quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre a Greve da PM-BA

Por Shi Mario

Eu sei o quanto ansiosos ficam alguns "agentes da politica" para ver a opinião de alguns de seus "amigos" da internet quanto a vários temas e agora com essa greve da PM não seria diferente.
Venho só tentar me livrar de qualquer apego representativo para tentar contribuir de forma ampla, com os fatos de que tenho conhecimento:

-> As eleições são um forte motivador do processo de greve, isso não é um pecado. Nas greves, o principal motivador são as condições de trabalho ao qual o trabalhador é submetido e a Greve é a última ação legal e legítima para protegê-lo. É preciso que o primeiro motivador não se torne a principal.

-> Os policiais são os que "só cumprem as ordens" do Estado quando o povo vai para a rua reivindicar direitos semelhantes aos que estão hoje em pauta nesta Greve da PM, assim foi com os professores no Rio de Janeiro, onde até os professores com idade mais avançadas foram feridos nas ações. Agora estão contra o Estado e precisam do apoio do povo ainda ferido com as balas de borracha e cassetetes dos mesmos.


-> Os policiais militares são agentes do estado, defensores da lei, de forma a garantir a segurança e proteção de toda a população. O que os rege, é o Sistema Militar e como a própria lei diz, não lhes são garantidos o direito a greve, porém como sou a favor da desmilitarização da PM (Resquício da Ditadura de 64), vamos tratá-los aqui como TRABALHADORES, que como qualquer outro merece respeito, tanto dos entes governamentais (Seus supostos patrões, "supostos" pelo fato de que quem paga é o verdadeiro patrão e quem paga é o POVO, não o estado) quanto da população.


-> Existem Greves, como disse anteriormente, que a motivação principal é o trabalhador. Nos últimos anos, o trabalhador policial no estado da Bahia, ainda não suficientemente em condições ideais de trabalho (característica não particular da categoria, nem só deste estado), obteve através de muita luta, reajustes muito superiores ao que foram dados nos anos anteriores, onde os governantes eram ligados a partidos que hoje integram parte liderança destas reivindicações. Em 2007, o soldado ganhava pouco mais de R$ 1.200,00 e hoje ganha mais de R$ 3,200, além de ser o período de mais concursos públicos, que dá mais força ainda as reivindicações LEGÍTIMAS dos trabalhadores, estes novos servidores não conheciam as condições de trabalho do governo anterior.
Estima-se, novamente repito ESTIMA-SE, que cerca de 50% das reivindicações da classe já tenham sido atendidas.


-> Uma das reivindicações LEGÍTIMAS dos trabalhadores - e motivadoras desta GREVE - é o 'Plano de carreira', segundo eles um soldado leva até 25 anos sem ter promoção por tempo de trabalho (Só através de concursos de superiores, que mais uma vez nestes último 8 anos foi o período que mais teve este tipo de concurso) . O governo propôs reduzir de 25 para 08 este tempo. Assim após oito anos, o soldado passa a ser cabo e, depois de mais seis anos e meio, ele ascende a 1º sargento.


-> Outra é o Código de Ética, Eles estão submetidos a um sistema militar, sistema este que não garante estes direitos que são garantidos aos outros trabalhadores e ainda impõe uma legislação militar que não é revista a cerca de 40 anos! E sim, só com a DESMILITARIZAÇÃO DA PM que isso pode acontecer, os militares não são historicamente favoráveis a mudança.


-> Por fim, tenho acompanhado o processo e os que se intitulam (Não questionando estas, mas na falta de um sindicato legitimado através do voto só lhes restam se auto-nomearem como tal) lideranças dos PMs se comprometeram em levar as propostas do governo para a assembléia e, continuar negociando no dia de hoje, 16/04 e antes de qualquer definição da assembléia que só ocorreu às 19h, os líderes dos PMs já anunciavam a greve nas redes sociais, sendo que as negociações deste ano tiveram mais avanços que as negociações de 2013 e no ano passado não tivemos greve. O que só reforça o que estão dizendo aí que essa Greve tem como foco, não o trabalhador mas as eleições de Deputado, Senador e Presidente do país.


Por fim, espero que de fato essa questão seja discutida e se encaminhe para o FIM DA POLÍCIA MILITAR e garantia dos direitos trabalhistas a todo TRABALHADOR. Que a classe se permita sim, ter seu representante na Câmara de Vereadores, dos Deputados e na Assembléia, mas o faça com democracia, através do voto.


Se estiver equivocado em algum dado, estou como sempre, aberto a críticas, sugestões e a mudar de opinião, mas com discussão.

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