Revista Veja pode ter nova redação. Presidente do grupo Abril ficou furioso com a repercussão negativa de matéria especulativa contra Dilma às vésperas da eleição
Repercussão negativa de matéria da Veja que tentou interferir nos rumos da eleição sem apresentar provas teria irritado o presidente do grupo Abril (reprodução)
Carro-chefe do Grupo Abril, a revista Veja pode ter esta semana um novo núcleo de direção de redação. O diretor de redação Eurípedes Alcântara está com seu cargo por um fio. Ele foi chamado a um jantar na casa do presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, nesta segunda-feira (27), ao qual também compareceram os redatores-chefes Lauro Jardim, Fabio Altman, Policarpo Jr. e Thaís Oyama.
Em pauta, como sair da situação criada com a capa sem provas, que rendeu dois direitos de resposta ao PT e custou à Abril a pichação à entrada de sua sede, na avenida Marginal, em São Paulo.
Barbosa ficou irritadíssimo com a repercussão negativa da capa de Veja, lançada às pressas, na sexta-feira 24, a tempo de interferir na eleição presidencial.
Seis meses atrás, ficou definido que Alcântara teria de se reportar diretamente a Barbosa a respeito das principais decisões editoriais de Veja. No jantar, ficará claro que a situação do diretor-de-redação nunca foi tão delicada. Mudanças no comando da revista podem ser anunciados nas próximas horas.
Fundo do poço
O analista político Ricardo Kotscho diz que, ‘cegados pela intolerância, barões da imprensa ainda não se deram conta de que já nem elegem nem derrubam mais presidentes’. Ele cita a tentativa de manipulação eleitoral com a publicação da capa-panfleto da revista “Veja” e defende que Dilma Rousseff apresente a criação de um marco regulatório das comunicações.
“Diante da gravidade dos acontecimentos nas últimas 48 horas que antecederam a votação, a partir da publicação da capa-panfleto da revista “Veja”, a última “bala de prata” do arsenal de infâmias midiáticas para mudar o rumo das eleições, não dá agora para simplesmente fingir que nada houve, virar a página e tocar a bola pra frente, como se isso fosse algo natural na disputa política. Não é”, disse Kotscho.
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