Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um dia antes do encerramento do primeiro ciclo de inscrições no Programa Mais Médicos, o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, reafirmou hoje (24) que a pasta está segura em relação à viabilidade jurídica da iniciativa. Ele disse que o governo ainda não foi notificado sobre a ação civil públicaapresentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM)contra a União, pedindo a suspensão do programa.
Ontem (23), em resposta à ação, a Justiça Federal estabeleceu um prazo de 72 horas para que a Advocacia-Geral da União (AGU) se manifeste a respeito do programa. De acordo com a assessoria da Seção Judiciária do Distrito Federal, o prazo passará a contar a partir da intimação da União, o que, segundo a AGU, ainda não ocorreu. Na última quinta-feira (18), o Supremo Tribunal Federal também deu prazo de dez dias para o Executivo explique a edição da Medida Provisória 621/2013, que institui o Programa Mais Médicos.
"Não fomos ainda notificados dessa ação judicial. Evidentemente, na medida em que a Justiça pede informações, a AGU e o governo vão prestar todas as informações necessárias. Temos a segurança de todo o arcabouço jurídico normativo construído para dar sustentação ao Mais Médicos", disse ele, ao participar, nesta quarta-feira, do programa Brasil em Pauta, coordenado e produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.
O secretário enfatizou que o Mais Médicos é "fundamental" para organizar e qualificar os níveis de atenção à saúde. Ele destacou que, na medida em que reforça e amplia a assistência básica, levando médicos generalistas para mais perto da população, a iniciativa também vai ajudar a desafogar o atendimento em hospitais e em centros especializados, pois os profissionais contratados poderão diagnosticar precocemente problemas de saúde e atuar de forma mais eficaz na prevenção.
Mozart Sales reiterou que o governo federal está aberto ao diálogo com as entidades de classe que têm reagido contrariamente ao programa. Elas criticam, principalmente, o fato de o Mais Médicos prever a contratação de estrangeiros, caso as vagas não sejam totalmente preenchidas por profissionais brasileiros, sem a revalidação do diploma.
De acordo com o Ministério da Saúde, 1.874 municípios aderiram ao programa até segunda-feira (22) para receber os profissionais. Os números atualizados sobre os médicos inscritos, no entanto, só serão divulgados após o encerramento do primeiro ciclo de cadastramento, que termina amanhã.
Depois de receber denúncias de sabotagem ao Mais Médicos, o Ministério da Saúde passou a exigir que os candidatos apresentem, no ato da inscrição, uma declaração de que vão deixar a vaga de residência médica ou do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) para atuar no novo programa.
O Mais Médicos foi lançado pelo governo federal este mês visa a levar profissionais para atuar por três anos na periferia das grandes cidades e nos municípios do interior. O Ministério da Saúde pagará aos profissionais bolsa de R$ 10 mil.
Veja a tabela com o número de municípios inscritos no programa:
Programa Mais Médicos*
| ||
Estado
|
Municípios Inscritos
|
Total de Municípios no Estado
|
Acre
|
13
|
22
|
Amapá
|
6
|
16
|
Amazonas
|
14
|
62
|
Mato Grosso do Sul
|
26
|
78
|
Goiás
|
83
|
246
|
Mato Grosso
|
37
|
141
|
Pará
|
58
|
143
|
Alagoas
|
35
|
102
|
Rondônia
|
30
|
52
|
Bahia
|
184
|
417
|
Ceará
|
82
|
184
|
Roraima
|
2
|
15
|
Maranhão
|
64
|
217
|
Paraíba
|
43
|
223
|
Tocantins
|
32
|
139
|
Pernambuco
|
72
|
185
|
Piauí
|
105
|
223
|
Rio Grande do Norte
|
41
|
167
|
Espírito Santo
|
17
|
78
|
Minas Gerais
|
303
|
853
|
São Paulo
|
139
|
645
|
Paraná
|
154
|
399
|
Rio Grande do Sul
|
207
|
496
|
Santa Catarina
|
80
|
293
|
Rio de Janeiro
|
27
|
92
|
Sergipe
|
20
|
75
|
O Distrito Federal também registrou inscrição no Mais Médicos
| ||
*As inscrições foram registradas até a última segunda-feira (22). Os dados são do último balanço do Ministério da Saúde.
|
Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário