inclusive as da Odebrecht e Construbase, e as falhas detectadas são erros meramente contábeis

Informações: http://www.juniorpentecoste.com.br/2015/09/tse-rejeita-contas-de-aecio-que-omitiu.html

Vitória contrata ex-jogador do Bahia

O Vitória surpreendeu e hoje à tarde anunciou o meio de campo Tiago Real como o primeiro reforço para a temporada 2016. O jogador disputou o Campeonato Brasileiro da Série B pelo Bahia. O volante Tiago Real iniciará exames médicos na Toca do Leão nesta terça-feira (5) às 15h, junto ao grupo que inicia a temporada 2016. O atleta, que completará 27 anos em 26 de janeiro, marcou 6 gols em 60 partidas pelo rival em 2015. Se aprovado nos exames, Tiago Real assinará contrato até o final da temporada.

Informações: futebolbahiano.org

Brasilia tem inflação mas alta do país em 2015, Salvador e Recife tiveram a menor

Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

Brasília fechou 2015 com uma inflação de 11,95%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Entre as sete capitais pesquisadas pela FGV, a capital federal foi a que teve a maior alta de preços. Em 2014, Brasília havia registrado uma taxa de inflação de 6,74%.
A segunda maior taxa em 2015 foi observada em São Paulo (11,58%), cidade que havia fechado 2014 com inflação de 5,67%.
Porto Alegre também teve uma taxa maior do que a média nacional de 10,53% em 2015, ao acusar alta de preços de 10,85%.
As demais capitais ficaram com as seguintes taxas: Rio de Janeiro (10,44%), Belo Horizonte (9,67%), Salvador (8,61%) e Recife (8,27%).
Todas as sete capitais tiveram em 2015 inflação mais alta do que no ano anterior.

Edição: Kleber Sampaio