A preservação do São Francisco é uma das prioridades do governo federal, ao lado da construção das obras que estão levando a água do rio a regiões castigadas pela seca no País. “É uma grande preocupação do meu governo a preservação do Velho Chico”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff nesta quinta-feira (5), ao inaugurar a terceira etapa do Canal do Sertão Alagoano.
Para Dilma, o São Francisco é sinônimo de condições adequadas de vida, de riqueza, de progresso, de prosperidade. “Daí porque a gente que tem de preservar as nascentes do rio, tem de combater de todas as formas a desertificação. Evitar a retirada, das margens, de toda aquela vegetação que protege o rio, para não haver assoreamento, com diminuição do volume de águas”, disse ela.
Sobre essa determinação do governo, o secretário de Infraestrutura Hídrica, Osvaldo Garcia, lembra que, desde 2007, o Ministério da Integração Nacional já investiu por volta de R$ 1,7 bilhão na revitalização do rio, tanto na recuperação de matas ciliares quanto na construção de pequenas barragens, desassoreamento e tratamento de esgoto das cidades vizinhas.
Dilma com trabalhadores na inauguração do trecho III do Canal do Sertão Alagoano: o São Francisco é sinônimo de condições adequadas de vida, riqueza, progresso e de prosperidade. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Ainda em seu discurso, a presidenta chamou a atenção para o fato de que, no Brasil, muita gente luta para preservar a Amazônia – e que, nesse sentido, houve uma redução de 82% no desmatamento da região. “Mas eu acho importante que todos nós nos unamos para preservar o São Francisco, para garantir que o rio tenha água corrente e de qualidade. É algo essencial porque preserva o Canal do Sertão Alagoano”.
Mas, apesar dos problemas que ameaçam o rio, Osvaldo Garcia afirma que o abastecimento das famílias em Alagoas está garantido. “Quando nós estamos falando do volume de água que vai neste Canal do Sertão, temos que levar em conta que o rio, hoje, está com uma vazão de 900 metros cúbicos por segundo. E a vazão do canal é 32 litros por segundo. Ou seja, é mais do que tranquilo o abastecimento dele”.
Sobre a logística de funcionamento do canal, o secretário de Infraestrutura Hídrica explica que funcionará de forma similar a um rio de verdade, que cortará o estado ao longo de 250 quilômetros, que serão construídos até o final da obra.
“E, ao longo dele, serão feita todas as interligações com as adutoras que abastecem as cidades próximas dele. Quando o canal estiver pronto, vamos atender uma população de 1 milhão de habitantes, o que representa um terço da população do Estado”.
Osvaldo Garcia adiantou ainda que o governo federal pretende, até o final do ano, fazer a primeira interligação, com a Adutora do Alto Sertão, que vai abastecer 180 mil pessoas em oito municípios. “Então, dessa maneira, vamos dar a real importância do canal, fazendo a água chegar às pessoas”.