segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Repórter é agredida em marcha pelo golpe no último sábado

Vídeo mostra momento em que a premiada repórter fotográfica Marlene Bergamo, bicampeã do Troféu Mulher Imprensa, é covardemente agredida por manifestantes que pediam o impeachment de Dilma na avenida Paulista no último sábado

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Marlene Bergamo é agredida por manifestante durante ato contra Dilma em São Paulo (reprodução)
A premiada repórter fotográfica Marlene Bergamo, da Folha de S.Paulo, foi agredida no último sábado (15) durante a marcha fundamentalista que pediu o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Grupos que participaram do ato também conclamaram por uma intervenção militar.
Marlene divulgou em sua página no Facebook o vídeo que fazia enquanto foi atacada. De acordo com a repórter, os manifestantes atacavam pessoas que não concordavam com eles.
“Vício de profissão, liguei a câmera do celular. Aqui, um pouco da alma desses brasileiros”, escreveu. Em uma das imagens publicadas, é possível ver um rapaz com um soco inglês se aproximando dela. Marlene também relata que cuspiram no rosto de seu colega, o repórter Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP e coordenador do Projeto Armazém Memória.
O repórter Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP e coordenador do Projeto Armazém Memória, também foi agredido e recebeu uma cuspida na cara.

Revolta

Maristella Bergamo, irmã de Marlene, publicou no Facebook uma nota de repúdio sobre o incidente. “Minha irmã Marlene Bergamo fazendo o trabalho dela ganha tapas de um imbecil. Escolha seu partido, sua ideologia… mas antes escolha ser Homem, delinquente”, disse.
Também na rede social, o repórter Bruno Paes Manso comentou o ocorrido. “Marlene Bergamo praticando Holistic Journalism em intervalo da Rebelião Jornalística da Ponte na manifestação pelo impeachment quando de repente surge das profundezas um skinhead com um democrático soco-inglês na mão para agredi-la”, escreveu.

Impeachment e ditadura

Entre 5 mil e 6 mil pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), concentraram-se em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) onde fecharam todos os sentidos da Avenida Paulista.
Em sua maioria, os manifestantes vestiram camisas nas cores verde e amarelo e seguravam bandeiras do Brasil gritando “fora PT”. A maior parte deles fez uma caminhada pela Avenida Paulista em direção a Praça da Sé.
Alguns trios elétricos se posicionaram em frente ao Masp e dividiram os manifestantes. A maioria defendia a ditadura militar enquanto outro grupo exigia apenas o impeachment de Dilma.

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