Filho do ex-presidente tem acesso a depoimento de Fernando Baiano à Justiça do Paraná e constata que não é citado. “O Globo” atribuiu a delator notícia de que o lobista teria pago despesas de Lulinha
por Redação RBA publicado 23/10/2015 12:12, última modificação 23/10/2015 16:27
Ex-colunista de Veja estreou em edição de O Globo (11/10) com direito a foto na 1ª página e notícia falsa
São Paulo – O empresário Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai acionar judicialmente responsáveis das Organizações Globo por veiculação de notícias falsas, supostamente atribuídas a uma delação premiada do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, à Operação Lava Jato. O jornal O Globo alardeou em manchete de uma edição de domingo (11), baseada em delação de Fernando Baiano, que o lobista teria pago R$ 2 milhões em despesas pessoais do filho do ex-presidente. O diário não incluiu declarações de Fábio Luís contestando a informação. A notícia repercutiu em outros veículos e nas redes sociais.
Na quinta-feira (15), o Jornal Nacional, da TV Globo, noticiou também que o ex-presidente Lula teria participado de negociações para incluir a empresa OSX em contratos com a Petrobras. Segundo a reportagem, “uma nora” do ex-presidente teria sido beneficiada com pagamento de propina de R$ 2 milhões.
Ontem (22), um pedido de acesso à delação de Baiano, feito pela defesa de Lulinha ao Supremo Tribunal Federal, foi negado pela corte. Em sua negativa, o ministro Teori Zavascki justificou que o “acordo de delação premiada e os correspondentes depoimentos estão sujeitos a tramitação sigilosa”. O objetivo de Lulinha era conhecer procedência das notícias veiculadas com base na delação do lobista.
Apesar da negativa de Zavascki, a defesa de Fábio Luís conseguiu acesso ao conteúdo das declarações de Baiano ao juiz Sérgio Moro, responsável pela condução do processo na Vara de Curitiba. Em nota divulgada hoje (23) pelo advogado Cristiano Zanin Martins, a defesa afirma: “Na qualidade de advogados de Fábio Luis Lula da Silva tomamos conhecimento da decisão do Ministro Teori Zavascki, que nos negou acesso à delação premiada do lobista Fernando Soares. Todavia, nos inteiramos do conteúdo do referido documento, tornado público pelo juízo de primeiro grau de Curitiba”. E aproveita para criticar o procedimento do STF e da própria Vara de primeira instância. “Não deixa de causar estranheza, entretanto, que o sigilo legal esteja valendo para a Suprema Corte, mas não para as instâncias inferiores ou para a imprensa”, diz a nota.
“Dispomos, assim, dos elementos necessários para promover as ações judiciais contra os jornalistas que publicaram notícia falsa com a citação – inexistente – do nome de Fábio na delação, fato confirmado pelo próprio ministro Zavascki em sua decisão”, afirma Martins, referindo-se ao trecho do despacho em que Teori Zavascki afirma que Fábio Luís não é investigado, por isso não poderia ter acesso às informações que pediu.
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