quarta-feira, 29 de outubro de 2014

DEM morreu. ACM Neto marca o enterro!

Por Altamiro Borges

O senador Agripino Maia, presidente do DEM, levou uma surra no Rio Grande do Norte, mas continua rosnando valentia. Ele esbraveja que “não dará paz à presidenta Dilma”. É pura bravata. Sua legenda morreu nestas eleições e os demos rumam para o inferno – isto se o capeta permitir o ingresso. A única liderança que ainda sobrou neste partido moribundo, ACM Neto, prefeito de Salvador (BA), já anunciou que ele será extinto no próximo ano. Vale conferir o relato do jornalista Ilimar Franco, do insuspeito jornal O Globo, um dia antes do segundo turno:

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O DEM vai acabar

A cúpula do DEM vai acabar com o partido. Seus dirigentes avaliam, independentemente do resultado da eleição, que essa é a única maneira de sobreviver. Eles pretendem abrir negociação com dez partidos nanicos, que abrigam 24 deputados, para criar nova legenda. O DEM elegeu 22 deputados, e seus líderes imaginam chegar a 50. Esse caminho não é unânime. Há os que defendem se entregar nos braços do PSDB. “O DEM não vai mais existir como tal. Se Aécio ganhar, faremos uma fusão para crescer. Se Aécio perder, faremos uma fusão para sobreviver”, afirma Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador (BA).


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Os demos não conseguiram capitalizar a forte onda conservadora do primeiro turno, que deu um perfil mais reacionário ao Congresso Nacional. Os “novos” direitistas preferiram se abrigar em outras siglas, temendo a desgaste do DEM, num processo de pulverização da sua representação. A legenda da velha oligarquia, que já teve mais de 100 deputados federais no passado, elegeu apenas 22 neste ano. Em 2010, os demos conquistaram dois governos estaduais – em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. O catarinense Raimundo Colombo logo abandonou o DEM, no racha liderado por Gilberto Kassab. A potiguar Rosalba Ciarlini, totalmente desmoralizada, foi abandonada pelo seu próprio partido e nem disputou a sucessão.

Os demos apostaram todas as suas fichas num único Estado em 2014, a Bahia, com a candidatura decrépita do ex-governador Paulo Souto. Mas os baianos rejeitaram o capeta, os institutos de pesquisa e a mídia monopolista e elegeram o petista Rui Costa com 54% dos votos. O DEM agora prepara o funeral – uma vitória da democracia brasileira!


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Os dilemas da revista Veja no pós-eleição

Revista Veja pode ter nova redação. Presidente do grupo Abril ficou furioso com a repercussão negativa de matéria especulativa contra Dilma às vésperas da eleição

revista veja capa dilma matéria
Repercussão negativa de matéria da Veja que tentou interferir nos rumos da eleição sem apresentar provas teria irritado o presidente do grupo Abril (reprodução)
Carro-chefe do Grupo Abril, a revista Veja pode ter esta semana um novo núcleo de direção de redação. O diretor de redação Eurípedes Alcântara está com seu cargo por um fio. Ele foi chamado a um jantar na casa do presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa, nesta segunda-feira (27), ao qual também compareceram os redatores-chefes Lauro Jardim, Fabio Altman, Policarpo Jr. e Thaís Oyama.
Em pauta, como sair da situação criada com a capa sem provas, que rendeu dois direitos de resposta ao PT e custou à Abril a pichação à entrada de sua sede, na avenida Marginal, em São Paulo.
Barbosa ficou irritadíssimo com a repercussão negativa da capa de Veja, lançada às pressas, na sexta-feira 24, a tempo de interferir na eleição presidencial.
Seis meses atrás, ficou definido que Alcântara teria de se reportar diretamente a Barbosa a respeito das principais decisões editoriais de Veja. No jantar, ficará claro que a situação do diretor-de-redação nunca foi tão delicada. Mudanças no comando da revista podem ser anunciados nas próximas horas.

Fundo do poço

O analista político Ricardo Kotscho diz que, ‘cegados pela intolerância, barões da imprensa ainda não se deram conta de que já nem elegem nem derrubam mais presidentes’. Ele cita a tentativa de manipulação eleitoral com a publicação da capa-panfleto da revista “Veja” e defende que Dilma Rousseff apresente a criação de um marco regulatório das comunicações.
“Diante da gravidade dos acontecimentos nas últimas 48 horas que antecederam a votação, a partir da publicação da capa-panfleto da revista “Veja”, a última “bala de prata” do arsenal de infâmias midiáticas para mudar o rumo das eleições, não dá agora para simplesmente fingir que nada houve, virar a página e tocar a bola pra frente, como se isso fosse algo natural na disputa política. Não é”, disse Kotscho.

Dilma reeleita: Nada será como antes

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Com a alma lavada depois da vitória de Dilma sobre um dos maiores massacres midiáticos da história republicana e uma onda de ódio conservador sem precedentes, é preciso interpretar corretamente o recado das urnas e valorizar as forças e os atores sociais que emergiram da mobilização da campanha eleitoral. Só assim será possível reinventar o governo, sintonizando-o com a demanda das ruas. O modelo seguido até aqui, através do qual a criação das condições de governabilidade praticamente se limita aos acordos com partidos e suas bancadas no Congresso Nacional, se esgotou.

Não que o novo governo da presidenta Dilma deva abdicar da construção de uma sólida maioria parlamentar. O apoio consistente no Congresso é fundamental tanto para a aprovação dos projetos de interesse do governo como para impedir aventuras golpistas, ainda mais agora quando setores da oposição derrotada falam abertamente em terceiro turno, o que, na prática, é uma uma tentativa de inflar o caso Petrobras, a ponto de criar embaraços institucionais para o governo no Congresso. Isso posto, a eleição deixou claro que os requisitos de governabilidade emanados das urnas são de outro tipo.

Eles têm a ver com as reivindicações dos movimentos sociais que se aproximaram de Dilma na campanha, embora sejam críticos do seu governo, a partir da compreensão do retrocesso para o país que significaria um eventual governo tucano, com enorme potencial para provocar uma verdadeira tragédia social no Brasil.

Outro fenômeno dessas eleições não pode passar despercebido. Há muito não se via tantos jovens em eventos de campanha do PT, no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Esse talvez seja o saldo mais positivo da campanha. Uma parte considerável dos jovens das tais jornadas de junho de 2013 passou olhar o PT outra vez com esperança. O governo e o partido podem estar diante da chance derradeira de reconstruir pontes com a juventude. Isso é essencial para o presente e estratégico para o futuro.

Nas entrevistas concedidas às emissoras de TV na noite desta segunda-feira, a presidente apontou como focos prioritários do seu governo os jovens, as mulheres e os negros, mantendo a atenção especial aos mais pobres e à inclusão social. Não esqueceu também de citar entre suas metas mais importantes a educação, a produtividade, a inovação e o incentivo ao empreendedorismo. Muito bem, mas só com o apoio das ruas e dos movimentos o governo terá como enfrentar e vencer o avanço do pensamento conservador e reacionário na sociedade, notadamente localizado nas classes média e alta.

No discurso da vitória, a presidenta reafirmou seu compromisso com a reforma política, com plebiscito popular. Acertou em cheio.No entanto, antes que a reforma aconteça e produza seus efeitos arejadores e democráticos na vida política do país, o governo só vai conseguir se impor diante de um parlamento de perfil ainda mais conservador se apostar na mobilização popular. E o PT tem um papel decisivo nessa virada.

A oposição, se sentido fortalecida pelos 50 milhões de votos de seu candidato, certamente buscará alianças pontuais no parlamento com a banda fisiológica dos partidos aliados., visando emparedar o governo. Se deixar aprisionar por manobras chantagistas congressuais seria um grave erro, que reduziria sobremaneira as chances de o governo cumprir os compromissos assumidos em praça pública. O desafio, portanto, é fazer da participação popular a mola mestra da governabilidade. Pouco importa se a mídia mais asquerosa do planeta chame isso de chavismo.

Por falar em mídia, atenção presidenta : novo marco regulatório das comunicações agora e já !

As eleições e o susto no PT

Por Frei Betto, no site da Adital:


A eleição presidencial deu um susto no PT. Não esperava que Marina Silva se tornasse cabeça de chapa e obtivesse votação mais expressiva do que em 2010. E muito menos que ela, derrotada, apoiasse Aécio.

Não esperava que Aécio fosse um concorrente tão ameaçador. E muito menos que o PMDB entrasse rachado na campanha, com Hartung, do Espírito Santo, e Sartori, do Rio Grande do Sul, como cabos eleitorais do PSDB.

Assustou-o também a divulgação das denúncias de corrupção na Petrobras em plena disputa do 2º turno. Sorte que o adversário também tem telhado de vidro...

Lula conclamou, em São Paulo, a militância a ir de casa em casa. Que militância? Além de ver reduzida, pelas urnas, sua bancada de senadores e deputados federais, o PT já não conta com aquela aguerrida militância voluntária das décadas de 1980 e 90.

Agora, tudo depende de marketing e de muito dinheiro investido por pessoas jurídicas que, a partir de hoje, começam a cobrar a fatura.

Dilma sabe que tem pela frente uma espinhosa tarefa: cumprir o que prometeu e costurar o tecido da governabilidade em um Congresso tão esgarçado em partidecos, e desprovido de lideranças ética e politicamente consistentes em sua base de apoio.

O PMDB, rachado quase ao meio, usará todo o seu poder de pressão para ditar a pauta do governo. O PSDB, com apoio do DEM e do que resta do PSB, tentará consolidar uma oposição ferrenha, acirrada pela frustração de ter sentido o aroma do banquete ao qual foi desconvidado pelo resultado das urnas.

O PT enfrenta, agora, o desafio de governar melhor do que já fez até aqui e tentar resgatar o que, no passado, lhe imprimiu tanta credibilidade: o capital ético, a organização política dos setores populares e o compromisso de promover reformas estruturais.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma supera Aécio Neves e é reeleita presidente do Brasil

Dilma supera Aécio Neves e é reeleita presidente do Brasil. Acaba assim uma das campanhas mais insólitas e acirradas da história brasileira desde 1989

dilma reeleita presidente
Dilma está reeleita presidenta do Brasil (divulgação)
Marcada pelo imponderável, com ingredientes como a morte trágica de um dos presidenciáveis, e pelo clima acirrado de disputa entre os candidatos, a eleição presidencial de 2014 terminou com a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), em segundo turno, com 51,38% dos votos válidos. O tucano Aécio Neves (PSDB) aparece com 48,62%, faltando menos de 3% para o encerramento da apuração.
Essa foi a diferença mais apertada desde 1989, quando Fernando Collor (então no PRN) derrotou Lula (PT). Desacreditada em vários momentos por seus aliados, a petista foi reconduzida ao Palácio do Planalto em meio a denúncias de corrupção na Petrobras e questionamentos sobre a condução da economia. Com isso, o PT caminha para o seu quarto mandato presidencial consecutivo – ampliando a maior série obtida por um partido desde a redemocratização.
A campanha eleitoral foi marcada também pela agressividade. Após a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e a entrada de Marina Silva (PSB) como sua substituta, a corrida sucessória sofreu seu primeiro revés, com uma ameaça real de derrota para o PT. Dilma, até então, aparecia nos levantamentos com possibilidade de se reeleger em primeiro turno.
A propaganda petista centrou fogo na ex-senadora para evitar um embate entre as duas no segundo turno. Já nas primeiras pesquisas com Marina, Aécio caiu para o terceiro lugar em todas as pesquisas de intenções de votos. A continuidade de sua campanha chegou a ser posta em xeque.
O tucano cresceu nas pesquisas nas duas semanas que antecederam o primeiro turno e acabou tirando Marina da disputa. Ele chegou a figurar à frente da petista nas primeiras pesquisas realizadas após sua passagem ao segundo turno.
Enquanto o PSDB explorava denúncias envolvendo a Petrobras, o PT optou por tentar desconstruir o adversário. Dilma também relembrou escândalos da gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a decisão de Aécio de anunciar antecipadamente que Armínio Fraga seria o seu ministro da Fazenda.

Biografia

Primeira mulher a conquistar a Presidência da República, em 2010, Dilma teve sua primeira gestão marcada pela continuidade das políticas sociais implementadas pelo ex-presidente Lula.
Filha de uma brasileira e de um imigrante búlgaro, a presidente aderiu ainda adolescente à luta política. Começou sua militância em movimentos de combate à ditadura. Aos 19 anos, foi presa em São Paulo e levada às dependências dos órgãos de controle social onde foi torturada. Passou dois anos presa, condenada por subversão.
Depois de libertada, foi morar em Porto Alegre, onde ajudou a fundar o PDT e começou a atuar na área de energia. Dilma Rousseff só se filiou ao PT em 2001 quando fazia parte do governo Olívio Dutra no Rio Grande do Sul. Em 2009, Lula sinalizou que ela seria sua candidata à sucessão.
Conhecida pelo estilo de “gerente”, a presidente protagonizou embates com alguns de seus ministros. Também foi criticada pelos adversários por se envolver diretamente em decisões econômicas durante seu governo e pela relação conflituosa estabelecida com sua base no Congresso Nacional.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Datafolha também mostra Dilma na frente: 53% a 47%

Datafolha mostra Dilma Rousseff à frente de Aécio Neves fora da margem de erro pela primeira vez neste segundo turno. Vantagem que era de dois pontos no levantamento anterior agora é de seis

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Dilma abre 6 pontos sobre Aécio, diz Datafolha. Mais cedo, Ibope aponto vantagem de 8 pontos para a atual presidente (Imagem: Pragmatismo Político)

Em pesquisa finalizada nesta quinta-feira (23), o instituto Datafolha mostra Dilma Rousseff (PT) com 53% dos votos válidos e Aécio Neves (PSDB) com 46%. A vantagem que era de 4 pontos no último levantamento – mas ainda considerada empate técnico – agora vai a 6, para além da margem de erro. Ainda hoje, o Ibope já havia dado vantagem de Dilma sobre Aécio com 8 pontos de diferença.
Em votos totais, Dilma alcança 48%, Aécio atinge 42%. Brancos e nulos somam 5%. Outros 5% dizem não saber em quem votar.

AVALIAÇÃO DE GOVERNO

A nova pesquisa Datafolha também investigou a avaliação do governo Dilma. Segundo o levantamento, 44% julgam a administração petista “boa ou ótima”, ante 42% do levantamento anterior.
Trata-se do melhor patamar desde junho de 2013. No mês das grandes manifestações de rua, a aprovação de Dilma despencou de 57% para 30%.

REJEIÇÃO

A pesquisa mostra ainda que 41% dos eleitores afirmam que não votam em Aécio “de jeito nenhum”. Em duas semanas, a rejeição dele subiu 7 pontos (era de 34% em 9 de outubro). Já a taxa de rejeição de Dilma está em 37% (era de 43% há duas semanas).
O Datafolha foi encomendado pela Folha de S.Paulo e TV Globo e ouviu 9.910 pessoas na quarta (22) e nesta quinta (23).

Levantamento aponta Nordeste como líder de financiamento de motos em setembro

Levantamento aponta Nordeste como líder de financiamento de motos em setembro
Foto: Reprodução
Um levantamento divulgado pela companhia de capital aberto Cetip nesta quinta-feira (23) indica que o Nordeste foi a região líder de financiamento de motos em todo o país, com 30.484 unidades entre novas e usadas e aumento de 7% em relação a agosto. A região superou o Sudeste, onde foram vendidas 29.126 motos a prazo no mês passado. No ranking da região, a Bahia fica em 3º lugar do número de motos compradas em agosto, com o total de 5.220 financiadas. O estado fica atrás do Maranhão (aproximado de 6,3 mil) e Ceará (5,57 mil). Ainda de acordo com o levantamento, as motos correspondem a 34% de todas as vendas financiadas, tendo uma participação significativa nos financiamentos de veículos no Nordeste.

Rejeição de Aécio Neves sobe para mais de 40% nas duas pesquisas divulgadas nesta quinta

Rejeição de Aécio Neves sobe para mais de 40% nas duas pesquisas divulgadas nesta quinta
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
A rejeição do presidenciável Aécio Neves (PSDB) aumentou entre os eleitores tanto na pesquisa do Datafolha quanto na do Ibope, divulgadas nesta quinta-feira (23). No Datafolha, 41% dos eleitores afirmam que não votam em Aécio "de jeito nenhum", enquanto que a taxa de rejeição de Dilma está em 37%. Em duas semanas, a rejeição do tucano subiu sete pontos (era de 34%), enquanto que a da petista está seis pontos menor - era 43%. No Ibope, a rejeição a Aécio, subiu de 35% para 42% do eleitorado, enquanto que a de Dilma se manteve em 36%, também em relação ao início do segundo turno. A pesquisa Ibope está registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-01168/2014 e a Datafolha com BR-1162/2014.

Informações: Bahianoticias

SINDICACAU AGE CONTRA DEMISSÕES NA JOANES

Imagem de arquivo.
Imagem de arquivo.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Região (Sindicacau) mobiliza os trabalhadores filiados contra onze demissões sem justa causa feitas pela multinacional ADM Joanes, que processa grãos de cacau em Ilhéus.

Segundo Luiz Fernandes, presidente  do Sindicacau, as demissões foram comunicadas à entidade, que tentou evitar sem precisar ir à justiça. Mesmo alertada, a empresa prosseguiu com os planos. De acordo com o sindicato, entre os onze demitidos, havia pelo menos dois trabalhadores com 25 anos de carteira assinada e dois integrantes da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA).

Fernandes ressalta que estava proibida a demissão de funcionários que estivessem prestes a se aposentar e de integrantes da CIPA.

Para justificar as demissões, a Joanes argumentou passar por reestruturação de seu quadro de funcionários. Essa readequação também é questionada pelo sindicato, já que o cacau e seus derivados não apresentam qualquer desvalorização recente no mercado mundial.

Na segunda-feira, 20, o sindicato e a empresa voltaram a se reunir, mas não chegaram a um consenso sobre o retorno dos trabalhadores. Para Fernandes, a situação será resolvida judicialmente. Além disso, os funcionários aprovaram uma paralisação de advertência.

Na também processadora de grãos de cacau Cargil, os trabalhadores aprovaram estado de greve, que deve ser colocado em prática na próxima sexta-feira, 24.

A empresa se negou a atender integralmente as reivindicações da campanha salarial. Entre outras pautas, exigia 8% de aumento, elevando o piso salarial a 1060, a folga aniversariante, aumento para 650 do tíquete alimentação, além do adicional noturno, hora extra e criação de plano de cargos e salários



quarta-feira, 15 de outubro de 2014

As estrelas de Dilma e Aécio

Artistas, escritores, intelectuais, apresentadores, cantores e até jogadores de futebol, confira os famosos que integram os times de Dilma Rousseff e Aécio Neves

famosos dilma aécio 2014
Diversos famosos declararam voto nos candidatos à Presidência da República em 2014 (Imagem: Pragmatismo Político)
Diversos famosos declararam apoio às campanhas de Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014. Antes mesmo do primeiro turno, o ator José de Abreu e os cantores Otto e Beth Carvalho levaram ao público o voto na petista.

DILMA ROUSSEFF

Em setembro, vários artistas e intelectuais assinaram um manifesto em apoio à reeleição de Dilma. Entre eles, Chico Buarque, que é conhecido por suas fortes convicções políticas e que ainda não havia se manifestado sobre as eleições de 2014 até então. Assim como Chico, diversos outros artistas assinaram o texto, como o cantor Chico César e o ator Paulo Betti.
Marieta Severo, Matheus Nachtergaele e Zezé Motta também assinaram o manifesto pela reeleição de Dilma. Apareceram na lista ainda nomes como Alcione, Angela Vieira, Chico Diaz, Leci Brandão, Leonardo Boff, Nelson Sargento e Tuca Moraes. O ator José de Abreu e os cantores Otto e Beth Carvalho também levaram ao público o voto na petista.
“Eu apoio as mulheres, os negros, os pobres. Portanto apoio Dilma, tamo junto!”, declarou o rapper Rappin’ Hood em suas redes sociais, ao divulgar apoio a Dilma. Outro rapper que declarou voto na petista foi Mano Brown, líder do grupo Racionais Mcs.
Outro que está do lado de Dilma é o cartunista Ziraldo, além do ator veterano Antonio Pitanga e a sua filha, Camila Pitanga. Também estão com Dilma os atores Osmar Prado e Henri Castelli, e os escritores Luis Fernando Verissimo e Fernando Morais.

AÉCIO NEVES

Aécio Neves não recebeu manifesto assinado por famosos, mas também tem o apoio de diversos artistas. O apresentador Luciano Huck, o ex-jogador de futebol Ronaldo e o técnico de vôlei Bernardinho se mobilizaram em prol do tucano. O ator pornô Alexandre Frota também já declarou voto em Aécio.
O cantor Zezé di Camargo e a filha Wanessa apoiam o candidato tucano e chegaram a participar de propaganda política de Aécio. Chitãozinho e Xororó também participaram de propaganda política de Aécio. Outra dupla sertaneja, Gian e Giovanni, declarou apoio ao presidenciável tucano.
O casal de atores Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça fazem parte do time do tucano, assim como o ator e político Stepan Nercessian.
O vocalista do grupo Jota Quest, Rogério Flausino, está no time pró-Aécio. Henrique Portugal, do grupo Skank, também apoia a candidatura do tucano. O músico conservador Lobão é outro que declarou nesta semana voto no candidato do PSDB.

Debate da Band foi decisivo para não votar em Aécio Neves

Aécio se exaltou ao ser confrontado com temas como a violência contra a mulher e o nepotismo. O candidato também não explicou por que tanto fala em 'meritocracia, se nunca dependeu dela para galgar posições

aécio neves silas malafaia
O pastor Silas Malafaia comemorou o desempenho de Aécio Neves no debate da Band (Pragmatismo Político)
Lola Aranovich*, em seu blog
Se faltava alguma coisa para não votar em Aécio Neves (PSDB), agora, depois do debate de ontem (14), na Band, não falta mais. Não há nada de meritocracia, termo que ele repetiu inúmeras vezes, num candidato que, desde jovem, só dependeu de QI (quem indica) para galgar posições. Parece piada um filhinho de papai, neto de Tancredo, se colocar como modelo de mérito. Como alguém sugeriu no Twitter: a última vez que Aécio dependeu da meritocracia, ele era um espermatozoide.
Contudo, para mim, o que chocou mais no debate foi o machismo escancarado de Aécio. O sorriso debochado com que tratou Dilma ecoou o dedo em riste a Luciana Genro no primeiro turno. O jeito com que Aécio se dirigiu aos eleitores, como “dona de casa” e “trabalhador”, soou como uma divisão de outro século. Como cereja no bolo, o tuíte de um de seus grandes apoiadores, Pastor Malafaia: “Já está saindo uma ordem de prisão a caminho da Band contra Aécio por espancamento à mulher, pede pra ele não matar Dilma kkkk”. Sim, esse tipo de piada no momento em que Dilma perguntou ao candidato tucano sobre a violência contra as mulheres. Isso num país em que 15 mulheres são mortas por dia, todos os dias, quase sempre pelo parceiro ou ex.
Espero que Aécio tenha aproveitado bem a primeira semana após a arrancada espetacular do primeiro turno. Porque a semana passada foi a melhor semana. Ela não volta mais. Foi um clima de já ganhou (que já vimos com Marina e que não se concretizou), de todos juntos contra o PT, de pesquisa fraudulenta que lhe dava 17 pontos de vantagem, de tudo o que não vai se manter. Porque as pessoas vão ver que o governo realmente não está grande coisa, mas pode piorar muito com a volta do PSDB.
O trabalhador vai, sim, associar o PSDB com privatizações e terceirizações e queda do salário mínimo e aí não vai ter “alternância de poder é tão legal” que dê jeito. Tanto que soou como desespero messiânico Aécio dizer, no debate, que o povo lhe pede para “libertar” o país do PT.
Ontem foi mesmo o dia do desespero. Doeu aos ouvidos ouvir Aécio aplicar um teste do DNA no Bolsa Família para atestar que a paternidade do programa é de FHC e, a maternidade, de Ruth Cardoso. Dói porque vem de um partido que, quando não está em período eleitoral, chama o programa de “Bolsa Esmola”. E depois ainda fica indignado quando o povo suspeita que, com a volta do PSDB ao poder, o Bolsa Família pode ser chutado pra escanteio. O que faz o povo pensar assim? Seria o fato de que grande parte dos eleitores tucanos chama quem recebe o benefício de “vagabundos”?
É importantíssimo para a estratégia tucana desvencilhar Aécio do PSDB. Para isso, vale tudo: desde uma obsessão em não discutir o passado, em particular os anos FHC (“não vamos olhar no retrovisor, vamos olhar pro futuro”, repetiu no debate), ao discurso que sua candidatura está acima de um nome ou de um partido e representa todo um projeto (o projeto de tirar o PT do poder, mas ele não diz com todas as letras).
O anti-petismo é vendido com uma embalagem de “mudança”, de “nova política”. Ontem recebi uma mensagem de uma leitora que dizia:
“Eu eu era uma quase analfabeta política, apesar dos já 28 anos nas costas. Me interessava pouco, me declarava apolítica no maior orgulho. Eu tinha ódio do PT sem saber. Aquele ódio inexplicável típico da classe média confortável na alienação. Votei na Marina no primeiro turno, mas dizia que se desse Aécio com Dilma no segundo, eu votaria nele. Bom, aí veio o segundo turno e, com ele, as inúmeras discussões nas redes sociais. Percebi que as pessoas que defendem o PT são muito mais esclarecidas e politizadas do que os tucanos/anti-PT de plantão, que, muitas das vezes, caem em argumentação vazia e cheia de preconceito e ódio. Passei de Aécio para o voto nulo. E agora, finalmente, do voto nulo para Dilma. Estou imensamente feliz e aliviada de ter me libertado desse ódio irracional ao PT que, claro, é um partido que tem, sim, muitos problemas, mas que ainda é muito melhor para a população do que o PSDB.
Acredito que essa racionalização ainda vá ocorrer com muita gente. Só espero que a tempo.
A desculpa mais esfarrapada que vi nessas eleições é para explicar o baixo número de votos de Aécio em Minas no primeiro turno. Afinal, Marina foi cobrada por jornalistas por não vencer nem no estado, o Acre (no final, ela acabou tendo o maior número de votos por lá). E é só ver o imenso peso que Eduardo Campos tem em Pernambuco (o único estado do Nordeste onde Dilma não ganhou).
No entanto é formidável: Aécio foi governador de Minas entre 2003 e 2010. Foi eleito senador pelo estado. Tem toda a mídia mineira tradicional a favor. Qual a desculpa para que a população do estado não vote nele? Os correios! Foi o correio “corrupto” que não entregou os santinhos. Porque o cidadão precisa muito ser lembrado que um ex-governador concorre à Presidência da República.
Quando derrotar alguém é mais essencial que a vitória de um grupo (ou “projeto”, como preferem), a história raramente termina bem. Uma possível vitória do PSDB teria o sabor amargo da de Collor em 1989. Não veríamos comemoração alguma. Apenas a comemoração de derrotar o inimigo, mas não uma festa por ter vencido. Porque, como sabemos, se o PSDB voltar, não haverá vencedores.
Contudo, passado o susto do início do segundo turno, creio que não volta. Não pode voltar.
*Lola Aranovich é Professora da Universidade Federal do Ceará e cronista de cinema


Bahia terá mais um dígito no celular

A Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, informou que até dezembro do próximo ano os usuários da telefonia móvel na Bahia terão que acrescentar um dígito para fazer as ligações.

Com a mudança, o dígito 9 será acrescentado à esquerda dos atuais números de celular de todas as operadoras. O novo dígito deve ser acrescentado pelos usuários de telefone fixo e móvel que ligarem para móveis na Bahia.
De acordo com o assessor técnico da Anatel José Mauro Castro, a mudança será feita para aumentar a quantidade de números disponíveis para atender a demanda da telefonia móvel.


O aumento de um dígito para ligação já ocorreu no Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a Anatel, os usuários não precisam se preocupar porque que serão informados quando a mudança começar.


SINDICACAU TEM NOVA DIRETORIA

Reeleita com 98% dos votos, a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Ilhéus, Itabuna e Região (Sindicacau) já tomou posse para mandato de três anos. Luiz Fernandes Pereira foi reconduzido à direção da entidade.

Para Fernandes, o aval que os trabalhadores deram à permanência da diretoria evidencia o importante papel da entidade na defesa dos interesses de seus filiados. O dirigente destaca, dentre os ganhos do último mandato, a manutenção dos ganhos salariais acima da média nacional, garantindo a reposição da inflação e ganhos reais, o aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e a ampliação de benefícios como cesta básica.


O Sindicacau representa os trabalhadores das indústrias moageiras Cargill Agrícola, Joanes, Inaceres, Chocolate Caseiro Ilhéus e Barry Callebaut em Ilhéus e Itabuna.

Fonte: Pimenta na Muqueca

Integrantes da diretoria do Sindicacau (Foto Divulgação).

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

"Votei em Lula e Dilma e não me arrependo", diz Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa, relator do mensalão, diz que Brasil evoluiu sob as gestões de Lula e Dilma e critica a imprensa brasileira: "imprensa e empresariado brasileiro estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras"

O “dia mais chocante” da vida de Joaquim Benedito Barbosa Gomes, 57, segundo ele mesmo, foi 7 de maio de 2003, quando entrou no Palácio do Planalto para ser indicado ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A ocasião era especial: ele seria o primeiro negro a ser nomeado para o tribunal.
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O ministro Joaquim Barbosa em seu gabinete no STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília
“Eu já cheguei na presença de José Dirceu [então ministro da Casa Civil], José Genoino [então presidente do PT], aquela turma toda, para o anúncio oficial. Sempre tive vida reservada. Vi aquele mar de câmeras, flashes…”, relembrava ele em seu gabinete na terça-feira, 2.

A importância de Frei Betto

Barbosa diz que foi Frei Betto, que o conhecia por terem participado do conselho de ONGs, que fez seu currículo “andar” no governo.
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“Eu passava temporada na Universidade da Califórnia, Los Angeles. Encontrei Frei Betto casualmente nas férias, no Brasil. Trocamos cartões. Um belo dia, recebo e-mail me convidando para uma conversa com [o então ministro da Justiça] Márcio Thomaz Bastos em Brasília.” Guarda a mensagem até hoje.
“Vi o Lula pela primeira vez no dia do anúncio da minha posse. Não falei antes, nem por telefone. Nunca, nunca.”
Por pouco, não faltou à própria cerimônia. “Veja como esse pessoal é atrapalhado: eles perderam o meu telefone [gargalhadas].”
Dias antes, tinha sido entrevistado por Thomaz Bastos. “E desapareci, na moita.” Isso para evitar bombardeio de candidatos à mesma vaga.
“Na hora de me chamar para ir ao Planalto, não tinham o meu contato.” Uma amiga do governo conseguiu encontrá-lo. “Corre que os caras vão fazer o seu anúncio hoje!”
Depois, continuou distante de Lula. Não foi procurado nem mesmo nos momentos cruciais do mensalão. “Nunca, nem pelo Lula nem pela [presidente] Dilma [Rousseff]. Isso é importante. Porque a tradição no Brasil é a pressão. Mas eu também não dou espaço, né?”
O ministro votou em Leonel Brizola (PDT) para presidente no primeiro turno da eleição de 1989. E depois em Lula, contra Collor. Votou em Lula de novo em 2002.
“Vou te confidenciar uma coisa, que o Lula talvez não saiba: devo ter sido um dos primeiros brasileiros a falar no exterior, em Los Angeles, do que viria a ser o governo dele. Havia pânico. Num seminário, desmistifiquei: ‘Lula é um democrata, de um partido estabelecido. As credenciais democráticas dele são perfeitas’.”
O escândalo do mensalão não influenciou seu voto: em 2006, já como relator do processo, escolheu novamente o candidato Lula, que concorria à reeleição.
“Eu não me arrependo dos votos, não. As mudanças e avanços no Brasil nos últimos dez anos são inegáveis. Em 2010, votei na Dilma.”

DE LADO

No plenário do STF, a situação muda. Barbosa diz que “um magistrado tem deveres a cumprir” e que a sociedade espera do juiz “imparcialidade e equidistância em relação a grupos e organizações”.
Sua trajetória ajuda. “Nunca fiz política. Estudei direito na Universidade de Brasília de 75 a 82, na época do regime militar. Havia movimentos significativos. Mas estive à parte. Sempre entendi que filiação partidária ou a grupos, movimentos, só serve para tirar a sua liberdade de dizer o que pensa.”

VENCEDOR E VENCIDO

Barbosa gosta de dizer que não tem “agenda”. Em 2007, relatou processo contra Paulo Maluf (PP-SP). Delfim Netto não era encontrado para depor como testemunha. Barbosa propôs que o processo continuasse. Foi voto vencido no STF. O caso prescreveu.
No mesmo ano, relatou processo em que o deputado Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB) era acusado de tentativa de homicídio. O réu renunciou ao mandato e perdeu o foro privilegiado. Barbosa defendeu que fosse julgado mesmo assim. Foi voto vencido no STF.
Em 2009, como relator do mensalão do PSDB, propôs que a corte acolhesse denúncia contra o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. Quase foi voto vencido no STF –ganhou por 5 a 3, com três ministros ausentes.
Dois anos antes, relator do mensalão do PT, propôs que a corte acolhesse denúncia contra José Dirceu e outros 37 réus. Ganhou por 9 a 1.

NOVELA RACISTA

Barbosa já disse que a imprensa “nunca deu bola para o mensalão mineiro”, ao contrário do que faz com o do PT. “São dois pesos e duas medidas”, afirma.
A exposição na mídia não o impede de fazer críticas até mais ácidas.
“A imprensa brasileira é toda ela branca, conservadora. O empresariado, idem”, diz. “Todas as engrenagens de comando no Brasil estão nas mãos de pessoas brancas e conservadoras.”
O racismo se manifesta em “piadas, agressões mesmo”. “O Brasil ainda não é politicamente correto. Uma pessoa com o mínimo de sensibilidade liga a TV e vê o racismo estampado aí nas novelas.”
Já discutiu com vários colegas do STF. Mas diz que polêmicas “são muito menos reportadas, e meio que abafadas, quando se trata de brigas entre ministros brancos”.
“O racismo parte da premissa de que alguém é superior. O negro é sempre inferior. E dessa pessoa não se admite sequer que ela abra a boca. ‘Ele é maluco, é um briguento’. No meu caso, como não sou de abaixar a crista em hipótese alguma…”
Barbosa, que já escreveu um livro sobre ações afirmativas nos EUA, diz que o racismo apareceu em sua “infância, adolescência, na maturidade e aparece agora”.
Há 30 anos, já formado em direito e trabalhando no Itamaraty como oficial de chancelaria –chegou a passar temporada na embaixada da Finlândia–, prestou concurso para diplomata. Passou. Foi barrado na entrevista.

DE IGUAL PARA IGUAL

É o primeiro filho dos oito que o pai, Joaquim, e a mãe, Benedita, tiveram (por isso se chama Joaquim Benedito).
Em Paracatu, no interior de Minas, “Joca” teve uma infância “de pobre do interior, com área verde para brincar, muito rio para nadar, muita diversão”. Era tímido e fechado.
A mãe era dona de casa. O pai era pedreiro. “Mas ele era aquele cara que não se submetia. Tinha temperamento duro, falava de igual para igual com os patrões. Tanto é que veio trabalhar em Brasília, na construção, mas se desentendeu com o chefe e foi embora”, lembra Joaquim.
O pai vendeu a casa em que morava com a família e comprou um caminhão. Chegou a ter 15 empregados no boom econômico dos anos 70. “E levava a garotada para trabalhar.” Entre eles, o próprio Joaquim, então com 10 anos.

RUMO A BRASÍLIA

No começo da década, Barbosa se mudou para a casa de uma tia na cidade do Gama, no entorno de Brasília.
Cursou direito, trabalhou na composição gráfica de jornais, no Itamaraty. Ingressou por concurso no Ministério Público Federal.
Tirou licenças para fazer doutorado na Universidade de Paris-II. E passou períodos em universidades dos EUA como acadêmico visitante. Fala francês, inglês e alemão.
Hoje, Barbosa fica a maior parte do tempo em Brasília, onde moram a mãe, os sete irmãos e os sobrinhos. O pai já morreu. Benedita é evangélica e “superpopular”. Em seu aniversário de 76 anos, juntou mais de 500 pessoas.
O ministro tem também um apartamento no Leblon, no Rio, cidade onde vive seu único filho, Felipe, 26. Se separou há pouco de uma companheira depois de 12 anos de relacionamento.

DEVER

Nega que tenha certa aversão por advogados. E nega também que tenha prazer em condenar, sem qualquer tipo de piedade em relação à pessoa que perderá a liberdade.
“É uma decisão muito dura. Mas é também um dever.”
“O problema é que no Brasil não se condena”, diz. “Estou no tribunal há sete anos, e esta é a segunda vez que temos que condenar. Então esse ato, para mim e para boa parte dos ministros do STF, ainda é muito recente.”
Diante de centenas de grandes escândalos de corrupção no Brasil, e de só o mensalão do PT ter chegado ao final, é possível desconfiar que a máquina de investigação e punição só funcionou para este caso e agora será novamente desligada?
“Não acredito”, diz Barbosa. “Haverá uma vigilância e uma cobrança maior do Supremo. Este julgamento tem potencial para proporcionar mudanças de cultura, política, jurídica. Alguma mudança certamente virá.”

MEQUETREFE

O caso Collor, por exemplo, em que centenas de empresas foram acusadas de pagar propina para o tesoureiro do ex-presidente, chegou “desidratado” ao STF, diz o ministro. “Tinha um ex-presidente fora do jogo completamente. E, além dele, o quê? O PC, que era um mequetrefe.”
O país estava “mais próximo do período da ditadura” e o Ministério Público tinha recém-conquistado autonomia, com a Constituição de 1988. Até 2001, parlamentares só eram processados no STF quando a Câmara autorizava. “Tudo é paulatino. Mas vivemos hoje num país diferente.”

PONTO FINAL

Desde o começo do julgamento do mensalão, o ministro usa um escapulário pendurado no pescoço. “Presente de uma amiga”, afirma.
Depois de flagrado cochilando nas primeiras sessões, passou a tomar guaraná em pó no começo da tarde.
Diz que não gosta de ser tratado como “herói” do julgamento. “Isso aí é consequência da falta de referências positivas no país. Daí a necessidade de se encontrar um herói. Mesmo que seja um anti-herói, como eu.”
Mônica Bérgamo, Folha

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

PSDB jamais colocou os pobres no orçamento, diz Dilma

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“O Brasil tem 202 milhões de habitantes, políticas que fazem a diferença têm que ser compatíveis com esse número”, diz Dilma, ao criticar os programas restritos dos tempos tucanos
O PT e o PSDB, os dois últimos partidos que elegeram presidentes da República, vão disputar o segundo turno para comparar práticas passadas e propostas de governo. Essa foi a avaliação da presidenta Dilma Rousseff, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (6) à noite, no Palácio da Alvorada.
Enquanto o governo do PT promoveu inclusão social e redução da desigualdade, a candidata à reeleição lembrou que, no período dos tucanos, o País quebrou três vezes, as taxas de juros eram altas, e o governo jamais colocou os pobres no orçamento federal.
“Todas as políticas sociais foram restritas, feitas para poucas pessoas. O Brasil tem 202 milhões de habitantes, políticas que fazem a diferença têm que ser compatíveis com esse número de habitantes”, considerou.
Foto: Arquivo
Enquanto os governos do PT fizeram o Pronatec, na gestão de FHC, PSDB fez uma lei que proibia o governo federal de construir escolas técnicas
Dilma citou como exemplo as oito milhões de matrículas do Pronatec, programa de cursos profissionalizantes bancados pelo governo, nos últimos quatro anos. Na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, foi aprovada e sancionada lei que proibia o governo federal de construir escolas técnicas.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego foi criado, em 2011, para ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. A proposta de Dilma para o segundo mandato é a de oferecer mais 12 milhões de matrículas.
Ao ser perguntada sobre a situação econômica do País, a presidenta lembrou dos “monstros do passado” presentes nos governos tucanos. Dilma lembrou que na época do Armínio Fraga, cotado para voltar ao ministério da Fazenda pelo candidato tucano Aécio Neves, a inflação e as taxas de juros eram muito altas.
“No Brasil que recebemos dele (FHC), mais da metade da população era composta de pobres e miseráveis. Hoje, o País está diferente. De cada quatro brasileiros, três estão na classe média, majoritariamente ou acima, nas classes A e B”, informou.
Dilma retoma a agenda de campanha nesta terça-feira (7), em Brasília, onde se reunirá com governadores e senadores eleitos no primeiro turno pela coligação “Com a Força do Povo”, encabeçada pelo PT.
Por Rodrigo Vasconcelos, da Agência PT de Notícias


Empresários enviam carta para Wagner solicitando ingresso da Bahia no Horário de Verão

Empresários enviam carta para Wagner solicitando ingresso da Bahia no Horário de Verão
Carlos Gilberto presidénte da FIEB
Os presidentes das Federações da Agricultura, do comércio e das Indústrias do Estado da Bahia enviaram uma carta ao governador Jaques Wagner (PT) em que solicitam a entrada do estado no Horário Brasileiro de Verão, em vigor a partir do dia 19 de outubro. Os principais argumentos dos empresários foram a sincronia econômica, segurança, turismo e lazer, comércio e serviços e segurança energética, pois a Bahia precisaria estar "mais interligada às economias do Sul e do Sudeste que às da Região Nordeste". De acordo com a carta, é importante a sincronia de horário com os estados "mais desenvolvidos", onde estão os compradores dos produtos baianos e os fornecedores. "A Bahia responde por 58% das exportações da Região Nordeste (2013) e tem mais semelhanças com as economias do Sul e Sudeste. Inclusive pelo fato de que as operações comerciais internacionais e de fechamento de câmbio seguem o horário de Brasília", diz um trecho do documento. Datada do dia 1º de outubro, os empresários ainda não tiveram uma de Wagner à sua carta. Veja aqui, na íntegra.

Informações Bahia Noticias

Um Novo Caminho Para a Bahia: após 'fiasco', PSL volta a apoiar PT; PSB quer ser ‘independente’

por Luiz Fernando Teixeira
Um Novo Caminho Para a Bahia: após 'fiasco', PSL volta a apoiar PT; PSB quer ser ‘independente’
Toninho Olívio fala de 'fiasco' nas urnas | Foto: Blog do Geraldo

Com a vitória de Rui Costa (PT) para o governo do estado, Otto Alencar (PSD) para o Senado Federal e a manutenção da maioria da chapa governista na Assembleia Legislativa (AL-BA), a coligação Um Novo Caminho Para a Bahia não teve o que comemorar. Encabeçada pelo PSB, da senadora Lídice da Mata, e pelo PSL, ambos saídos da base de Jaques Wagner, os partidos integrantes (o nanico PPL também fez parte, mas não teve deputados eleitos) divergem quanto ao futuro na Bahia. De acordo com Antônio Olívio, presidente estadual do PSL, conhecido como Toninho a estratégia que o partido adotou foi infundada. "Veja bem, o PSL se afastou do governo como uma estratégia para conseguir votos, mas foi um fiasco. Nós só conseguimos uns 23 mil votos, eles não foram competentes", desabafou. Olívio garantiu que o partido irá se aproximar de Rui Costa e apoiá-lo na AL-BA, além de apoiar a reeleição de Dilma Rousseff no cargo de Presidente da República.
Lídice obteve apenas 6,62% dos votos para o governo da Bahia
Foto: Beto Jr./ Ag. Haack/ Bahia Notícias
Já a senadora Lídice da Mata, que também é presidente estadual do PSB, disse ser difícil que os socialistas voltem a apoiar os petistas. "Nós não vamos voltar ao governo, mas não vamos fazer oposição na Assembleia. Vamos trilhar um caminho independente", defendeu Lídice, que teve 6,62% dos votos na corrida ao Palácio de Ondina. A senadora, que voltou a Brasília nesta terça-feira (7), disse que a direção do partido ainda não se reuniu para decidir seu posicionamento no segundo turno dos presidenciáveis e no legislativo baiano. No total, a coligação elegeu apenas Nelson Leal (PSL), Manassés (PSB) e Fabíola Mansur (PSB) para a Assembleia Legislativa e Bebeto (PSB) para a Câmara dos Deputados.
Informações do Bahia Noticias

sábado, 4 de outubro de 2014

The Guardian comenta o favoritismo de Dilma Rousseff

The Guardian: por que Dilma Rousseff ainda é a favorita para vencer as eleições, mesmo com a oposição dos ricos e da aliança de desinformação das grandes mídias nacional e internacional?

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De acordo com artigo do The Guardian, os 12 anos de avanços sociais e econômicos no Brasil podem garantir a reeleição de Dilma Rousseff (divulgação)
Vinícius Gomes, Revista Fórum
“Quando a candidata Marina Silva ultrapassou a postulante à reeleição Dilma Rousseff algumas semanas atrás, houve enorme empolgação dentro da imprensa de negócios e no mercado financeiro brasileiro”.
Assim Mark Weisbrot, diretor do Center for Economic and Policy Research em Washington DC, iniciou seu texto para o The Guardian sobre a possível reeleição de Dilma nas próximas semanas. Como continua Weisbrot, a sorte parecia favorecer os ricos e poderosos, que estavam prontos para uma mudança após 12 anos de PT, principalmente pela desaceleração econômica do Brasil, muito por conta da recessão mundial desde a crise financeira. “Ainda assim, Rouseff resistiu a cada pancada e agora aparece no topo das intenções de voto tanto no primeiro, como no segundo turno das eleições. Como isso aconteceu?”, ele questiona retoricamente.
Weisbrot argumenta que a vasta maioria dos brasileiros olha para os últimos doze anos e percebem as incríveis mudanças no país. No texto, o britânico cita algumas delas: redução da taxa de pobreza e extrema pobreza em 55% e 65%, respectivamente, por conta do aumento nos gastos sociais – principalmente pelo Bolsa-Família, programa que Weisbrot salienta ser reconhecido internacionalmente; o aumento no salário em 84% desde 2011; a queda no desemprego, que hoje é de 4,9% (em 2003, era 12,3%) e a diminuição na taxa de trabalhadores presos no setor informal da economia: de 22% para 13%.
O número mais significativo, no entanto, é que o PIB per capita no Brasil cresceu em uma média de 2,5% ao ano, desde 2003 até 2014 – três vezes mais do que os oito anos anteriores de presidência tucana com Fernando Henrique Cardoso, “que implementou as políticas do Consenso de Washington”, permanecendo assim “um estadista muito mais preferível [do que Lula e Dilma] na capital dos EUA”. Outro número impressionante apresentado por Weisbrot é que, apesar de possuir uma das sociedades mais desiguais do mundo, 40% da população abaixo da classe média praticamente dobraram sua renda, entre 2003 e 2012.
Por apontar que os pobres foram os que mais se beneficiaram com as transformações na economia brasileira (com aumento salarial, diminuição do desemprego e mais benefícios sociais do que na década passada), Weisbrot explica que a ideia de que o Brasil sob o PT está “no caminho para a ruína” foi alimentada pela mídia nacional – que é em sua maioria contra o governo – e a imprensa internacional. Os argumentos utilizados por ambos é que a economia diminuiu “porque o governo não é suficientemente amigável dos negócios” e por um tema recorrente nas eleições, “de que o Brasil deveria ser mais amigável aos EUA e sua altamente impopular política externa na região”.
Paradoxalmente, Weisbrot argumenta que “a realidade é que a política econômica brasileira, desde o final de 2010, passou a ouvir um pouco demais o mercado financeiro: aumentando as taxas de juros e cortando gastos, quando a economia estava muito fraca”. Para ele, se Dilma vencer será porque a maioria dos brasileiros recebeu muito pelo que votou em 2010 e os brasileiros querem mais. “E eles deveriam, mas provavelmente não optarão por um retorno ao passado”, conclui corretamente o britânico.

9 dicas importantes para o dia de votar

Horários, aptos, inaptos, documentos, justificativas, etc. Conheça 9 dicas importantes para estar pronto para o próximo domingo, 05 de outubro

voto eleição 2014
Ao acordar no domingo, o eleitor apto a votar sabe que nesse dia terá uma obrigação a cumprir: visitar a urna de sua seção eleitoral e deixar ali registradas as escolhas que fez para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Simples?
Mesmo assim, muita gente perde a oportunidade de exercer esse direito por desconhecer algumas informações úteis para participar do processo democrático. O Metro Jornal ajuda aqui o eleitor a fazer bonito no domingo:

Horário

A votação em todo o Brasil começa às 8h e termina às 17h, hora local. No Brasil, os primeiros eleitores serão os de Fernando de Noronha, Pernambuco, às 7h, horário de Brasília. No Acre, a eleição começa às 10h, também horário de Brasília. Isto porque o Brasil tem três fusos horários.

Quem vota

O voto é obrigatório para alfabetizados de 18 a 70 anos. É facultativo para analfabetos, para quem tem entre 16 e 17 anos e 11 meses e para quem tem mais de 70 anos.

Documentos

No dia da votação, é necessário levar o título de eleitor ou um documento de identificação com foto.

Justificativa

O eleitor que estiver fora de seu domicílio eleitoral poderá justificar o voto em qualquer seção eleitoral do país. Basta preencher o formulário disponível nos locais de votação e apresentar o título de eleitor e um documento oficial de identificação com foto.

Necessidades especiais

O eleitor que possui deficiência ou mobilidade reduzida poderá contar com o auxílio de uma pessoa de sua confiança sem a necessidade de requisição ao juiz eleitoral, desde que o ajudante não seja mesário ou fiscal de partido.

Trabalho

O empregador é obrigado a liberar o funcionário para votar. Porém, não é obrigado a abonar faltas em dias anteriores ou posteriores à votação pelo fato de o empregado ser eleitor em outra cidade – o cidadão deve ser eleitor no local onde reside.

Lei Seca

A decisão depende de cada Estado. Em São Paulo, por exemplo, não haverá lei seca nestas eleições. Bebidas alcoólicas poderão ser vendidas normalmente.

Segurança

A Justiça Eleitoral vai aproveitar a estrutura de segurança criada para a Copa. Serão reativados os centros integrados das 12 cidades que promoveram os jogos no evento da Fifa.